O Espírito Santo é o Estado brasileiro que mais investiu em pesquisa e inovação em 2020, ficando atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. A informação é do Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap) e foi divulgada pelo governador Renato Casagrande (PSB), em artigo que ele publicou no Blog do Elimar Côrtes, na manhã de terça-feira (27/07), com o título ‘Inovar é com a gente’.
“O resultado ganha peso ainda maior, se considerarmos as dimensões territoriais, populacionais e econômicas do Espírito Santo. E os frutos desses investimentos já estão sendo colhidos tanto no setor público quanto na iniciativa privada”, resumiu o governador no artigo.
Um dos órgãos estatais responsáveis por essa conquista é a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes), que fomenta a Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação capixaba por meio de incentivo financeiro e oferta de bolsas de capacitação. Na manhã de quarta-feira (28/07), a diretora-presidente da Fapes, Cristina Engel de Alvarez, deu mais informações sobre o relatório anual divulgado pelo Confap.
Em 2020, a Fapes executou um orçamento total de R$ 97.068.844,65. O Estado de São Paulo, que ficou em primeiro lugar, executou R$ 1.342.100.000,00. Em seguida, está o Estado do Rio, com valor de R$ 416.500.000,00.
“Os números são impressionantes, porque os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro são muito fortes nessa política”, resume a presidente da Fapes, a professora Cristina Engel.
Quando os valores são comparados com o Produto Interno Bruto (PIB) de cada estado, o Espírito Santo ocupa o primeiro lugar. Considerando que o Estado de São Paulo, segundo dados do IBGE, é hoje o primeiro lugar no PIB brasileiro, o Rio de Janeiro possui a segunda posição, enquanto o Espírito Santo ocupa a 11° no ranking do PIB brasileiro.
“O Confap divulga valores brutos, mas o resultado comparado com o PIB é mais real. O resultado é muito bacana, pois comprova que o Espírito Santo, apesar das dificuldades impostas pela pandemia do novo coronavírus, manteve todos os investimentos. Não deixamos baixar a bola”, comemora a presidente da Fapes, Cristina Engel.
Segundo ela, o investimento nas áreas da pesquisa e inovação é uma aposta que o Espírito Santo faz para incrementar a economia do Estado:
“O resultado que nos coloca como o terceiro Estado que mais investe nas ciências e na inovação é a esperança de que continuemos nessa mesma toada. O Espírito Santo está mantendo uma linha adequada visando o desenvolvimento. E um dos aspectos do crescimento tem que ser, de fato, a pesquisa e a inovação”, explica Cristina Engel.
A diretora-presidente da Fapes acredita que o resultado do Confap vai atrair mais investimentos privados para as pesquisas na área tecnológica no Espírito Santo: “A Fapes já conta com a parceria da iniciativa privada e este ano a expectativa é de investimentos em torno de R$ 131 milhões. O maior aporte de recursos, hoje, é do setor público, mas a iniciativa privada também tem tido uma participação importante”, diz Cristina Engel.
A diretora-presidente da Fapes destaca também projetos importantes financiados pela Fundação. Uma das ‘meninas dos olhos’ do governo Renato Casagrande é o ‘Programa Nossa Bolsa’, que em 2020 executou R$ 25 milhões em vagas para jovens que visam bolsas em faculdades particulares. Para 2021, o previsto pela Fapes é a execução de R$ 26,5 milhões no Programa.
“Num momento de crise, como o proporcionado pela pandemia da Covid/19, é muito importante estimularmos os jovens a continuarem estudando”, pondera Cristina Engel.
Ela destaca ainda um dos editais lançados pela Fapes na área das Ciências em meio à pandemia do novo coronavírus. Trata-se do edital da Covid/19, que abriu a chamada de avaliação de projetos de pesquisa científica, tecnológica e de inovação que envolvem soluções para o enfrentamento da pandemia. São R$ 3 milhões investidos em pesquisas:
“Tivemos um resultado positivo, como a produção da de novos tipos de máscaras para prevenção da contaminação do vírus. Um startup capixaba da área de games apresentou um jogo para celular que ensina crianças, de forma lúdica, a usar a máscara de forma correta e a adotar as medidas de higienização contra a contaminação da Covid-19. Também foram apresentadas pesquisas para detectar o coronavírus nas pessoas e como é o comportamento do vírus, por exemplo, nas redes de esgoto”, pontua Cristina Engel.
Aliás, explica a diretora-presidente da Fapes, o Edital da Covid-19 trouxe inovações até mesmo para os técnicos e pesquisadores da Fundação: “Tivemos que nos reinventar no que diz respeito à fórmula de avaliação das pesquisas. Sem tempo suficiente, tivemos que avaliar projetos científicos e lúdicos, como jogos em aplicativos em celular ao mesmo tempo. Montamos uma nova sistemática de avaliação, que teve de ser mais ágil e menos burocrática”, explica Cristina Engel.