Pesquisa divulgada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) revela que Vitória está entre as cinco capitais menos violenta do Brasil em número absoluto de homicídios, de acordo com dados de 2014. A capital dos capixabas registrou, ano passado, 135 assassinatos. Está atrás apenas de Rio Branco (133), Florianópolis (78), Palmas (74) e Boa Vista (55).
Quando a comparação é pelo número de habitantes, entretanto, Vitória ocupa a 14ª colocação como a mais violenta do País dentre todas as capitais. Registou em 2014 uma taxa de 38,4 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes.
Vitória passou duas décadas amargurando o ranking de uma das capitais mais violentas do País. De 2000 a 2010, a capital capixaba viveu dias de cão, em que o Estado e o Município não tinham políticas de combate à violência e tratavam a segurança pública com descaso total. A reviravolta veio em 2011, quando o governo criou, enfim, um programa inédito de segurança pública, que foi o Estado Presente. O programa foi idealizado e criado pelo ex-governador Renato Casagrande (PSB), sendo coordenado pelo delegado de Polícia Federal Álvaro Rogério Duboc Fajardo, então secretário Extraordinário de Ações Estratégicas.
Em 2000, Vitória registrou 190 assassinatos. O auge da violência foi em 2006, quando 231 pessoas foram mortas a tiros na capital do Espírito Santo. Se no ano passado, último período do Estado Presente, Vitória registrou 135 homicídios – o que representa uma taxa de 38,4 assassinatos para cada 100 mil habitantes –, em 2010 a taxa foi de 60,7 mortes para cada 100 mil habitantes. Vale registrar que 2010 foi o último ano do segundo mandato do atual governador, Paulo Hartung. Naquele ano, Vitória era a terceira capital mais violenta do Brasil – “perdia” apenas para Maceió e João Pessoa, com taxas de 94,5 e 71,6, respectivamente.
O número de homicídios em Vitória vinha num crescimento absurdo. A partir de 2011, todavia, a queda se acentua. Foi quando Renato Casagrande assumiu o governo com o propósito de mudar o quadro. Em maio do mesmo ano, ele colocou em prática o ‘Estado Presente’, cujo programa estabeleceu novo paradigma para a segurança pública no Estado, “ao associar estratégias de controle e prevenção da criminalidade”, conforme já definiu o ex-secretário Álvaro Duboc Fajardo.
O Estado Presente foi um modelo de gestão estruturado na análise permanente da mancha criminal, no monitoramento e na avaliação de resultados. O atual governo, de Paulo Hartung, deu sequência à parte da filosofia do programa, que, no entanto, mudou de nome. O Estado Presente agora se chama ‘Ocupação Social’, mantendo, porém, o foco de atuação nas áreas vulneráveis sob o aspecto social – ou seja, se propõe a levar ações do Estado às regiões onde ocorre maior número de assassinatos.
A pesquisa anual do FBSG mostra ainda que o governo federal investiu menos em segurança do que o Estado de São Paulo. De acordo com a pesquisa, foram R$ 8,1 bilhões investidos pela União em 2014, enquanto o paulista investiu R$ 10,4 bilhões (valores corrigidos). De acordo com a mesma pesquisa, a União reduziu os repasses para a área: em 2013, foram investidos R$ 8,7 bilhões com segurança pública.
O levantamento faz parte do 9º Anuário Brasileiro de Segurança Pública e coloca São Paulo como o Estado que mais investiu em segurança pública no ano passado. E relação ao investimento per capito, o Espírito Santo ocupa a 13ª colocação, com despesa de 310,78 por cada habitante em 2014.
Segundo o FBSP, o estudo foi feito a partir do cruzamento e da consolidação das informações da Secretaria do Tesouro Nacional, do Ministério da Fazenda, e das secretarias estaduais e municipais de Fazenda.
O anuário apresenta também números preocupantes em relação à taxa de mortes violentas (homicídios, lesão corporal seguida de morte e latrocínio) nas 27 capitais. O País registrou no ano passado 33 casos para cada 100 mil habitantes, o mesmo número de 2013.
(Mais informações a qualquer momento)