O secretário de Estado de Esportes e Lazer, José Carlos Nunes da Silva, vem realizando um trabalho considerado Nota 10 à frente das Pasta. Ex-deputado estadual (PT), ele assumiu o cargo no dia 2 de janeiro de 2023, logo no início do terceiro mandato do governador Renato Casagrande (PSB). Nesta entrevista ao ‘site’ Blog do Elimar Côrtes, Nunes fala da importância de um dos mais importantes programas da Sesport, que é o Bolsa Atleta, que neste ano está contemplando 234 atletas de diversas modalidades esportivas, um número 43 a mais que no edital anterior. Representa um investimento de R$ 3,9 milhões feito pelo Governo do Estado. No total, são pagas aos selecionados 12 parcelas, com valores de acordo com cada categoria: estudantil (R$ 500,00), nacional (R$ 1.500,00), internacional (R$ 2 mil) e olímpico (R$ 4 mil). As parcelas são pagas mensalmente, no primeiro dia de cada mês.
“O Bolsa Atleta na realidade é uma forma que o governo encontrou em poder ajudar esses atletas, principalmente, de alto rendimento”, diz o secretário Nunes. Ele fala também do otimismo na conquista de medalhas olímpicas de atletas capixabas beneficiados pelo ‘Bolsa’, no Jogos Olímpicos de Paris.
Nunes mostra ainda como é a importante participação da Sesport nas ações do Programa Estado Presente em Defesa da Vida e destaca o que o governador Renato Casagrande pediu para desenvolver o futebol profissional e colocar o Espírito Santo na vanguarda dos eventos esportivos, que é o estudo para construir um ginásio poliesportivo, com capacidade para 12 mil pessoas na área onde hoje estão a Casa de Custódia de Vila Velha (CASCUVV), o Instituto de Reabilitação Social (IRS) e a Diretoria de Operações Táticas da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), ao pé do Parque da Manteigueira, na Glória, em Vila Velha, e à margem da Baía de Vitória, além da construção de 10 estádios de futebol para comportar até 5 mil torcedores nas microrregiões do Espírito Santo. Esta notícia já foi notícia em primeira mão pelo Blog do Elimar Côrtes, na quarta-feira (03/04)
Blog do Elimar Côrtes – Secretário, qual a importância do projeto bolsa atleta para o Espírito Santo?
José Carlos Nunes da Silva – Sem sombra de dúvida é uma ferramenta muito importante para a vida do atleta. O Bolsa Atleta na realidade é uma forma que o governo encontrou em poder ajudar esses atletas, principalmente, de alto rendimento. Eu tenho dois filhos que que são atletas, mas infelizmente a modalidade que eles praticam não permite ter acesso ao Bolsa Atleta. Trata-se de uma modalidade nova, que é o MMA. Como essa modalidade não tem Confederação e nem Federação aqui no Brasil acaba inviabilizando apoio a esses atletas. Porém, em outras modalidades esportivas a gente cria mecanismos para que esses atletas possam receber esse apoio do Governo do Estado para a manutenção de resultado. Quando um atleta tem resultado, isso o possibilita a continuar recebendo ajuda do ‘Bolsa’. Nós temos outros programas vinculados ao Bolsa Família, que é o Voe Atleta. Trata-se da compra de passagem que o governo faz para esses atletas de alto rendimento poder fazer competições a nível nacional, a nível internacional para que possibilite a ele não só manter o ‘Bolsa’, mas também ser um atleta que cria as possibilidade pra obter Bolsa Atleta. Então, sem sombra de dúvida é uma ferramenta muito importante para esses atletas.
– O Governo está otimista na obtenção de medalhas nos Jogos Olímpicos de Paris, que começam em julho?
– Hoje temos três atletas: Déborah Medrado e Sofia Madeira, da Seleção Brasileira de Conjunto de Ginástica Rítmica, que vão a Paris conquistou a vaga para a Olimpíada de Paris. O outro atleta é o Pedro Alves, da Seleção Brasileira de Taekwondo. Os três têm condições de trazer medalhas pra nós, porque já estão, inclusive, ranqueados. Débora, Sofia e o Pedro estão muito confiantes.
– A Sesport também dá muito apoio aos paraatletas, né?
– Verdade. Nós temos aqui atletas que têm possibilidades reais. Eles têm chances de trazer medalhas pra gente também. Temos a Sabrina e a Patrícia. A Patrícia é uma paratleta nossa e bolsista. Na natação a gente não encontra adversária para ela, porque a Patrícia é uma pessoa bastante dedicada, bastante focada. É uma pessoa que tem um potencial muito grande de representar muito bem o Espírito Santo. Patrícia já está classificada para as Paraolimpíadas de Paris.
– O governador Renato Casagrande tem como um de seus pilares o Programa Estado Presente em Defesa da Vida, que atua no combate à violência com a repressão policial e, ao mesmo tempo, com a implementação de políticas públicas, sobretudo, nas áreas de vulnerabilidade social. Qual é a participação da Sesport dentro do Estado Presente.
– Temos uma política, que a gente está iniciando a partir deste ano do terceiro segundo mandato do governador Renato Casagrande. Todos os equipamentos esportivos estarão sendo levados para as áreas do Estado Presente: Campo Bom de Bola, Prática Saudável, Academias Populares, Quadra Poliesportiva. Ou seja, há uma política direcionada do Governo do Estado para que a gente possa atender os territórios do Estado Presente, onde a gente encontra a maior vulnerabilidade e, portanto, há uma prioridade do Governo em estar fortalecendo o esporte, chegando o esporte a essas comunidades. Então, essa é uma política que o governador Casagrande dialoga não só com a Secretaria de Esporte, mas também com outras Secretarias para que a gente possa focar dentro do Estado Presente.
