O inspetores penitenciários Walace da Silva Pimentel e Tassiana Marques da Silva da Silva Salvador, diferentemente do que a imprensa divulgou, não foram presos por tráfico no interior da Bahia. Levados para a Delegacia de Polícia de Teixeira de Freitas, no Sul da Bahia, eles foram ouvidos e liberados, sem sequer serem autuados. E sequer assinaram Termo Circunstanciado. Walace é diretor adjunto do Centro de Detenção Provisória de Cachoeiro de Itapemirim e vai ser exonerado do cargo, segundo a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus).
No domingo (22/08), Walace e Tassiana, que são amigos, foram abordados por uma guarnição da Polícia Militar na cidade de Nova Viçosa, Sul da Bahia. Eles estavam em um carro, pertencente a Walace, com três outros homens, sendo um adolescente.
No veículo foram encontrados meio quilo de maconha, armas e 14 maços de cigarro. Segundo a 89ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Mucuri), o carro foi parado em uma abordagem após uma denúncia anônima que indicava as características do veículo com a placa de Marataízes.
Walace, que exerce atividade pesqueira e viaja com frequência para o Estado da Bahia, uma vez que possui um barco na cidade de Alcobaça, estava levando três pescadores para trabalhar na região. Na abordagem, os policiais encontraram substância ilícita similar a maconha na mochila de um dos ocupantes do veículo, contratado por Walace.
De acordo com o despacho (05298/2021) do delegado de Polícia Marcos Renato de Lima Ludovico, o menor J.P.S. assumiu a propriedade dos entorpecentes e assinou um Termo Circunstanciado pela posse da maconha. Walace, Tassiana e os outros dois pescadores foram ouvidos e liberados em seguida. As armas foram devolvidas aos dois inspetores penitenciários.
Em nota, o Sindicato dos Inspetores Penitenciários do Estado do Espírito Santo (Sindaspes) repudiou o que chamou de “ação irresponsável e criminosa da guarnição da PM pela exposição indevida da imagem dos servidores e da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus). O Departamento Jurídico da entidade está à disposição para tomar as providências cabíveis em favor dos servidores”.
Também em nota, a Sejus informou que a Corregedoria da Pasta irá apurar a conduta dos dois servidores, “que podem responder administrativamente pelos fatos praticados”. A Sejus, no entanto, reitera que o diretor adjunto do Centro de Detenção Provisória de Cachoeiro de Itapemirim, Walace Pimentel, será exonerado do cargo em comissão.