A gestão do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos) está novamente tentando impedir o Governo do Estado a atuar em Vitória em prol da população. Desta vez, órgãos públicos da Prefeitura estão dificultando o Estado a construir e reformar escolas. A revelação foi feita na manhã desta sexta-feira (13/05) pelo secretário de Estado da Educação, Vitor de Angelo, e corroborada pela vice-governadora Jacqueline Moraes (PSB), durante assinatura de Ordem de Serviço para a reforma da Escola Estadual de Ensino Médio Gomes Cardim, localizada na Rua Wilson Freitas, na Esplanada Capixaba, no Centro da capital.
Segundo instituição de ensino estadual mais antiga do Espírito Santo, a Escola Gomes Cardim foi, praticamente, abandonada pela gestão do então governador Paulo Hartung – quase foi fechada. Quando o governador Renato Casagrande (PSB) encerrou seu primeiro mandato, em 1º de janeiro de 2015, deixou a escola com três turnos em funcionamento, incluindo, cursos técnicos profissionalizantes.
“O Espírito Santo passou quatro anos sendo sustentado com sal. Já a Escola Gomes Cardim foi sustentada com sal grosso”, disse o diretor da escola, Wallace Bonicenha, numa referência a uma das falas de Paulo Hartung, em 2015, para justificar o corte de despesas e custeios e suspensão de investimentos no Estado. “Até 2014, tínhamos três turnos. Em 2016, a escola só tinha um quarto de alunos. Mas não deixamos que a Gomes Cardim fosse fechada”, completou Bonicenha.
O secretário Vitor de Ângelo constatou as necessidades da unidade da Escola Gomes Cardim e iniciou o planejamento para a reforma. A ideia inicial era também construir uma quadra de esportes e uma área de lazer no mesmo terreno do colégio. No entanto, a Prefeitura de Vitória, que demorou autorizar as obras de reforma da escola, ainda mantém na gaveta a liberação para a construção das áreas esportivas e de lazer.
Falando para estudantes, para o corpo docente, pais de alunos da Gomes Cardim e lideranças comunitárias, a vice-governadora ressaltou a importância dos estudos para a sua carreira: “A educação foi meu passaporte para vida. Comecei a estudar, praticamente, aos 26 anos de idade, quando já trabalhava como vendedora ambulante no Centro de Vitória. Hoje fico indignada quando vejo que há políticos que só pensam na política eleitoral. Vocês precisam se indignar para que a Prefeitura autorize logo e que a obra da quadra de esportes da Gomes Cardim possa ser realizada pelo Governo do Estado”, disse Jacqueline Moraes.
“Primeiro, tentaram atrasar a licença das obras do Aquaviário, agora não liberam a autorização para a construção da quadra da Escola Gomes Cardim. Tem político que ainda não desceu do palanque. Será que querem atrasar obras para que o governo encerre o mandato sem concluir o que planeja? O governado Casagrande tem políticas educacionais, políticas sociais, para a área da saúde, segurança pública, para os jovens”, completou a vice-governadora.
“Temos enfrentado dificuldades também para dar sequência a reforma e construção de outras unidades de ensino estadual em Vitória. Tivemos autorização do Município e já demolimos o imóvel onde funcionava a Escola Estadual de Ensino Fundamental desembargador Carlos Xavier Paes Barreto, na Avenida Leitão da Silva. No entanto, a Prefeitura ainda não deu autorização para que pudéssemos iniciar as obras da construção do novo prédio”, lamenta Vitor de Ângelo.
Segundo ele, o prédio onde funciona a Sedu, na Avenida César Hilal, na Praia do Suá, precisa passar por reformas, mas o Município também está “travando” a liberação da obra. Outra unidade que necessita de reforma é a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Almirante Barroso, em Goiabeiras. E nada de autorização da Prefeitura para a realização das obras. “Já concluímos o projeto para uma reforma completa da Almirante Barroso, mas falta a liberação por arte do Município”, disse Vitor de Ângelo.
No caso da Escola Paes Barreto, a Sedu e a Prefeitura de Vitória já concluíram alterações no projeto, levando em consideração as exigências do Município. Para que a obra seja autorizada, porém, o prefeito da Capital precisa enviar Projeto de Lei à Câmara Municipal para aprovação. Todavia, o projeto está ‘engavetado’, aguardando que Lorenzo Pazolini assine e leve à apreciação dos vereadores.
Outros casos de Pazolini
O prefeito Lorenzo Pazolini está sempre tentando atrapalhar a execução de ações do Governo do Estado em Vitória. Em março, ele passou a impedir o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de realizar provas para condutores de veículos – motoristas de carros de passeio e de caminhão e motociclistas – na Capital. As provas para os candidatos interessados na primeira Carteira Nacional de Habilitação (CNH) passaram a ser realizadas no município da Serra.
Em maio de 2021, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semman) embargou um trecho da obra do Complexo Viário de Carapina, que fica na antiga Reta do Aeroporto, hoje Rodovia das Paneleiras. A Prefeitura depois recuou e é justamente a parte da obra localizada em Vitória que já está concluída, com a criação de mais postas e rodovia totalmente iluminada.
Em setembro de 2021, Pazolini anunciou oficialmente que a Prefeitura deixaria de doar ao Governo uma área para a construção do Centro Integrado de Perícia Técnico-Cientifica da Polícia Civil, que seria na Avenida Fernando Ferrari, em Goiabeiras. O termo já havia sido assinado pelo antecessor de Pazolini, Luciano Rezende (Cidadania). O povo de Vitória e Pazolini perderam, pois, de maneira elegante e civilizada, o prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio (União Brasil), entrou no circuito e doou uma área bem maior, no Trevo de Alto Laje, onde o Centro de Perícia, um dos mais modernos do País, será erguido.
No final do ano passado, a Prefeitura de Vitória havia impedido o Governo de iniciar as obras dos terminais do Aquaviário na Praça do Papa e na Ilha do Príncipe. O Município vinha exigindo um Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV). De acordo com a PMV, o documento é exigido pelo Plano Diretor Urbano (PDU) de Vitória em caso de empreendimentos enquadrados como geradores de impacto de vizinhança, como a implantação de um sistema metropolitano de transporte coletivo. No entanto, após a mediação realizada pelo Ministério Público do Estado, integrantes do Governo e da Prefeitura assinaram, em 11 de março deste ano, um Termo de Compromisso Ambiental e Urbanístico para a efetiva implantação dos novos atracadouros do Sistema Aquaviário na Capital.