– Alguma previsão de entregas nessas áreas para os próximos três anos?
– Com certeza. Tem uma um planejamento feito pela Secretaria de que quase que 70% de todo equipamento que a gente vier a fazer serão entregues nessas comunidades. Temos 10 municípios dentro da área estabelecida pelo Estado Presente. A ideia é atingir todas elas. Então, assim, essas ferramenta com certeza vão dar outra vida a essas pessoas das comunidades de baixa renda, de vulnerabilidade de risco. Esse é trabalho feito junto com outras Secretarias, como a Segurança Pública, Direitos Humanos, com os CRJs (Centros de Referência das Juventudes). É uma política direcionada do Governo do Estado para essas comunidades.
– Em relação ao futebol profissional, há algo que o Governo do Estado pode fazer para dar mais incentivo?
– Todas as modalidades esportivas têm uma importância muito grande e um significado muito grande para os nossos atletas. O Espírito Santo é um celeiro de bons atletas em todas as modalidades. E a gente sempre tá trazendo medalhas nas competições. O que falta na realidade é um pouco mais de estrutura. Primeiro, pra gente conseguir manter esses bons atletas de várias modalidades no Estado, é preciso ter boa estrutura. Portanto, há um debate, uma conversa, inclusive, com o governador [Renato Casagrande] que pediu pra que a gente fazer um estudo para a construção de ginásio ginásio poliesportivo, com capacidade para 12 mil pessoas, com o objetivo de levar modalidades de diversas práticas esportivas para essa estrutura. Esse estudo está sendo viabiliza pela Sesport.
Paralelo a esse projeto, que chamamos de Arena ES, pensamos também na construção miniestádios. Cada uma das 10 microrregiões do Estado ganharia um miniestádio de futebol que possa, inclusive, criar as condições para realização de jogos do Campeonato Capixaba. Ou seja, cumprir a uma das exigências da Federação de Futebol, com a construção de estádios com capacidade de receber até 5 mil torcedores. Esse é o projeto que temos para atender essas microrregiões, que se chama Campo Perfeito. Cada microrregião teria um estádio para atender os clubes e as torcidas, para evitar o que aconteceu na final do Capixabão de 2023, quando tivemos duas equipes do interior, uma de Nova Venécia e outra de Águia Branca (Real Noroeste). E o que que acontece? O Nova Venécia, pelo fato de não ter nenhum estádio com capacidade para 5 mil pessoas na sua região, teve que trazer o primeiro jogo para dentro do Estádio Kleber Andrade, em Cariacica. Isso acabou que não conseguiu trazer boa parte de sua torcida para assistir o primeiro jogo da decisão, que terminou em 0 a 0. E a o gente sabe que os times jogam muito quando têm apoio de sua torcida. No segundo jogo, a final ficou dentro do campo do Real Noroeste, lá dentro do estádio deles e aí com uma configuração completamente diferente ou seja com muita torcida do Real Noroeste. Resultado: o time de Águia Branca venceu por 3 a 1 e se tornou campeão. Queremos dar oportunidades a todos os clubes, para que as agremiações possam levar para perto de seus torcedores os seus jogos.
– O Arena ES e os 10 miniestádios serão construídos com investimentos do próprio Governo do Estado?
– Isso aí. São projetos do Governo do Estado, com recursos 100% do Tesouro Estadual, para que possamos viabilizar esses dois grandes projetos. É claro que a gente ainda trabalha na possibilidade. Outra é a de fazer um estudo de ampliação da capacidade de público do Kléber Andrade, porque hoje ficamos impedidos de trazer grandes clásticos para o Estado justamente por conta da capacidade do estádio. Fico imaginando agora em ver um dos nosso times indo para a Série B ou para Série A do Campeonato Brasileiro. Com certeza, isso ocorrendo, a gente volta novamente a oxigenar nosso futebol. Os times capixabas, automaticamente, acabam também levando torcida para os estádios. Essa é a nossa intenção, é preparar o Espírito Santo para o esporte para receber bastante pessoas, bastante público, bastante turista para assistir grandes jogos aqui. Como era antigamente. O futebol nosso antigamente dava estava muito prazer a gente ir no estádio. Hoje, infelizmente, a gente acabou perdendo essa pegada devido à falta de investimento dos clubes. Um prejuízo muito grande para o futebol capixaba. E agora, com as equipes pensando num projeto maior, com o Rio Branco se tornando uma SAF – time empresa – e a Desportiva também tem essa planejamento, vai concretizar a evolução do esporte. Estamos muito confiantes de que o futebol capixaba dará uma guinada para gente voltar a ter clássicos importantes em nossos estádios.
– Mais algumas colocações que o senhor gostaria fazer?
– Só agradecer a oportunidade e dizer que a gente está aqui na Secretaria não só trabalhando essa questão de entregas, mas é muito importante também obter algumas informações para o esporte. Nós vamos realizar no dia 16 de abril um ciclo de cinco conferências com a intenção de criar um Plano Estadual do Esporte. O Espírito Santo hoje não tem nenhum plano que possa sequência a um trabalho. A ideia nossa é criar um plano para os próximos 10 anos para gente como é que a queremos a 2034 com o esporte capixaba. O objetivo é ver e descobrir qual a vocação esportiva de cada região do Estado, se é futebol, se é natação, se é vôlei, se é basquete, se é handebol, se é vôlei de praia, voo livre. Ou seja, precisamos ter um plano para que possamos direcionar mais assertivamente, direcionar os recursos públicos para poder criar condições, pra gente ter bons atleta para nos representar em competições nacionais e internacionais.