A morte do médico e ex-jogador Sócrates é uma perda muito grande para todos nós brasileiros. Sócrates foi um exemplo de craque dentro e fora de campo. Ele criou a chamada Democracia Corinthiana, em que os atletas (como ele, Vladimir e Casagrande, dentre outros) opinavam sobre o destino do clube, num período em que o Brasil vivia sob ditadura militar.
Sócrates quebrou paradgmas. Embora tenha se tornado amigo do ex-presidente Lula, Sócrates apoiou intensamente a campanha pelas “Diretas, Já”. Lula e seu PT foram radicalmente contra eleições diretas naquele período.
Entrevistei algumas vezes o jogador Sócrates, quando ele atuava pelo Corinthians, Seleção Brasileira de Telê Santana (vésperas da Copa de 1986, no México, porque, na Copa de 1982, na Espanha, eu ainda era muito garoto), e pelo Flamengo.
Na época, eu era jornalista esportivo da Rádio Espírito Santo. Trabalhava ao lado de feras como Oscar Júnior, João Peçanha, Wanderley Alpoin, Anilson Ferreria, Clóvis Mendonça, Durval Soares, Horácio Carlos, Wilson Caulite, Jair Batista, Renato Mota, Rubens Neves, Jorge Buery, ‘Tio’ José Cláudio, Wilson Neginho, Ailton, dentre outras feras.
Tive chance de entrevistar celebridades de verdade, como Sócrates, Zico, Falcão, Toninho Cerezo, Telê Santana e Cia., graças a Deus. Doutor Sócrates sempre foi gentil, sobretudo com os jovens repórteres, como eu na ocasião.
Sócrates, enfim, foi diferente até no nome. Jamais o futebol mundial terá um jogador com esse nome. Sócrates foi um dos grandes ídolos de minha geração, dentro e fora de campo. Que descanse em paz, Doutor!