Ao aumentar o tom de voz contra o livro publicado pelo secretário de Estado da Segurança Pública, Rodney Miranda, e o juiz Carlos Eduardo Lemos Ribeiro, os coronéis da ativa da Polícia Militar cumpriram também o desejo da tropa – demais oficiais e praças.
Eles ainda procuram dar uma resposta ao que chamaram de difamação e injúria, pois, segundo eles, a obra ataca a instituição militar e denigre a imagem de oficiais.
O clima na reunião da manhã desta segunda-feira, em um gabinete do Comando do Estado Maior da PM, em Maruípe, era de insatisfação e revolta. No final do encontro, o diretor de Informática da PM, coronel Renato Duguay – que, por ser o coronel mais velho, falou em nome do grupo, conforme manda a hierarquia –, desabafou:
“Queremos deixar bem claro nossa insatisfação com o afrontamento do livro. Queremos informar a quem leu o livro que tenha a consciência que pessoas de bem estão sendo tratadas de forma negativa. Não há nada contra as pessoas citadas no livro nos inquéritos policiais e processos judiciais”.
Duguay foi mais além: “Nós, oficiais da PM capixaba, não somos coniventes com a omissão. Por isso, estamos reagindo. A tropa exigia uma posição firme do alto comando da PM. A honra institucional não pode ser desabonada”.
Segundo Renato Duguay, antes mesmo do lançamento do livro, oficiais da PM vinham tentando encontro com Rodney Miranda para mostrar a indignação da tropa sobre o livro, mas nunca foram recebidos pelo secretário da Segurança.
Na sexta-feira passada, porém, quando os coronéis se reuniram pela primeira vez para preparar a nota de desagravo, o secretário teria tentado uma reunião com os oficiais.
Na nota, publicada na edição de domingo (25/10) em A Tribuna, os coronéis foram firmes na crítica. Disseram que a “a dignidade do soldado capixaba foi vitimada de modo irresponsável e leviano, pelas inverdades contidas na mesma no que se refere à Polícia Militar e aos seus distintos Integrantes sobre os quais atestamos sem sombra de dúvidas, a ilibada conduta moral, profissional e ética que no decorrer do tempo de serviço jamais foi maculada, por condenações judiciais, disciplinares e administrativas”.
O blog do Elimar Côrtes tentou falar com o secretário da Segurança, mas a assessoria de imprensa do secretário disse que ele não irá se posicionar sobre o assunto.
Na entrevista que deu a A Tribuna, no domingo, Rodney Miranda informou, no entanto, que iria interpelar judicialmente os coronéis que assinaram a nota de desagravo.