Pesquisa divulgada nesta segunda-feira (02/09) pelo Instituto Paraná aponta que a reputação do ex-juiz Federal Sérgio Moro junto aos brasileiros não ficou abalada com os vazamentos criminosos de conversas suas com procuradores da República que atuam na Operação Lava Jato, na época em que atuava na magistratura.
De acordo com a pesquisa, 58,8% dos brasileiros responderam que Sérgio Moro não deve deixar o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Em uma amostra de 2.286 brasileiros, 51,9% responderam que a imagem pública do atual ministro da Justiça não está sendo prejudicada por sua permanência no cargo, enquanto 39,8% acreditam que está.
Por outro lado, 52% dos entrevistados responderam “não” à pergunta “O Sr. Sérgio Moro deveria se candidatar a Presidente do Brasil em 2022?”. Outros 39,6% responderam que Moro deveria se candidatar, enquanto 8,4% não souberam opinar.
A pesquisa aponta que 34,3% dos entrevistados entendem que Moro deveria deixar o Ministério da Justiça, enquanto não souberam responder.
A pesquisa traz ainda outro dado importante. Quanto à pergunta “o senhor já ouviu falar, mesmo que de nome, no ex-juiz e atual Ministro da Justiça Sérgio Moro?”, a resposta chega a 92,8%. Apenas 7,2% dos brasileiros responderam nunca ter ouvido falar sobre Sérgio Moro. A pesquisa foi realizada entre os dias 28 e 31 de agosto de 2019 em 26 Estados e no Distrito Federal.
Desde o início dos vazamentos criminosos, boa parte da imprensa e representantes da classe política vêm fritando o ministro Sérgio Moro junto ao presidente Jair Bolsonaro. Temem que, se Moro continuar à frente do Ministério da Justiça, tornar-se se mais difícil a prática de crimes, sobretudo de corrupção, no País.
Desde o dia 8 de junho de 2019, reportagens baseadas num vazamento criminoso de conversas atribuídas a Moro e procuradores da República no aplicativo Telegram foram publicadas pelo site The Intercept Brasil, do jornalista americano Glenn Greenwald, casado com o deputado federal Davi Miranda (Psol/Rio). Posteriormente, a Folha SP e a Veja passaram a divulgar também o conteúdo criminoso obtido pelo The Intercept Brasil.
As mensagens mostram o então juiz Federal Sérgio Moro mantendo diálogos institucionais com o procurador da República Deltan Dallagnol. Em função da divulgação criminosa, partidos de esquerda e parte da imprensa passaram a defender a nulidade dos processos da Lava Jata, em especial os que já condenaram o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT), por crimes de corrupção.
No dia 23 de julho deste ano, a Polícia Federal realizou a Operação Spoofing e prendeu quatro pessoas suspeitas de atuarem nas invasões do Telegram de autoridades públicas. São les: Suelen Oliveira, Danilo Marques, Walter Delgatti Neto e Gustavo Henrique Santos.
Delgatti afirmou que realizou as invasões sozinho e confirmou que repassou as conversas da Lava-Jato para o jornalista Glenn Greenwald, do site “The Intercept”.