A professora e pedagoga Cláudia Maria da Silva está otimista em conquistar uma das 23 cadeiras na Câmara Municipal da Serra. Ela tem caminhado firmemente ao lado do deputado federal Sérgio Vidigal, candidato a prefeito pelo PDT, mesmo partido de Cláudia.
Ela tem experiência no setor público. Cláudia é professora desde 1993. Foi aprovada em concursos públicos em Vila Velha e Serra, optando pela segunda cidade. Nos últimos anos, foi cedida pelo Município da Serra ao Governo do Estado, atuando, inicialmente, na Secretaria de Estado do Trabalho e Assistência e Desenvolvimento Social – no governo Paulo Hartung – e, mais recentemente, como Assessora Especial de Políticas da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), onde, antes, ocupou a gerência de Reintegração Social e Cidadania.
Durante 11 anos, Cláudia foi diretora da Escola Municipal de Educação Fundamental Professora Valéria Maria Miranda, localizada no bairro Vila Nova de Colares, na Serra. Ocupou o cargo por três mandatos consecutivos. Revela que sua bandeira é a educação, mas tem planos também para outras áreas.
Moradora do bairro Parque Residencial Tubarão, Professora Cláudia defende uma educação de qualidade universal, com a adoção de políticas públicas para a primeira infância, com qualificação e valorização profissional.
Como diretora da EMEF Professora Valéria Maria Miranda, Professora Cláudia implantou diversos projetos visando, sobretudo, a cultura da paz entre as crianças e adolescentes e a comunidade em geral. Acabou conquistando a Comenda Paulo Freire, concedida pela Assembleia Legislativa, em 2015, por colocar a escola entre as 10 melhores do Estado.
“Havia evidências de violência dentro e fora da escola. Adotamos a cultura da paz, com a participação das famílias de alunos. Foram criados diversos projetos voltados para a comunidade”, diz Cláudia, que completa:
“Em 2010, a escola produziu o vídeo ‘Por dentro da violência’, em que os protagonistas eram os alunos e a comunidade. No vídeo, jovens falam da exclusão e da pouca oportunidade que tinham, à época, no mercado de trabalho”.
Cláudia diz que a Serra tem déficit de vagas na educação infantil. Entende que o Município precisa cumprir o que determina o plano de metas do Ministério da Educação, que é o de garantir vagas para crianças de zero a três anos nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) até 2024.
Ela defende parceria entre o setor privado e público na educação e formação profissionais de jovens: “Seria uma parceria no sentido de as empresas privadas pudessem dar aulas teóricas e práticas aos jovens, ensinando-lhes uma profissão, e depois aproveitá-los nessas mesmas firmas”.
Professora Cláudia defende também que os espaços públicos da Serra têm de ser revitalizados e utilizados, para “evitar a ação paralela de marginais”.
Em 2012, Cláudia foi candidata a vice-prefeita da Serra na chapa encabeçada por Sérgio Vidigal (PDT). O candidato Audifax Barcelos acabou sendo vitorioso. Hoje, a Professora Cláudia apoia, novamente, Vidigal, que, segundo pesquisa do Ibope, encomendada pela Rede Gazeta e divulgada na última segunda-feira (19/10), ocupa o primeiro lugar na preferência do eleitorado com 46% das intenções de votos – bem à frente dos deputados estaduais Vandinho Leite (PSDB) e Bruno Lamas (PSB), que ocupam, respectivamente, a segunda e terceira colocações com apenas 11% e 8% das intenções de votos. Sérgio Vidigal deverá ser eleito no primeiro turno:
“O plano do prefeito Vidigal é ampliar a Guarda Municipal, com a realização de concurso público. Ampliar o efetivo e qualificar os seus profissionais para atuarem em regiões com maior índice de violência, realizando, sobretudo, trabalho de prevenção junto aos jovens”, diz a Professora Cláudia, que, nas eleições de 2016, obteve 1.479 votos como candidata a vereadora, ficando na suplência.
Ela defende também que o Poder Público volte a incentivar o comércio dentro dos bairros da Serra, como forma de gerar emprego e renda. Para tanto, afirma que é necessário o Município praticar uma melhor mobilidade urbana dentro dos bairros, com a interligação das ciclovias.
