Estudantes do curso de Direito da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) tiveram o maior índice de aprovação no XXVII Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), cujo resultado final foi divulgado esta semana. O índice foi de 72,55%, estando à frente da Universidade de Brasília (UnB), com 69,92%; e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), com 63,70%.
O chefe de Departamento de Direito da Ufes, professor Flavio Cheim Jorge, comemorou o resultado e destacou o fato de o curso não oferecer disciplinas preparatórias para o Exame da Ordem.
“O resultado de nossos estudantes reflete a experiência adquirida por eles ao longo do curso, e não em uma disciplina preparatória específica”, explica o professor.
Flavio Jorge, um dos mais renomados advogados capixabas, afirma que o resultado do último exame da OAB consolida o histórico de sucesso do curso de Direito da Ufes, que sempre se manteve entre os dez cursos que mais aprovam em todo o Brasil. Em 2012, o curso da Ufes também obteve a primeira colocação no exame da Ordem, com percentual de aprovação de 80,80%.
“Isso reflete a dedicação e a capacidade dos docentes, além do compromisso e da qualidade ímpar de nossos alunos para a realização do exame da OAB, evidenciando que são formados e preparados para qualquer tipo de desafio”, ponta o professor.
Atualmente, a Ufes tem cerca de 600 estudantes matriculados no curso de Direito, que foi o mais procurado no Sisu 2019/01, com 2.692 inscritos.
Histórico
O curso de Direito da Ufes nasceu a partir do esforço e da dedicação de um grupo de estudantes capixabas que cursavam Direito em outros Estados e aqui residiam, conhecido como o “Clã dos estudantes capixabas”, o que confere ao curso a característica talvez inédita no País de uma instituição de Ensino Superior criada por iniciativa de estudantes.
Esse “Clã”, no início de 1930, começou a se reunir com a finalidade de lançar as bases para fundação de um curso jurídico no estado. Após meses de debates e reuniões desse grupo, em 4 de outubro de 1930, foi criada a Faculdade de Direito do Espírito Santo.
Para esse momento inicial foram convocados para atuarem como docentes da instituição os membros do Tribunal da Justiça, os juízes da Capital, alguns advogados entre os quais Carlos Xavier Paes Barreto; João Manuel de Carvalho; José Batalha; Oscar Faria Santos; Heráclito Amâncio Pereira; Walter Morais da Siqueira; Jair Tovar; Aristóteles Santos; Arnulpho Mattos; Manoel Pimenta; Alarico Freitas; Carlos Sá; Oswaldo Poggi.
Em 12 de Junho de 1931 o curso de Direito da Faculdade de Direito do Espírito Santo foi efetivamente implementado, tendo as atividades didáticas se iniciado em 15 de junho do mesmo ano em período noturno, nas dependências do Grupo escolar “Gomes Cardim” (hoje, a Fafi).
Dois anos mais tarde a faculdade mudaria suas instalações físicas para a Avenida Capixaba (hoje Jerônimo Monteiro). A foto ao lado mostra o prédio onde funcionava a antiga Faculdade de Direito, em frente ao Palácio Anchieta, na Cidade Alta. Mais tarde, o prédio se tornou Escola Técnica do Comércio Capixaba, hoje extinta.
O governo estadual passou a assumir definitivamente a manutenção da Faculdade em 1935, sendo dessa forma declarada oficial, através do Decreto nº 6.401 de 17 de junho daquele ano.
Em 1936, a primeira turma da Faculdade de Direito do Espírito Santo colou grau tendo como paraninfo o Prof. Heráclito Amâncio Pereira. Em 1950, ela passaria a integrar o sistema federal de ensino e, em 1961, seria incorporada à Ufes.
Em 1968, com o advento da reforma universitária, ocorreria a fusão com a Faculdade de Ciências Econômicas para dar origem ao Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas. A partir daí a história do curso foi marcada por muitas lutas e dissabores, mas também por muitas conquistas, a Faculdade prosseguiu em sua trajetória vitoriosa alcançando, cada vez mais, o respeito e o reconhecimento acadêmico e científico das sociedades capixaba e brasileira.
(Com informações também do Portal da Ufes)