Os últimos dias deste mês de dezembro de 2024 serão tensos e agitados na Câmara Municipal de Vitória. É que, no dia 1º de janeiro de 2025, acontecerá a posse dos vereadores para a legislatura que se encerrará em 31 de dezembro de 2028. Nesse mesmo primeiro dia do ano vai ocorrer a eleição para a Mesa Diretora da Câmara. Até então, o pleito seria de chapa única, encabeçada pelo vereador reeleito Anderson Goggi (PP). Seria. É que, no meio do caminho, a base de apoio e de sustentação ao prefeito reeleito Lorenzo Pazolini (Republicanos) protocolou a Proposta de Emenda à Lei Orgânica que, se aprovada, cria a chamada ‘Lei da Mordaça’ dentro do Legislativo, tira o poder e prerrogativas dos vereadores e facilita a vida do prefeito e do Executivo Municipal a partir do próximo mandato.
Aliados de Pazolini tentaram aprovar as mudanças legislativa de forma célere na última sexta-feira (06/12). No entanto, a manobra não vingou, pois a sessão acabou encerrada por vícios formais na convocação, a partir de questionamentos apresentados em plenário pelo vereador André Moreira (PSol), alegando violação de dispositivos do Regimento Interno para esse tipo de convocação, e a sessão de fato foi derrubada.
Foi aí que um grupo de vereadores, até então aliados de primeira hora de Pazolini, se rebelou e decidiu – pelo menos por enquanto – não aderir à chapa única de Anderson Goggi, apoiado pelo prefeito. Liderados pelo vereador Aloísio Varejão (PSB), os dissidentes decidiram lançar outro nome para a sucessão do atual presidente, Leandro Piquet (Republicanos). Este nome é André Brandino (Podemos), reeleito no pleito de outubro deste ano.
Deste grupo dissidente, fazem parte, além de Brandino e Aloísio Varejão, os vereadores Dalto Neves (Solidariedade), Luiz Paulo Amorim (PV), Maurício Leite (PRD), Pedro Trés (PSB), Bruno Malias (PSB), Baiano do Salão (Podemos) e Ana Paula (Psol). Estes quatro últimos vão para o primeiro mandato. Os demais foram reeleitos.
Mantêm-se fiéis, ao menos por enquanto, à chapa de Goggi (Foto) os vereadores reeleitos Davi Esmael (Republicanos), Luiz Emanuel (Republicanos), Leonardo Monjardim (Novo) e os eleitos Aylton Dadalto (Republicanos), Camilo Neves (PP) e Mara Maroca (PP).
A vereadora reeleita Karla Coser (PT) e seu colega de partido, Professor Jocelino, eleito em outubro deste ano, não configuram em nenhum grupo. No entanto, a petista Karla tem dito nos corredores da Câmara de Vereadores que tem dificuldade em não apoiar a candidatura de Anderson Goggi, “porque ele é muito meu amigo”. Fazendo essa opção, Karla Coser leva junto o voto de Jocelino, que sempre foi amigo de Lorenzo Pazolini por conta “da ajuda que o prefeito dá às escolas de samba”. Além disso, Karla, que pertence à elite da política capixaba, tem preconceito ao nome de André Brandino, “por se tratar de um vereador do baixo clero”
De acordo com vereadores ouvidos pelo Blog do Elimar Côrtes, a eleição para a Mesa Diretora da Câmara Municipal de Vitória será vencida pelo grupo apoiado por Karla Coser. Vencendo Anderson Goggi, o prefeito Lorenzi Pazolini vai conseguir aprovar o chamado “pacote de facilidades”, que restringe o papel dos vereadores e dá super poderes ao chefe do Executivo Municipal.
Karla Coser foi reeleita com 7.256 votos. Fopi a mais votada no Espírito Santo em outubro de 2024. Seu colega, Professor Jocelino foi eleito com 3.251 votos. Karla é filha do deputado estadual João Coser (PT), que governou a cidade de Vitória por dois mandatos consecutivos. No entanto, no pleito de outubro, Coser ficou em segundo lugar na disputa ao cargo de prefeito. Pazolini foi reeleito no primeiro turno.