No dia 7 de novembro de 2013, segundo o Gazeta Online, um policial civil de 61 anos foi preso, suspeito de dirigir embriagado e fazendo zigue-zague na Rodovia Serafim Derenzi, no bairro São Pedro I, em Vitória. Investigador, ele foi solto pelo delegado de plantão no Departamento de Polícia Judiciária de Vitória após pagar fiança de R$ 3 mil.
Quase um mês antes, o tenente-coronel da Polícia Militar José Dirceu Pereira – mais precisamente no dia 15 de outubro – foi parado por uma blitz do Batalhão de Trânsito na saída de uma boate, na Praia do Canto. Ele se recusou a apresentar documentos de habilitação e saiu com seu veículo do local da blitz. Foi manchete até no Jornal Nacional, da Rede Globo, pela acusação de dar “carteirada” e se apresentar como coronel para os praças que o abordaram.
Está respondendo a um Inquérito Policial Militar e, apesar de não tomnar bebida alcoólica, foi indiciado pelo delegado Fabiano Contrarato, chefe da Delegacia de Trânsito da Polícia, civil em quatro crimes: desacato, resistência, denunciação caluniosa e embriaguez ao volante.
Segundo fontes seguras do Alto Comando da Polícia Militar e seus amigos mais próximos, o tenente-coronel Dirceu não toma bebida alcoólica, embora goste de passar horas numa boate, se divertindo, tomando somente água, conforme garantem as comandas da boate onde ele esteve entre a noite do dia 14 e 15 de outubro. Porém, acabou indiciado por embriguez porque saiu do local da blitz sem fazer o teste do bafômetro. E a lei dá poderes à autoridade policial em indiciar por embiaguez ao volante uma pessoa que se recusa a fazer o teste do bafômetro (em tese, o tenente-coronel Dirceu teria se recusado ao teste).
Mas a discussão aqui é outra: no caso do investigador preso por policiais militares, até hoje a sociedade capixaba desconhece o nome dele. Não se viu uma autoridade da Polícia Civil, nem mesmo o sempre zeloso, caprichoso e competente delegado Fabiano Contarato, vir a público informar que o investigador flagrado fazendo zigue-zague embriagado iria responder por esse ou aquele crime.
Já o tenente-coronel foi massacrado, indiciado e até mesmo já “condenado” pela sociedade, depois que sua recusa em apresentar documentos de habilitação aos policiais que o abordaram na saída da boate ter sido noticiada aqui neste Blog.
O que se chama de dois pesos e duas medidas, sobretudo por parte da imprensa e das autoridades constituídas. O que mesmo aconteceu ou vai acontecer com o investigador preso no dia 7 deste mês em São Pedro? Bem, com o tenente-coronel Dirceu o enredo já é conhecido.