A Professora Cláudia defenderá, caso seja eleita vereadora, que a Prefeitura faça a informatização das unidades de saúde.
“A Serra precisa de um Centro de Especialidades, que foi desmontado. Para marcar uma consulta, a pessoa precisa enfrentar fila e o número de fichas para os pacientes diárias é limitado”, diz a candidata.
Segundo a Professora Cláudia, a saúde primária na Serra funciona precariamente:
“É necessário que as pessoas possam ser atendidas adequadamente nas unidades de saúde. Hoje, elas (unidades) funcionam precariamente. Não há pediatras, nem ginecologistas e nem cardiologistas. Apenas clínicos gerais. É preciso ampliar também o horário de atendimento. Saúde e educação andam juntos. Um povo saudável é um povo educado”, ensina a professora e pedagoga Cláudia.
A vivência de Cláudia na Sejus, onde ocupou também o cargo de Gerente de Escritório Social, a levou a ter um olhar ainda mais especial para os jovens em idade escolar. Segundo ela, a experiência como educadora revela que cada vez mais os jovens procuram ganhar dinheiro fácil no mundo do crime:
“Na Secretaria da Justiça, onde me desliguei recentemente para disputar as eleições deste ano, me deparei com ex-alunos dentro do sistema prisional. É de cortar o coração”, resigna-se ela.
“Essa experiência me fez retornar ao processo eleitoral, pois, se eu for eleita vereadora, terei condições de contribuir com uma política de reintegração social desses jovens. O poder público precisa assumir essa função de reintegração. As esquipes de assistentes sociais têm essa função. Quando um jovem na idade escolar está na cadeia é a prova da ineficiência estatal”, diz a Professora Cláudia.
Por isso, salienta ela, é necessário investimento nos jovens e a utilização dos espaços públicos de forma ordenada:
“Se eleita, defenderei que a Prefeitura da Serra crie, após o período da pandemia do novo coronavírus, políticas públicas para jovens e idosos”, diz Cláudia, que é também presidente da Ação das Mulher Trabalhista (AMT/ES), órgão colaborativo do PDT.
Engana-se quem pensa que essa professora-pedagoga teve vida fácil na infância e adolescência. De família humilde no interior de Minas Gerais, aos 11 anos começou a trabalhar em Ipatinga, onde residia com os pais e irmãos. “Comecei a trabalhar como babá e, aos 13 anos, eu era garçonete em um restaurante da cidade”, recorda ela.
Filha de jardineiro da Usiminas e de uma servente de escola, Cláudia é a mais velha de quatro irmãos. Ainda na adolescência, recorda-se ela, militou em atividades sociais e voluntários em Ipatinga:
“Deus me deu o dom de cuidar de gente. Quando tinha 15 anos, eu organizei uma festa para mais de 300 pessoas em um bairro de moradores carentes em Ipatinga”, diz ela.
Graças a uma bolsa de estudos, conseguiu formar-se em magistério – curso do nível de segundo grau que formava professores e que foi extinto pelo Ministério da Educação.
“Consegui alfabetizar minha mãe, dona Lúcia, que faz aniversário em 15 de outubro, justamente o Dia do Professor”, frisa Cláudia.
Ela diz que em 1994 mudou-se para o Espírito Santo, indo residir na Serra. Passou em dois concursos públicos para professora: Vila Velha e Serra. Optou pelo segundo município, tendo como primeiro emprego a Escola Adélia, em Jacaraípe, em 1995.
Antes de se tornar professora em terras capixabas, Cláudia concluiu o curso de Pedagogia na Faculdade de Conselheiro Lafaiete, em Minas, onde, segundo diz, teve que fazer marmitex para bancar os estudos:
“Sou muito feliz morando na Serra. Por onde atuei, como professora e pedagoga, tive recepção calorosa por parte da comunidade. Por isso, sempre defendi um serviço público de qualidade, em que as obras possam atender os anseios das pessoas. Lutaremos para que a Serra volte a ter um destaque no desenvolvimento social”, diz a Professora Cláudia, que conclui:
“Quero levar minha experiência de vida e gestão para as pessoas. Cumprir o papel do vereador, que é o de legislar e fiscalizar o Poder Público, para que todas a as pessoas tenham serviço público de qualidade. É importante investirmos na família, independente de sua composição, e resgatar os valores”.