O Espírito Santo teve o mês de maio de 2020 com o menor número de homicídios da série histórica desde 1996, em comparação com o mesmo período dos últimos anos. No total, foram registrados 76 assassinatos, sendo quatro a menos que os 80 de 2019. Cabe ressaltar que após o pico de 140 casos no mês de março, a tendência de queda se manteve.
No total, o Estado chegou a 514 homicídios em cinco meses, o que representa o quarto melhor resultado de toda série histórica, apesar de apresentar aumento de 14% em relação a 2019, quando foram 441 mortes violentas no mesmo período.
A Região Norte apresenta resultados positivos, com 10 homicídios a menos que 2019 e redução de 10,4%. Dentro desse total, Aracruz apresenta a maior redução, com 55,6% a menos em número de assassinatos no comparativo com 2019: de janeiro a maio foram 12 mortes violentas, contra 27 do ano passado.
Na Região Metropolitana, Vitória apresenta redução de 3,2% no acumulado do ano, com 44 homicídios contra 47 de 2019. No mês de maio, se destacou o município de Vila Velha, que chegou a ter 24 assassinatos em março e fechou os últimos 30 dias com seis registros.
O secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, coronel Alexandre Ramalho, destacou o desempenho das forças de segurança, principalmente pelo fato de Estado estar enfrentando a pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
“Nós temos que reconhecer todos os esforços e o trabalho das forças de Segurança Pública do Estado, sejam elas estaduais, federais ou municipais. Esse resultado é fruto de um trabalho integrado que foi realizado nos últimos meses, dentro da metodologia do Programa Estado Presente, com grandes operações, ações pontuais e a caça a traficantes e homicidas. Só tenho a agradecer todo o empenho dos nossos policiais, em meio a uma situação de pandemia que vivemos”, ressaltou Ramalho.
Estado está há mais de dois meses sem feminicídios
O Espírito Santo já está há mais de 60 dias sem registrar um feminicídio. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), desde que o dado passou a ser monitorado – em 2016, com a criação da Lei 13.104/2015 (Lei do Feminicídio) no ano anterior –, essa foi a primeira vez que esse resultado aconteceu.
O último caso ocorreu em 28 de março deste ano. No total, são oito casos no ano de 2020, contra 13 nos cinco primeiros meses do ano passado. A redução é de 38,5%. Destaque para a Região Metropolitana, com três casos registrados contra sete em 2019. Uma redução de 57,1%. A Região Noroeste não apresenta nenhum feminicídio em 2020.
O secretário Alexandre Ramalho acredita que o intenso trabalho das polícias, seja na parte repressiva, seja na preventiva, é o fator crucial para que se chegasse a esse período sem registro de crimes do tipo.
“Nós temos um trabalho intenso, operacional, das nossas Delegacias da Mulher e da Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), na Polícia Civil, as visitas tranquilizadoras da Polícia Militar, com a Patrulha Maria da Penha, além da Gerência de Proteção à Mulher da Sesp, que coordena a Casa Abrigo. Temos projetos de conscientização também como o ‘Homem que é Homem’. Cada um contribui de maneira essencial para que cheguemos a um resultado marcante como esse. Zero morte é o dado que nós sempre buscamos”, afirmou.
Homicídios de mulheres
Em relação a homicídios de mulheres, em que são incluídas as mortes que não têm como causa a violência doméstica, a redução é de três casos, ou 7,7%, no comparativo com 2019. São 36 mortes esse ano, contra 39 no mesmo período do ano passado.
A maioria dos casos apresenta como motivação o envolvimento com o tráfico de drogas. Em relação a esse dado, todas as regiões do Estado apresentam redução, com exceção da região serrana, que tinha zero casos em 2019 e esse ano tem três, sendo dois feminicídios.
De acordo com os dados do Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes) e das delegacias de proteção à mulher, a violência doméstica vem diminuindo no Estado desde o início do mês de abril. De janeiro a abril de 2020 foram 873 ocorrências a menos registradas em delegacias, com a tipificação violência doméstica, 366 acionamentos a menos no Ciodes e 258 denúncias a menos no Disque-Denúncia 181.
Mesmo com a pandemia provocada pela proliferação do coronavírus (Covid), as Delegacias da Mulher não pararam de atender e a Polícia Civil ampliou a Delegacia Online (Deon), para o atendimento a vítimas de violência doméstica. Toda a ocorrência, inclusive com marcação de exames de corpo de delito, pode ser feita pela internet.