Presidente do Consórcio Brasil Verde, o governador Renato Casagrande (PSB) viaja nesta quinta-feira (07/11) para o Azerbaijão, que vai reunir representantes de 198 países e territórios durante a 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29). O encontro vai ocorrer entre os dias 11 e 22 deste mês. Casagrande disse, na tarde desta quarta-feira (06/11), que um dos temas a ser debatido no encontro é a preocupação com a vitória do megaempresário Donald Trump (Republicanos), que acaba de ser eleito presidente dos Estados Unidos.
Depois de lançar o portal de integração da Rede Estadual de Dados em Saúde (REDS), o Integra Saúde Capixaba, no Palácio Anchieta, Casagrande conversou com o Blog do Elimar Côrtes sobre suas expectativas para a COP29, a ser realizada na cidade de Baku, no Azerbaijão, país que fica na Ásia e integrou a extinta União Soviética. O governador do Espírito Santo, que mais cedo, em suas redes sociais, já havia lamentado a vitória de Trump no que diz respeito às políticas para o meio ambiente, voltou a comentar a eleição do político, que volta a governador os EUA pela segunda vez:
“Minha expectativa para a COP29 é positiva, porque nós vamos ter a oportunidade de levar o nosso exemplo aqui do Espírito Santo para os demais países. E levar também a presença do Consórcio Brasil Verde com os demais Estados. Mas levamos uma preocupação também com a eleição do Trump. A eleição do Trump coloca uma responsabilidade muito grande nos estados americanos, nos entes subnacionais americanos, porque Donald Trump não tem identidade com a pauta das mudanças climáticas. Ele naturalmente não terá políticas e ações para a gente fazer mitigação dos efeitos dos eventos climáticos extremos. Então, os governadores americanos terão um papel muito importante para as mudanças. E é um assunto que nós já vamos tratar lá na COP, que é a integração dos Estados, dos entes subnacionais brasileiros com os entes subnacionais americanos”.
Renato Casagrande afirmou ainda que o governo brasileiro também deve ficar preocupado com o futuro das políticas de enfrentamento às mudanças climáticas com a eleição de Trump: “Os sinais que eu recebi hoje também são referentes à preocupação em relação a esse tema em especial, que é um tema caro para o Planeta Terra e que um país poderoso como os Estados Unidos, se não tiver ações voltadas para poder fazer a redução das emissões e investimento em adaptação e mitigação, poderá ser um grande prejuízo para o mundo”.
Donald Trump, 78 anos, foi eleito o 47º presidente americano. Ele atingiu o número de 277 delegados no Colégio Eleitoral, dos 270 necessários para garantir a vitória. om pautas anticlimáticas, Trump venceu em estados considerados “cruciais” para a vitória na disputa antes desenhada como acirrada contra a democrata Kamala Harris. Em linha inversa, com intensa defesa de pautas ligadas à defesa do meio ambiente e mudanças climáticas, o governador capixaba alertou para o que a vitória dos republicanos pode implicar:
“A vitória de Donald Trump nos EUA, sem compromisso claro com ações de mitigação dos impactos das mudanças climáticas, exigirá uma resposta firme dos estados subnacionais americanos, que precisarão liderar a transição energética e adotar medidas de adaptação”, escreveu Casagrande numa rede social.
Renato Casagrande embarca nesta quinta-feira para o Azerbaijão e deve retornar ao Brasil na madrugada do dia 17 de novembro. O governador capixaba participará de eventos como palestrante, mostrando a experiência de projetos de sucesso de preservação do meio ambiente no Espírito Santo, além de reuniões bilaterais com oportunidades de parcerias, de cooperação e financiamentos. Estão programadas a assinatura de decretos e outros anúncios e lançamentos durante a COP29.
Casagrande organizará o painel “Para a Diplomacia Verde: Estratégias Subnacionais para uma Infraestrutura Sustentável e com a Adaptação Climática”. O governador também terá agendas com o World Climate Foundation; MMA e MRE; New Development Bank (Novo Banco de Desenvolvimento); ICLEI; Comitê das Regiões Europeu, que representa os municípios da União Europeia; Câmara Internacional do Comércio; Banco de Desenvolvimento da América Latina e WWF.
Ainda na quarta-feira (06/11), Casagrande fez a transferência do cargo para o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB), atual secretário de Estado de Desenvolvimento, que responderá pelo governo pela sexta vez desde o início da administração.
Durante a 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), no Azerbaijão, líderes mundiais debaterão a crise climática e dezenas de acordos e negociações acerca do tema, mas este ano, uma discussão prevalecerá: o desenho de um financiamento climático global. Uma nova geração de Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) alinhadas à missão de manter o planeta 1,5 grau Celsius acima do período pré-industrial é o principal dever das partes que assinam o Acordo Paris. Nelas, os países apresentarão as ambições que pretendem transformar em ação para contornar a crise climática, mas para que tudo funcione é necessário saber quanto tudo isso custará e quem pagará a conta.