O Espírito Santo vai receber até o ano de 2027 um pacote histórico de investimentos públicos e privados de R$ 65,8 bilhões. O montante está distribuído em 981 projetos, abrangendo todos os 78 municípios capixabas. O anúncio foi feito pelo secretário Estadual da Economia e Planejamento, Álvaro Duboc, o diretor-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Pablo Lira, e o diretor de Integração do órgão, o pesquisador Antônio Rocha, durante coletiva de imprensa no Palácio da Fonte Grande. Ao final da coletiva, o governador Renato Casagrande (PSB), que se encontrava em outro compromisso no Palácio Anchieta, comemorou, pelas redes sociais, o resultado da Carteira de Investimentos Anunciados e Concluídos 2022-2027.
“Boa notícia! De acordo com o @ijsn_es, estão previstos mais de R$ 65 bilhões em investimentos públicos e privados em todas as microrregiões do ES até 2027. Um avanço de +31% em relação à carteira anterior. Isso significa mais renda, trabalho e desenvolvimento para os capixabas!”, escreveu Casagrande.
A Carteira de Investimentos Anunciados e Concluídos 2022-2027 mostra que o montante que o Espírito Santo vai receber em investimentos públicos e privados nos próximos cinco anos representa acréscimo de 31,5% em relação ao período anterior. O estudo leva em conta empreendimentos com valor individual acima de R$ 1 milhão. De acordo com Pablo Lira, o aumento em relação ao número de projetos da carteira anterior chegou a 36,8%. Do total, R$ 40,6 bilhões já estão em execução e o restante, R$ 25,2 bilhões, encontra-se em estágio de oportunidade.
Dentre os setores da economia, a Indústria se destaca com 91,8% do volume de investimentos anunciados, com cerca de R$ 60 bilhões. Os segmentos que mais devem receber investimentos são Indústria da construção, com R$ 32,6 bilhões, seguido pela Indústria extrativa (R$ 18 bilhões), Indústria de transformação (R$ 9 bilhões) e da Eletricidade e gás (R$ 700 milhões). O grande setor Comércio, serviços e administração pública representou 8,2% do total projetado.
Em relação à distribuição regional, o levantamento mostra que os municípios com o maior número de projetos são aqueles localizados nas regiões litorâneas do Estado, como é o caso das microrregiões Metropolitana (338 projetos), Nordeste (112 projetos), Rio Doce (110 projetos) e Litoral Sul (65 projetos). Juntas, essas microrregiões somam 625 projetos e representam 91,8% do total dos investimentos anunciados para o Estado (R$ 60,4 bilhões).
“Hoje, a carteira de investimentos do Espírito Santo tem uma distribuição regional mais equilibrada que há alguns anos, com projetos presentes nas dez microrregiões do Estado. Essa diversificação é fruto das ações do Governo do Estado, em parceria com setor produtivo, as federações e municípios. É uma excelente notícia que mostra que estamos conseguindo registrar crescimento econômico, com geração de emprego e renda. Isso se traduz em melhor qualidade de vida, oportunidades e prosperidade para os capixabas. Podemos dizer que o Espírito Santo é uma terra de oportunidades”, destacou o diretor-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves, Pablo Lira.
O vice-governador e secretário de Estado de Desenvolvimento, Ricardo Ferraço (MDB), que não pode participar da coletiva por se encontrar numa agenda em Brasília, destacou que o Estado está sempre apto a receber novos investimentos:
“O Espírito Santo está de portas abertas para bons projetos, para bons investidores. O Governo do Estado, as instituições, o poder público, têm o compromisso de criar um ambiente favorável que estimule os empreendedores, favorecendo a criação de novos negócios, oportunidades e de empregos e renda para o trabalhador. Investimentos públicos e privados pautam o crescimento econômico do Estado. Registramos conquistas importantes, como a Nota A pelo 12º ano consecutivo na avaliação do Tesouro Nacional e o recorde na geração de empregos no primeiro semestre. Nosso Estado tem competitividade e o Governo o compromisso contínuo com o desenvolvimento em todas as regiões”, destacou.
O secretário Álvaro Duboc informou que o Espírito Santo sempre teve um desenvolvimento desequilibrado pelo fato de os municípios da Região Metropolitana receberem atenção maior dos investimentos privados. Desde seu primeiro mandato (2011/2014), entretanto, o governador Renato Casagrande mudou essa visão e o Executivo Estadual passou a direcionar investimentos públicos para as demais regiões:
“O governador nos orienta a priorizar investimentos em outras regiões, onde o setor privado não tem avançado. Por isso, criamos Conselhos de Desenvolvimento em cada uma das regiões administrativas do Estado. Para o próximos anos, portanto, a maior parte dos investimentos (52%) dos R$ 65,8 bilhões vão para municípios fora da Grande Vitória”, explicou Duboc.
Ele também elogiou o Instituto Jones dos Santos Neves pelo estudo realizado, afirmando tratar-se de uma ferramenta fundamental para entender como o desenvolvimento social e econômico caminha no Espírito Santo. “É um painel flutuante, que mostra como o Estado tem alcançado êxito na captação de investimentos. Esse sucesso se deve à boa gestão fiscal do Estado, que, por ser ‘Nota A’ há mais de 10 anos pelo Tesouro Nacional, possibilita atrair investimentos privados. O Espírito Santo tem uma extraordinária capacidade de investimentos e a menor taxa de endividamento do País, entre os entes federados”, acrescentou Álvaro Duboc.
