Se entidades de classe dos policiais militares são omissas, quando convém a elas, e não saem em defesa dos policiais militares – quando de fato há necessidade –, este Blog não pode se calar. A TV Vitória pode ter falhado feio ao exibir imagens de policiais militares supostamente jogando peteca em “horário de trabalho”, como diz o programa Balanço Geral. Havia, segundo o programa, pelo menos 10 viaturas paradas, com mais de 40 policiais do lado de fora jogando a tal peteca.
As cenas não são bem assim. Os policiais tinham encerrado o expediente e estavam no pátio da 2ª Companhia (Parque das Gaivotas) do Quartel do 4º Batalhão da PM (Vila Velha). Tinham ido guardar as viaturas, já no final do expediente depois de mais um dia de trabalho. O pátio serve de garagem para as viaturas daquela área.
As viaturas disponibilizadas pelo 4º Batalhão para atuar em Vila Velha ficam espalhadas por diversos bairros, que vão de São Torquato até a divisa com Guarapari. São controladas pelo Ciodes, que acompanha cada um de seus movimentos por meio de GPS.
Outra questão: quem de sã consciência acredita mesmo que policiais militares que estejam numa situação de irregularidade vai se deixar filmar e fotografar, como fizeram os militares em questão? Um deles postou a filmagem no You Tube.
Eles estavam se despedindo de um colega de farda, que, após 30 anos de atividade, vai para a reserva remunerada. As cenas são claras nesse sentido.
Quem nunca, dentro de sua empresa, escola ou faculdade, preparou uma confraternização para se despedir de um colega que se vai?
Comigo aconteceu assim. Em meu último dia em A Tribuna – final de novembro de 2008 –, a Redação parou por quase meia hora para uma saudável e triste despedida – triste, porque a gente pede para sair, mas fica a saudade de todos os funcionários e direção, além da própria empresa.
O que está por trás das cenas divulgadas pela TV Vitória, entretanto, não veio à tona. Há um movimento para derrubar a atual comandante do 4º BPM, tenente-coronel Sônia Grobério, que está prestes para ser promovida a coronel. Podem até ter razão em trocar o comando da unidade, mas de outras formas.
O comandante geral da PM, coronel Ronalt Willian, não deveria nem perder seu precioso tempo para falar sobre o assunto.
Por que, diferente do que sugere a reportagem da TV Vitória, os policiais não estavam mais no horário de expediente: já haviam encerrado seu turno e iam para casa. Porém, como exige o procedimento, tiveram que passar pelo quartel e entregar as viaturas. Alguns, são obrigados até a deixar a arma na unidade.
Aliás, a homenagem em forma de uma peteca se deve ao fato de o sargento que se despediu da Corporação tem o apelido de Peteca. Seus colegas deixaram para fazer a homenagem justamente no último minuto de trabalho como policial militar de um velho combatente. Vamos pegar leve, gente!