O governador Renato Casagrande (PSB), que passou boa parte da quarta-feira (02/08) em Brasília, participando e extensa pauta política, elogiou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) em estabelecer a nova taxa básica de juros da economia, a Selic, com queda de 0,5 ponto percentual. Para Casagrande, que já vinha criticando também a postura do BC em se recusar a reduzir a taxa de juros, a nova postura indica que o País poderá produzir muito mais para a população:
“A decisão do BC de reduzir o,5% na taxa Selic indica que poderemos experimentar um período de quedas de juros. Para isso, é preciso continuar no caminho do equilíbrio e responsabilidade dos gastos públicos. Essa receita produzirá oportunidades para os brasileiros”, pontuou Renato Casagrande em suas redes sociais.
A queda dos juros foi de 13,75% para 13,25% ao ano. O corte de 0,5 ponto percentual é o primeiro em três anos e sinaliza, aos olhos dos analistas, o início de um ciclo de queda nos juros. A taxa estava no patamar de 13,75% desde agosto do ano passado, provocando queixas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dos governadores, como Renato Casagrande, e de empresários, já que os juros altos inibem investimentos e o consumo.
No dia 24 de julho de 2023, ao lançar o Plano de Crédito Rural para o Espírito Santo com valor recorde para a safra 2023/2024, o governador Renato Casagrande, em entrevista exclusiva ao Blog do Elimar Côrtes, fez um apelo ao Banco Central para que reduzisse as taxas de juros. Segundo Casagrande, com a inflação controlada, graças às políticas adotadas pelo governo do presidente Lula, o BC já vinha tendo condições de reduzir os juros.
Ao elogiar agora a nova postura do Banco Central, Casagrande ressalta a importância do Espírito Santo no cenário nacional, pois é o único ente federado a obter Nota A do Tesouro Nacional, há mais de 10 anos consecutivos, por conta de sua política de ajuste fiscal e por ser um Estado organizado do ponto de vista financeiro, o que melhora e aumenta a sua capacidade de investir em obras e de atrair investimentos externos e a chegada de mais empresas.
Casagrande se reúne com presidente do Senado e fala da Reforma Tributária
O governador Renato Casagrande se reuniu, na tarde desta quarta-feira (02/08), com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD/MG), no gabinete da Presidência do Senado, em Brasília. Na pauta, os pontos defendidos pelo Espírito Santo no texto da Reforma Tributária que será apreciada pela Casa. Também participaram do encontro o vice-governador e secretário de Estado de Desenvolvimento, Ricardo Ferraço (PSDB), e os senadores Fabiano Contarato (PT/ES) e Eduardo Braga (MDB/AM), relator da Reforma Tributária (PEC 45/2019) no Senado Federal.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), também se reuniu com Pacheco. Ele e Casagrande afirmaram ver com de modo positivo as mudanças no sistema tributário brasileiro, mas trabalham para adequar pontos do texto que sejam positivos para seus Estados. Os maiores pontos de críticas de Casagrande e Leite se referem ao Fundo de Desenvolvimento Regional e ao Conselho Federativo. Para o capixaba, os ajustes no texto são necessários, pois os Estados mais populosos contam com benefícios por conta do funcionamento do próprio sistema tributário.
“Nós somos favoráveis às mudanças no sistema tributário brasileiro, mas nós queremos ainda ajustar alguns pontos de interesse do meu Estado aqui no Senado. Trouxemos a primeira conversa, primeiro relatório com relação à governança do conselho federativo, compreendemos que na Câmara foi excessivo o peso dado à população. Pode equilibrar por região a governança do conselho, vai ser mais justo, porque o sistema tributário já é, em sua essência, um benefício aos Estados mais populosos. Eles são mais atrativos a investimentos e empreendimentos”, disse Casagrande.
“A reforma é fundamental para o país e tem o nosso apoio, mas precisamos que o Senado tenha uma atenção especial a alguns temas”, disse Eduardo Leite. “Falamos sobre a formação do Conselho Federativo, a composição do Fundo de Desenvolvimento Regional e os incentivos dados a determinados setores em algumas regiões que desequilibram as relações federativas. Vamos trabalhar intensamente nessa articulação para garantir uma reforma que seja boa para todos”, complementou o gaúcho.