O diretor de Segurança Legislativa da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, o subtenente do Corpo de Bombeiros Sérgio de Assis Lopes, conhecido como Subtenente Assis, foi o responsável por levar ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), a informação meio truncada de que o prefeito de Cariacica, Geraldo Luzia de Oliveira Junior, o Juninho (Cidadania), havia criado um disque-denúncia para a população denunciar supostos abusos dos operadores da segurança pública que integram a Força Tarefa que atua no município. Veja vídeo neste site.
Revoltado, o Presidente ameaçou retirar a Força Tarefa de Cariacica e lavar para outra cidade. Indignado, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, ponderou que o prefeito Juninho foi “indelicado” com os policiais. Moderado, o governador Renato Casagrande (PSB) disse que Bolsonaro foi precipitado ao fazer uma ameaça sem conhecer a verdade dos fatos.
Com objetivo de reduzir a violência no País, o governo Bolsonaro criou um projeto piloto que se chama Programa Nacional de Enfrentamento à Criminalidade Violenta. Nesta primeira fase o projeto se chama Choque Operacional.
Dela, representando a União, já estão em Cariacica equipes das Polícias Federal e Rodoviária Federal, Força Nacional de Segurança Pública e Departamento Penitenciário Nacional. Pelo Espírito Santo, fazem parte as Polícias Civil e Militar e o Corpo de Bombeiros, enquanto pelo município, os agentes de trânsito – Cariacica não possui Guarda Municipal.
A ação começou em agosto. Além de Cariacica, o Ministério da Justiça levou programa a outros quatro municípios como participantes do projeto piloto de enfrentamento à criminalidade violenta: Ananindeua (PA), Paulista (PE), Goiânia (GO) e São José dos Pinhais (PR).
Desde que o programa se iniciou, grupos contrários ao prefeito Juninho têm se manifestado, sobretudo por meio de reportagens produzidas pelo site Século Diário, preocupação com “abusos” dos integrantes da Força Tarefa contra moradores “negros” e “pobres”.
O prefeito, então, apenas registrou que a Prefeitura Municipal de Cariacica já possui um serviço de disque denúncia, dentro da Ouvidoria do Município, que pode receber qualquer tipo de ocorrência.
Para o Subtenente Assis, que foi candidato do PSL ao Senado Federal nas eleições de outubro de 2018 – ele obteve 247.165 votos, ficando na quinta posição –, a atitude de Juninho foi “um desserviço”. Por isso, Assis foi a Brasília e “dedurou” o prefeito ao presidente Bolsonaro:
“Recentemente estive em Brasília para denunciar o desserviço que o prefeito de Cariacica fez ao criar um canal de comunicação para a população denunciar a Força Nacional de Segurança”, diz Subtenente Assis, num vídeo que ele gravou e compartilhou em suas redes sociais. Ele esteve em Brasília nos dias 18 e 19 de setembro de 2019.
Em seguida, o diretor de Segurança da Assembleia Legislativa reproduz o vídeo que Bolsonaro gravou e levou ao ar na noite de quinta-feira (03/10), quando ameaçou retirar a Força Tarefa e Cariacica e ainda teceu críticas ao prefeito Juninho, chamando-o de “comunista”.
O Subtenente Assis, que já colocou seu nome para disputar o cargo de prefeito de Cariacica em outubro de 2020, encerra o vídeo da seguinte maneira:
“Então, pessoal, vocês viram aí o recado do presidente Bolsonaro ao prefeito Juninho. Nós não queremos o fim do Programa Nacional de Enfrentamento à Criminalidade Violenta. Queremos é a mudança de prefeito. Imagina vocês uma família que perdeu um filho vítima de violência? Então, junte-se a mim nesse protesto de indignação. Compartilhe este vídeo. Cariacica quer segurança. Cariacica precisa de segurança”.