Desta vez não teve jeito. Depois de tratar a Justiça e a Polícia com escárnio por três vezes, Leandro de Almeida Coutinho, 18 anos, foi mantido preso, tendo sua prisão em flagrante delito convertida em prisão preventiva “para garantir a ordem pública, regular instrução processual e aplicação da lei penal”.
Conforme o site Blog do Elimar Côrtes noticiou em 16 de agosto de 2019, num intervalo de 40 dias, Leandro havia sido preso três vezes em flagrante e autuado por tráfico de drogas pela Autoridade Policial. Porém, nas três oportunidades, ele foi posto em liberdade pela Justiça durante as três Audiências de Custódia, sob a alegação de que não oferecia “risco à ordem econômica, à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal, considerando que possui residência fixa”.
Leandro, que já responde a ações penais desde o ano passado, tinha sido preso em 4 de julho de 2019, na pracinha do Ibes, em Vila Velha, vendendo drogas. Voltou a ser preso, no mesmo local e pelo mesmo crime, no dia 14 de julho. Foi preso, novamente, também vendendo drogas e no mesmo local, em 12 de agosto.
Nas três vezes, foi submetido a Audiências de Custódia, assinou documento se comprometendo a se comportar e a cumprir outras medidas cautelares, mas não teve jeito: no último domingo (25/08), de novo, Leandro foi preso pela Guarda Municipal de Vila Velha, cometendo o mesmo crime de tráfico e no mesmo local: pracinha do Ibes.
Desta vez, entretanto, Leandro levou dois cúmplices para a cadeia: seu amigo Maycon Cândido Silva e a mulher de Maycon, Shara Cristo. Os três foram autuados em flagrante por tráfico de drogas pela Polícia Civil.
Levados à Audiência de Custódia, Leandro e Maycon tiveram a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva, enquanto Shgara foi solocada em liberdade, tendo que cumprir medidas cautelares.
Na Audiência de Custódia, presidida pela juíza Raquel de Almeida Valinho, a Justiça acolher o pedido d Ministério Público. De acordo com o flagrante, durante operação da Comissão de Fiscalização Interna da Prefeitura de Vila Velha, Guardas Municipais receberam informações pela Equipe de Inteligência de que “indivíduos estariam realizando tráfico de drogas na pracinha do Ibes”, sendo que um dos suspeitos era Shara, que estava com uma criança no colo.
Em diligências, foram abordados Leandro e Maycon. Com Shara – que estava em uma mesa na pracinha –, foram encontrados R$ 1.379,35, “tendo a mesma relatando que era dinheiro proveniente da venda de drogas, pelo seu marido Maycon”. Shara estava com seu filho, que ficou sob responsabilidade do Conselho Tutelar.
Em pesquisas realizadas nos sistemas judiciais foram encontrados registros criminais em desfavor de Leandro, sendo dois Termos Circunstanciados, duas ações penais por tráfico de drogas, um auto de prisão em flagrante. Nos registros de Maycon. Não foram encontrados registros criminais da autuada Shara.
Moral da história: Leandro de Almeida Coutinho passará a responder agora por quatro processos de tráfico de drogas e, caso seja condenado pela Justiça, poderá pegar penas que, somadas, chegarão a 16 anos de prisão. Se tivesse ficado preso na segunda vez, seriam dois processos a menos.
Uma demonstração de que nem sempre a Audiência de Custódia resolve a situação da superlotação carcerária e nem sempre oportuniza o sujeito a, efetivamente, fugir do caminho do crime.