O presidente Municipal do Partido Liberal (PL) em Cariacica, Adriano Pires, está aproveitando uma operação da Polícia Federal – que apura o desvio de medicamentos do Hospital Infantil de Vitória – para distorcer fatos e publicar notícias falsas em que tenta manchar a gestão da Prefeitura de Cariacica. Por isso, a Procuradoria-Geral do Município já está protocolando uma ação na Justiça em desfavor do presidente do PL, partido que prega ‘Deus, Pátria e Família’, mas, cujo dirigente principal de Cariacica, pratica fake news para espalhar o ódio.
Denominada de Operação Anomia, a ação da Polícia Federal ocorreu municípios de Vila Velha, Vitória e Cariacica, bem como no Rio de Janeiro e em São Paulo. Foi realizada nessas cidades porque são nelas que residem empresários investigados nos crimes de corrupção. Em uma das montagens em seu perfil no Instagram, Adriano Pires fez print de uma página de A Gazeta – jornal na internet – com a clara intenção de ligar as investigações à Prefeitura de Cariacica, que nada tem a ver com a operação policial: “Cariacica hoje é notícia, desde de (sic) Pix no caixa dois até desvio na saúde. AFINAL G7 FOI CLARO!!!”.
Na outra postagem, Adriani Pires faz print de uma manchete do Folha Vitória – PF mira grupo que pagava propina a servidores para ganhar licitações da saúde no ES – e insere a logomarca oficial da Prefeitura Municipal de Cariacica. Aliado de primeira hora do senador Magno Malta (PL), Adriano Pires também gravou um vídeo, postado no Instagram, com os mesmos dizeres falsos.
O prefeito de Cariacica, Euclério Sampaio, criticou a atitude do presidente do PL e afirmou que o Município está tomando providências contra Adriano Pires: “É lamentável que, num momento em que estamos melhorando a autoestima da população de Cariacica, o presidente de um partido que prega em seu lema as palavras ‘Deusa, Pátria e Famíli’, fica fazendo fake news para espalhar ódio na cidade. É muito triste a forma com que esse cidadão tenta desgastar a imagem do município cariaciquense e do Poder Público”, frisou Euclério.
Saiba Mais
Na manhã de quinta-feira (13/02), a Polícia Federal deflagrou a Operação Anomia. A ação contou o apoio da Controladoria Geral da União (CGU) e de uma cooperação técnica do Tribunal de Contas do Estado (TCE-ES). De acordo com o delegado federal Arcelino Vieira Damasceno, 15 pessoas ligadas a cinco grupos empresariais foram alvos da operação. Ao todo, foram cumpridos 43 mandados de busca e apreensão nos municípios de Vila Velha, Vitória e Cariacica, bem como no Rio de Janeiro e em São Paulo, expedidos pela Justiça Federal de Vitória, com o objetivo de colher elementos adicionais sobre investigados.
Segundo a Polícia Federal, foram concedidas 26 ordens de sequestro/bloqueio de bens e valores no montante de R$ 3.843.552,50, relacionado a propina paga no período. As investigações começaram em 2024, após a PF obter diálogos suspeitos entre um servidor público da área da saúde e empresários fornecedores de materiais hospitalares e medicamentos, no âmbito da Operação Manuscrito.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que o servidor foi exonerado na Operação Manuscrito, deflagrada em 2024. Foi realizada uma auditoria interna na unidade hospitalar para tornar mais eficientes e transparentes os processos de compras da Central de Compras e estoque da Farmácia do hospital.
Além disso, as empresas envolvidas no caso estão respondendo processos administrativos junto à Secretaria de Estado de Controle e Transparência. “A Sesa reafirma seu compromisso com a transparência e a legalidade que regem a gestão pública, colocando-se à disposição das autoridades competentes para colaborar integralmente com a investigação em curso, fornecendo todas as informações e documentos necessários”, informou a Pasta.