“Perdeu, machão!” Este bordão poderia ter sido pelos policiais federais que, na sexta-feira (22/09), prenderam o empresário Marcos Soares Moreira. Ele voltou para a cadeia depois de xingar ministros do no Supremo Tribunal Federal (STF) e convocar atos antidemocráticos para o feriado de 12 de outubro. Marcos, que foi preso na Serra – onde reside –, é réu no STF por atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023, quando criminosos invadiram e depredaram o Supremo, Congresso Nacional e Palácio do Planalto, em Brasília. A informação sobre a prisão de Marcos, determinada novamente pelo monstro Alexandre de Moraes, do STF, foi dada pelo superintendente da Polícia Federal no Espírito Santo, delegado Eugênio Ricas.
Marcos, que se autoproclama de “patriota capixaba”, foi preso em flagrante no dia 8 de janeiro. Ficou 120 dias encarcerado no Presídio da Papuda, em Brasília. Foi solto por determinação do ministro Alexandre de Moraes, com a condição de cumprir medidas, dentre as quais a proibição de usar redes sociais. O bolsonaristas capixaba, no entanto, descumpriu a ordem judicial e publicou vídeo com ataques à presidente do Supremo, ministra Rosa Weber, e ao próprio Moraes, relator dos processos referentes após atos criminosos e golpistas de 8 de janeiro. Depois de preso pela Polícia Federal, Marcos foi levado para o Centro de Detenção Provisória de Viana II.
Numa das postagens em vídeo, Marcos cometeu crimes de calúnia, injúria e difamação contra ministros do STF e ainda desafiou a Corte, afirmando não ter medo de ser preso: “Jamais vou me curvar a vocês, bandidos, que têm o poder da caneta na mão, porém são bandidos. Alexandre de Moraes, Rosa Weber, todos vocês aí são bandidos, vagabundos. Não vou me curvar a vocês. Querem me prender, podem prender…Mandem o PCC me prender, que vocês apoiam”.
Em seguida, o “patriota capixaba” acusa os ministros de terem lhe “tirado a dignidade” e que não se importa mais com a própria vida. “Vocês tiraram tudo o que de mais importante eu tinha, que é minha dignidade. Hoje não tenho prazer de comer, de tomar banho e passar perfume. Não tenho libido sexual. Não tenho desejo nem de orar”, diz Marcos.
Marcos Moreira já fez trabalhos como modelo e é conhecido por atuar numa empresa de fabricação própria de cortinas. Nas redes sociais, Marcos defendeu, anteriormente, que houvesse uma tomada de poder e saiu em defesa da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O empresário também divulgou, no passado, diversos vídeos em suas redes sociais sobre a sua participação nos atos em Brasília, a começar por uma gravação dentro do ônibus saindo do 38º Batalhão de Infantaria do Exército, na Prainha, em Vila Velha, no dia 7 de janeiro, onde estava montado um acampamento golpista de bolsonaristas.
Ao determinar a prisão do empresário, o ministro Alexandre de Moraes ressaltou que, mesmo ciente da proibição de usar as redes sociais e “demonstrando total desprezo pela Justiça, o denunciado publicou dois vídeos na rede social TikTok, nos quais ataca esta Corte e profere diversas ofensas à honra dos ministros que a integram”.
O ministro cita, ainda, que em uma das publicações o denunciado convoca manifestantes para, no dia 12 de outubro de 2023 – feriado nacional dedicado à Nossa Senhora Aparecida e Dia das Crianças –, irem às ruas contra pauta absurda que “a Justiça está colocando para ser votada para liberar o assassinato e o homicídio de bebês”. Marcos se referia ao julgamento em andamento no STF sobre a descriminalização do aborto até 12 semanas de gestação.
Alexandre de Moraes ainda destaca na decretação da prisão que “a possibilidade de restabelecimento da ordem de prisão foi expressamente consignada na decisão que substituiu a custódia por medidas cautelares diversas”, a qual estabelecia que o descumprimento de qualquer uma das medidas alternativas implicará na revogação e decretação da prisão. A revogação foi determinada em 3 de maio, mas Marcos publicou em suas redes sociais vídeo de sua soltura em 8 de maio.
“Nesse contexto, a notícia de que o acusado descumpriu a medida cautelar a ele imposta por ocasião da concessão de liberdade provisória constitui motivo suficiente para a decretação da prisão, nos termos do art. 312, § 1º, c/c art. 282, § 4º, ambos do Código de Processo Penal”, concluiu o ministro do STF.
Apesar de afirmar no vídeo em que ataca os ministros do Supremo que não temia voltar para a prisão, Marcos fechou os comentários das postagens e o seu perfil no Instagram depois de viralizar na internet, na última quarta-feira (20/09). Em seu perfil, ele se apresentava como pré-candidato a vereador da Serra, tendo publicado vídeos da sua presença na convenção realizada pelo PL em julho, em Vila Velha.
(Com informações também do Portal G1)