Apontado como coordenador do chamado Gabinete do Ódio na Assembleia Legislativa, o ex-policial militar e advogado Walter Matias Lopes foi impedido pela Justiça de se aproximar de sua esposa. Matias teria agredido a vítima, Izabella Renata Andrade Costa. Logo depois do episódio – a agressão teria ocorrido no mês de agosto deste ano –, Matias foi exonerado do cargo que ocupava no gabinete do deputado estadual Lucínio Castelo de Assumção, conhecido como Capitão Assumção (Patriota).
Esta é a terceira medida protetiva expedida pela Justiça às vítimas com quem Matias foi casado. Em 6 de abril de 2015, a 1ª Vara Especializada em Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher também proibiu Matias de se aproximar de A.J.C.L. Em 22 de maio de 2017, porém, a Justiça revogou a medida e extinguiu a ação.
No dia 14 de dezembro de 2020, a juíza Brunella Faustini Baglioli, titular da mesma unidade judiciária, arquivou outro procedimento em desfavor de Matias. Arquivou por prescrição, pois, até data do arquivamento, o Ministério Público Estadual não havia oferecido denúncia contra o até então assessor parlamentar de Capitão Assumção.
O último procedimento contra Matias deu entrada no Fórum Criminal de Vitória em 23 de agosto de 2021. No mesmo dia, a juíza Brunella Faustini Baglioli, da 1ª Vara Especializada em Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, expediu nova medida protetiva, agora em favor da vítima Izabela Renata, com o seguinte despacho:
“Uma vez que a Requerente (Izabela) informa que o Requerido (Matias) deixou o lar conjugal há 01 (uma) semana, mas fornece o mesmo endereço residencial para ambos, promova o Sr. Chefe de Secretaria contato telefônico com a vítima, a fim de que forneça o endereço atualizado do Requerido”.
Nesta quinta-feira (02/09), a magistrada dá a seguinte informação na tramitação do procedimento: “Mandado de Medida Protetiva devolvido não entregue ao destinatário WALTER MATIAS LOPES”.
Mais tarde, porém, Walter Matias foi localizado pelo Oficial de Justiça e tomou conhecimento da intimação para cumprir das medidas: Mandado de Medida Protetiva devolvido entregue ao destinatário WALTER MATIAS LOPES cumprido em 02/09/2021 Requerido intimado das medidas protetivas – Mandado No.3459145.
Amigos próximos ao casal informaram que Matias e Izabella sempre tiveram um relacionamento romântico bonito. O ex-PM, inclusive, construiu uma mansão no terreno da família da moça, no bairro Joana D’Arc, em Vitória (e não em Jardim Camburi como este site havia informado anteriormente). Ele costuma mostrar fotos da residência, que é luxuosa.
Embora declarassem amor mútuo nas redes sociais, Matias e Izabella costumavam brigar. Conforme amigos do casal, Izabella, às vezes, também partia para agressões físicas contra o até então marido.
Izabella chegou a responder a Ação Penal nº 0019927-85.2017.8.08.0024, em que 14 mulheres foram denunciadas pelo Ministério Público do Estado pela acusação de associação criminosa e por atentado contra a segurança ou funcionamento de serviços públicos durante a ‘greve’ dos policiais militares, em fevereiro de 2017, no Espírito Santo.
No entanto, no dia 27 de setembro de 2019 ela foi absolvida junto com outras acusadas. Izabella, na época do aquartelamento dos policiais, já estava casada com Matias e era assessora parlamentar do então deputado federal Carlos Manato.
Já o ex-policial Matias foi condenado a quatro anos e três meses de prisão pela acusação de cometer crimes comuns durante o movimento paredista dos policiais capixabas em 2017. Na mesma ação, a juíza Gisele Souza de Oliveira, da 4ª Vara Criminal de Vitória, condenou o deputado Capitão Assumção a cinco anos e seis meses de prisão na Ação Penal número 0016850-68.2017.8.08.0024.
No dia 26 de agosto, o presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso, assinou o Ato nº 1380 que traz a exoneração de Matias, do cargo de comissão de Subcoordenador de Gabinete de Representação Parlamentar, do gabinete do deputado Capitão Assumção “por solicitação do próprio deputado”. O ato da demissão é assassinado também pelos deputados Dary Pagung e Coronel Alexandre Quintino, respectivamente, 1º e 2º secretários da Mesa Diretora.
Matias, que recebia salário mensal de R$ 7.467,34 na Assembleia Legislativa, era apontado como o assessor que comandava a produção de fake news usadas pelo deputado Capitão Assumção em suas redes sociais para atacar e xingar o governador Renato Casagrande outros membros do Governo Estadual e até colegas parlamentares.
Em suas redes sociais, o ex-PM e agora ex-assessor parlamentar Matias também faz a defesa veemente do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de suas falácias e ameaças à democracia.