O secretário Álvaro Duboc destacou a alta capacidade de investimento do Governo do Estado. “Realizamos no período 2019-2022 o maior investimento da história do Espírito Santo. Foram cerca de R$ 8 bilhões investidos no período. A criação do Fundo de Infraestrutura, reservando recursos específicos para este fim, foi uma das medidas acertadas do governador Renato Casagrande e que possibilitaram que o Estado ultrapassasse o difícil período da pandemia — especialmente os anos de 2020 e 2021 —, mantendo o alto nível de investimentos”, salientou.
Duboc completou: “paralelamente aos investimentos públicos, o Espírito Santo também é destaque na atração de investimentos privados, com plantas industriais e centros de distribuição do setor atacadistas sendo instalados e ampliados no território capixaba ano após ano, o que reflete a ampla competitividade do Estado no cenário nacional e é fruto de um ambiente econômico equilibrado e de uma gestão marcada pela solidez fiscal”, completou.
Origem do capital
O levantamento realizado pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) indica ainda a origem do capital empregado nos investimentos anunciados para o Estado. O estudo classifica os valores em quatro categorias: Privado Nacional, Público, Capital Misto e Estrangeiro. Os projetos de capital Privado Nacional correspondem a maior parcela dos investimentos, com 65,9% do valor previsto no período (R$ 43,3 bilhões). Destaques para empreendimentos nos setores como transporte rodoviário e ferroviário, construção civil para fins residenciais e comerciais, terminais portuários, centros logísticos, geração e transmissão de energia elétrica, siderurgia e metalurgia e saneamento básico. Ao todo, são 187 projetos privados previstos no Estado.
Os investimentos Públicos representam 23,5% do total previsto para o período 2022-2027, somando aproximadamente R$ 15,4 bilhões em 775 obras dos governos municipal, estadual e federal. Entre os destaques estão projetos ligados à mobilidade rodoviária, melhorias na mobilidade urbana, estradas rurais, melhorias no sistema de abastecimento e saneamento urbano, além de obras de macrodrenagem, construção de unidades habitacionais, saúde, infraestrutura logística, educação, segurança pública, cultura e lazer.
Os investimentos de Capital Misto representam 8,6% do total, somando cerca de R$ 5,6 bilhões. São projetos nas áreas de exploração e produção e distribuição de petróleo e gás natural. Os investimentos com Capital Estrangeiro, que representam 2,1%, somam cerca de R$ 1,4 bilhão. Nessa categoria, estão previstos, entre outros, projetos voltados à exploração e produção de petróleo e gás natural tanto em terra quanto no mar.
Painel Investimentos ES
Desde 2000, o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) divulga, anualmente, informações sobre os investimentos anunciados para o Espírito Santo. O documento tem por objetivo fornecer sinais indicativos a respeito da economia capixaba, por meio de um levantamento sistemático dos projetos em execução e em oportunidade no Estado, públicos e privados, com valor individual superior a R$ 1 milhão.
A partir de 2021, o documento também passou a ser disponibilizado em formato interativo, facilitando o acesso aos dados coletados no estudo. O Painel Investimentos no ES permite ao usuário obter, de forma rápida e transparente, informações dos valores anunciados e concluídos por período, por município e por microrregião. A ferramenta permite ainda consultas como a participação por origem do capital, por projetos e também por setor, de acordo com a CNAE 2.0.
Principais Investimentos em Oportunidade no Espírito Santo 2022-2027
1- Construção da Ferrovia EF 118 – Trecho Cariacica – Anchieta (R$ 6 bilhões)
2- Duplicação da Rodovia BR 101, num total de 443,2 km atravessando o estado do Espírito Santo (R$ 3,2 bilhões)
3- Construção da primeira fase do Porto Central em Presidente Kennedy (R$ 2,3 bilhões)
4- Ampliação do Portocel em Aracruz (R$ 2 bilhões)
5- Construção do edifício Vernissage na Enseada do Suá, Vitória, pela Galwan (R$ 700 milhões)
6- Implantação de terminais de granéis líquidos combustíveis no Cais do Atalaia pela Navegantes Logística Portuária (R$ 550 milhões)
7- Construção do Complexo de Saúde Norte pelo Governo do Estado (R$ 370 milhões)
8- Reabilitação da Rodovia Darly Santos, trecho rodovia Carlos Lindenberg a rodovia ES-060 (R$ 313 milhões)
9- Construção do Condomínio Logístico Areia Branca, em Cariacica (R$ 300 milhões)
10- Implantação da Rodovia ES 466, trecho: BR 101 (Vila Velha a BR 262 a Viana) (R$ 280 milhões)
Principais Investimentos em Execução Espírito Santo 2022-2027
1- Implantação no Projeto Integrado do Parque das Baleias (IPB) pela Petrobras (R$ 5,6 bilhões)
2- TCA – Termo de Compensação Ambiental da Vale S.A. (R$ 4,67 bilhões)
3- Projeto de exploração de petróleo Wahoo pela PetroRio (R$ 4,2 bilhões)
4- Imetame Porto Aracruz (1,7 bilhões)
5- Ampliação da Simec em Cariacica (R$ 1,5 bilhão)
6- Expansão da Samarco em Anchieta (R$ 1,3 bilhão)
7- Projeto de melhoria da produção e controle ambiental na planta de Tubarão pela ArcelorMittal (R$ 1,9 bilhão)
8- TCA – Termo de Compensação Ambiental da ArcelorMittal (R$ 1,1 bilhão)
9- Ampliação da fábrica da Garoto em Vila Velha (R$ 1 bilhão)
10- Desenvolvimento e produção de petróleo e gás dos campos em terra no Polo Cricaré pela Seacrest (R$ 1 bilhão)
(Com informações também da Assessoria de Imprensa do IJSN)