Nos últimos dias, policiais civis e militares foram alvos de ataques de criminosos e moradores de bairros de Vitória e vítimas de denunciação caluniosa no interior. O Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Espírito Santo (Sinipol/ES) reagiu e saiu em defesa dos policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil, atacados por moradores do bairro Bonfim, no último sábado (10/07), durante operação na região.
Da mesma forma, a Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros (ACS/ES) também divulgou nota em defesa dos militares vítimas de ataques e de calúnia. O secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, coronel PM Alexandre Ramalho, também saiu em defesa dos policiais, afirmando que as Polícias não deixarão de trabalhar contra as organizações criminosas.
No sábado, moradores do bairro Bonfim, em Vitória, tentaram impedir a passagem de carros da Core da Polícia Civil depois da prisão de um homem durante um patrulhamento. Vídeos foram feitos e divulgados nas redes sociais.
De acordo com a Polícia Civil, o confronto começou depois que os policiais viram um homem sair do Beco dos Trabalhadores e gritar para avisar aos traficantes sobre a presença da polícia no bairro.
Para o Sindipol/ES, a conduta dos policiais civis demonstra técnica, preparo e frieza. “Foi um comportamento adequado para situações tensas e de acordo com o treinamento profissional adquirido na Academia de Polícia Civil (Acadepol)”, diz o Sindicato.
Os policiais civis foram hostilizados por pessoas que tentaram impedir a prisão de um suspeito durante uma operação contra o tráfico de drogas. O suspeito foi flagrado avisando traficantes sobre a presença da Polícia Civil no bairro e empurrou um dos policiais no momento da abordagem.
“Ele (olheiro do tráfico) já havia sido preso por desacato, lesão corporal, vias de fato contra mulher, tráfico e associação para o tráfico. A diretoria do Sindipol reforça que a Polícia Civil tem um papel importante no combate à criminalidade e que as pessoas filmadas hostilizando os profissionais que estavam trabalhando para defender a população capixaba não representam a comunidade do bairro Bonfim”, diz a nota do Sindipol.
Por isso, mais uma vez, o Sindipol/ES parabeniza os policiais civis que atuaram no bairro Bonfim, no último final de semana.
“Poderia ter acontecido uma tragédia naquele momento. O compromisso com a segurança da comunidade e o treinamento dos policiais civis fizeram a diferença”, pontuou Aloísio Fajardo, presidente do Sindipol/ES.
Sobre este episódio, o secretário Alexandre Ramalho lamentou que confrontos de moradores com a polícia no bairro venham se repetindo. Em junho, outros três moradores já tinham sido presos durante em outro confronto com a polícia por causa da prisão de um bandido de 17 anos.
“É inadmissível que nossos policiais sejam ultrajados por uma parcela que não representa o sentimento da comunidade. Vamos continuar trabalhando duro para fazer prisões e apreensões de armas e drogas, principalmente ações voltadas para a prisão de traficantes de homicidas, para levar segurança para as pessoas que ali residem”, disse o secretário Ramalho.
No domingo (11/07), um bandido apedrejou uma viatura da Polícia Militar e tentou esfaquear um policial no bairro São Benedito, também em Vitória, por volta de 7h20. Os militares estavam saindo de uma patrulha no bairro no momento do ataque. O homem fugiu e não foi localizado.
De acordo com a polícia, dois militares deixavam a base da Polícia Militar no bairro, quando o carro onde estavam foi atingido por uma pedrada. Assim que os policiais pararam o veículo para saber de onde tinha vindo a pedrada, um homem apareceu e, pela janela do carro, tentou esfaquear o policial que dirigia a viatura.
O policial conseguiu se proteger e empurrou o homem, mas ele voltou a atacar e o policial atirou em direção ao agressor, que fugiu. Na fuga, o criminoso deixou a faca usada no ataque cair. Uma carteira de trabalho também foi apreendida na casa de onde o homem teria saído.
Na quarta-feira (07/07), uma mulher de 26 anos provocou ferimentos no próprio corpo após ser presa por policiais militares quando estava atacando a casa da namorada, em São Roque do Canaã, Região Centro-Oeste do Estado.
Ela acusou os militares de agressão durante prisão. No entanto, imagens de vídeo mostram a mulher provocando ferimentos em seu próprio corpo com a finalidade de culpar os policiais.
A mulher foi autuada em flagrante pelos crimes de perseguição, na forma da Lei Maria da Penha, resistência, dano ao patrimônio público.
ACS/ES repudia agressões e calúnia contra militares
Em nota, a ACS/ES também reagiu, lamentando as agressões e calúnia contra policiais militares. A entidade denuncia “os abusos cometidos contra os policiais militares capixabas na última semana”. Informa que em apenas cinco dias, “presenciamos nossos heróis policiais militares serem vítimas de sucessivos ataques no cumprimento de seu dever em proteger a sociedade: tiveram sua liberdade, honra e integridade física vilipendiados”.
Diz a nota que na quinta-feira (08/07), um policial militar e associado da ACS/ES, acusado de agredir fisicamente um suspeito numa operação policial, no bairro Itacibá, em Cariacica, acabou preso em flagrante. Foi solto no domingo, graças a um Habeas Corpus impetrado pela Associação dos Canos e Soldados no Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça.
Na mesma semana, policiais da 8ª Companhia Independente (Santa Teresa), após serem chamados para resolver uma ocorrência de desordem pública, no município de São Roque do Canaã, “se viram em uma trama digna de filme de suspense. Uma jovem acusada de provocar tumulto em frente ao prédio onde reside sua namorada é detida por policiais e levada à delegacia. A jovem é flagrada pelas câmeras da unidade desferindo golpes a si própria a ponto de causar hematomas. Nas redes sociais, a jovem postou fotos dos hematomas e acusou os policiais militares de homofobia, agressão verbal e física, o que repercutiu de imediato entre a sociedade, causando comoção contra os militares”.
Este, segundo a ACS/ES, seria mais um caso em que entidades de defesa dos direitos humanos promoveriam um linchamento público dos policiais militares, “não fosse a revelação assustadora das câmeras posicionadas na delegacia em que a jovem foi detida”.