Pelo menos 49,9% dos brasileiros entendem que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), agiu certo em mandar prender o deputado Daniel Silveira por ataques aos ministros da Corte. É o que aponta pesquisa divulgada nesta sexta-feira (19/02) pelo Instituto Paraná. Outros 42,1% dos entrevistados, no entanto, disseram que o ministro agiu de maneira errada. Outros 8% dos pesquisados não souberam responder.
Bolsonarista, o deputado Daniel Silveira, que foi expulso da Polícia Militar do Rio, foi preso em flagrante em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, na terça-feira à noite. Foi preso pela acusação de ameaçar e atacar ministros do STF, além de incitar a violência contra a Corte. Daniel Silveira defendeu o AI-5 e a ditadura militar, xingou ministros do Supremo e acusou alguns deles de vender sentenças. Ainda incitou a população a agir com violência contra a mais alta Corte do País. Ele gravou vídeos e postou em suas redes sociais. Mesmo depois de receber voz de prisão da Polícia Federal, Daniel Silveira desafiou o ministro Alexandre de Moraes.
O Instituto Paraná ouviu 2.018 pessoas em 188 cidades brasileiras, de 26 Estados e Distrito Federal, durante os dias 17 e 18 de fevereiro de 2021.
Nesta sexta-feira, a Câmara dos Deputados decidirá se mantém ou derruba a prisão de Daniel Silveira. Pela Constituição Federal, a prisão em flagrante de um parlamentar no exercício do mandato tem de ser submetida ao plenário da Casa legislativa onde ele atua.
Nesta sexta-feira também, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, se manifestou em nota por meio de suas redes sociais. Para ele, o mais importante é que o STF e a Câmara Federal estão caminhando para acabar com ataques à democracia:
“Independente do resultado da votação que definirá se o deputado Daniel Silveira ficará presou ou não, o STF e a Câmara dos Deputados caminham em direção a um basta ao desequilíbrio…A necessidade do respeito ao mandato parlamentar, mostra que as instituições podem e devem ser questionadas, mas com sensatez; e dá um sinal claro de que não tolerará ataques ao sistema democrático”, escreveu Renato Casagrande.