Candidata à Presidência da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional do Espírito Santo (OAB/ES) pela Chapa 10, Érica Neves ajuizou nesta segunda-feira (18/11) ação contra o atual presidente da OAB/ES e candidato ao terceiro mandato consecutivo, José Carlos Rizk Filho, pela acusação de espalhar mentiras através de um vídeo/áudio em tom sensacionalista que vem circulando em grupos de WhatsApp. A ação de número 5047872-15.2024.8.08.0024 está na 8ª Vara Cível de Vitória e pede que um perito nomeado pela Justiça faça a análise de veracidade do suposto áudio cujos trechos têm sido divulgados por Rizk Filho em suas redes sociais. As eleições gerais na Ordem acontecem na sexta-feira (22/11).
Esta nova reação da candidata se deu horas depois dos aliados de Rizk Filho divulgarem vídeo e o resultado de um suposto laudo de uma suposta conversa de Érica com um empresário. O laudo foi feito pelo perito criminal Renan Costa Loyola (Foto), que trabalha na Polícia Científica do Estado, a pedido do advogado Alencar Macedo Ferrugini, que também gravou um vídeo sobre o resultado e postou em suas redes sociais. No laudo, o perito Renan afirma tratar-se da voz de Érica Neves.
Renan pontua no laudo que fez a perícia em cima de um arquivo enviado para seu e-mail: “Atendendo a solicitação supramencionada, este signatário recebeu, através do seu email pessoal, um arquivo de áudio, um arquivo de vídeo e um link de uma gravação de vídeo disponibilizada na internet, para que sejam utilizados nos exames.”
No entanto, Érica Neves informa na ação que, com a proximidade das eleições gerais na Ordem, sobretudo após a divulgação, pela imprensa, das reais chances de vitória de sua chapa, tomou de conteúdo “calunioso e difamatório compartilhado pelo INTERESSADO [Rizk Filho] no aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp”. Explica que, a partir do seu número de telefone, o presidente da OAB/ES “encaminhou vídeo produzido em tom sensacionalista, composto por supostos diálogos nitidamente cortados, editados, manipulados, cujo suposto interlocutor sequer é identificado”.
Ainda segundo a ação protocolada, a defesa da advogada alega que Rizk utiliza as mídias sociais para disseminar discursos de ódio, de forma proposital para os advogados capixabas, com intuito de influenciar o resultado das eleições: “Com a proximidade das eleições, a requerente [Érica Neves] e seu grupo político passaram a ser alvo de fake news, sobretudo após a divulgação, pela imprensa, das reais chances de vitória. Foi nesse contexto que a autora tomou conhecimento de vídeo de nítido cunho calunioso e difamatório compartilhado pelo interessado no aplicativo de mensagens WhatsApp. Trata-se, infelizmente, de estratégia de campanha criminosa, que tem sido vista nas eleições políticas de todo o mundo e que passou a ser replicada nas eleições da OAB”, diz trecho do documento.
No último sábado (16/11), a candidata Érica Naves já havia protocolado ações na Justiça em desfavor de integrantes da Chapa 01, encabeçada por Rizk Filho, pela acusação de disseminarem discursos de ódio por meio de fake news e deep fake de forma orquestrada para advogados, com intuito de influenciar o resultado das eleições marcadas para a próxima sexta-feira (22/11).
Érica Neves pede à Justiça que seja determinada a citação do presidente da OAB/ES para exibir em Juízo o áudio da suposta gravação e o aparelho celular exibido nela. Requer, ainda, a realização da prova pericial e indica o perito criminalístico Rodrigo Kleinübing, da PUC do Rio Grande do Sul e membro da Associação Brasileira de Criminalística, para atuar como assistente técnico do perito a ser nomeado pela Justiça, para que os profissionais possam explicar se o áudio é verdadeiro e se houve cortes ou montagens. A Justiça irá notificar Rizk Filho para apresentar o arquivo original do áudio e o dispositivo usado para fazer a gravação.