O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, tem sido implacável no combate à desinformação e aos crimes difamatórios praticados em todo território nacional. Já prendeu prefeito, ex-ministro da Justiça, afastou governador no exercício do cargo, sempre por utilizarem narrativas atentatórias ao Estado Democrático. No Espírito Santo não foi diferente, tendo decretado medidas contra o dono de um portal de notícias, utilizado como instrumento por setores do submundo da política, para assassinar reputação de pessoas e atacar as instituições nacionais e capixabas.
São alvo dos Inquéritos 4781 (atos contra a democracia) e 4874 (atuação de milícias digitais), que tramitam no STF, sob a relatoria de Alexandre de Moraes, o jornalista Jackson Rangel (dono do site Folha do ES), o agora vereador afastado Armandinho Fontoura (Podemos/Vitória), o falso pastor Fabiano Oliveira – estes três estão presos desde o dia 15 de dezembro de 2022 – e o microempresário Maxcione Pitangui de Abreu, o Max Pitangui, que está foragido. E mais: o deputado estadual Lucínio Castelo de Assumção, o Capitão Assumção (PL), e o ex-deputado Carlos Von Schilgen Ferreira, conhecido pelo apelido de Carlos Von, além do advogado Gabriel Quintão Coimbra, dono de um dos maiores escritórios de Advocacia do Estado, foram alvos de mandado de busca e apreensão nas mesmas ações. Assumção e Carlos Von, que não foi reeleito em outubro de 2022, cumprem medidas cautelares, dentre as quais o uso de tornozeleira eletrônica.
Gabriel Coimbra compõe a “Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e de Expressão da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional do Espírito Santo, que até agora não se pronunciou a respeito de ter um membro da tal Comissão investigado pela acusação de fake news, conforme mostrou reportagem de o Século Diário.
As ações do ministro Alexandre de Moraes com toda certeza contribuem muito para as instituições democráticas, mas a ousadia de quem se envolve com essas práticas parece não ter fim, mostrando que não existe vácuo nesse mercado de ofensas e mentiras, que rapidamente coopta novos aspirantes para os grupos que praticam o que o STF chama de ‘milícias digitais’.
Recentemente, o dono do site ‘Realidade Capixabas’ publicou um texto atacando o advogado e juiz da classe dos Juristas do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/ES) Renan Sales Vanderlei e o desembargador Raphael Câmara, por terem contrariado, no exercício de seus cargos públicos, os interesses de investigados pelo Supremo pela acusação de formarem milícias digitais no Espírito Santo.
Renan Sales foi o relator do Recurso Eleitoral nº 0600979-09.2020.6.08.0024, conforme noticiado pela imprensa, em que o ex-deputado Carlos Von foi condenado pelo TRE, numa ação promovida pelo Ministério Público Eleitoral do Estado do Espírito Santo, pela acusação de abuso de poder econômico, ficando inelegível por oito anos.
Já o desembargador Raphael Câmara foi o relator do recurso em que determinou a retirada do ar de matérias do site Folha do ES. O magistrado, seguido pelos seus pares da 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça, reconheceu que as circunstâncias revelam que “Jackson Rangel foi preso pelo STF, no Inquérito das Fake News. Restada evidenciada, portanto, uma postura excessiva e contumaz do jornalista eu extrapola o direito de liberdade de expressão”, sentenciou Raphael Câmara.
Bastou essa decisão da 2ª Câmara Cível para que o advogado Renan Sales e o desembargador Raphael Câmara se tornassem alvo de ataques. Com a prisão de Jackson Rangel, do Folha do ES, os críticos do Poder Judiciário e do Ministério Público ganharam um novo braço operacional, que é o site ‘Realidade Capixaba’. O mesmo veículo também, há algum tempo, vem atacando sistematicamente a procuradora-geral de Justiça, Luciana Andrade, e membros da Administração Superior do MPES, da qual ela é a chefe. O ‘Realidade Capixaba’ é do jornalista Marcelo Paranhos, que é réu, junto com Jackson Rangel, na ação por danos morais nº 5039193-94.2022.8.08.0024, que tramita na 8ª Vara Cível de Vitória. E a advogada de Paranhos nesse processo é Júlia Sobreira dos Santos, que até pouco tempo era do escritório de Gabriel Coimbra.
Frisa-se que Gabriel Coimbra, que foi flagrado, mandando por meio do WhatsApp textos de ataques a instituições para Jackson Rangel publicar no Folha do ES, visitou “presos do ministro Alexandre de Moraes” no Complexo Penitenciário de Viana, inclusive o vereador afastado Armandinho, que é bacharel em Direito, mas que não tem inscrição da OAB/ES. Outro a visitar Armandinho foi o também advogado Paulo Finamore, que disputou com Renan Sales a vaga da classe de Juristas do Pleno do TRE/ES. De acordo com o mercado político e da advocacia, Finamore contava com a preferência do presidente da OAB/ES, José Carlos Rizk Filho.
Alguns fatos, portanto, vêm demonstrando que, como na organização nazista Hydra, do mundo fictício da Marvel e Capitão América, ao cortar uma cabeça, outras duas nascem no lugar, já havendo um novo reduto da milícia digital, que ataca autoridades que contrariam seus interesses ilícitos, visando intimidá-los por meio de ataques as suas reputações.
Pelo visto, o trabalho do ministro Alexandre de Moraes está só começando no Espírito Santo.