No primeiro semestre de 2024, o número de roubos e furtos de cargas no Brasil apresentou um ligeiro aumento. O relatório da Nstech, que inclui dados das operações monitoradas pelas gerenciadoras BRK, Buonny e Opentech, indica que houve um aumento de 1,1% nos roubos de cargas no primeiro semestre de 2024, em comparação ao mesmo período do ano passado. A Região Sudeste lidera o ranking dos Estados com maior incidência, representando 80,6% do total no primeiro semestre de 2024, mesmo apresentando uma leve redução em comparação aos 83,4% do mesmo período de 2023. O Espírito Santo, no entanto, encontra-se na contramão de seus colegas da região, registrando no período 0,4% por valor de prejuízo sobre roubo de cargas em relação aos Estados de São Paulo (47,2%), Rio de Janeiro (18,7%) e Minas Gerais (14,2%).
De acordo com o relatório da Nstech, dos 26 Estados e o Distrito Federal, ao menos 16 entes tiveram registros de roubo no primeiro semestre de 2024 em operações monitoradas pelas GRs da empresa. Destes 16, o Espírito Santo foi o quinto com o menor número de registros de roubos. Os três primeiros com mais registros: São Paulo, Rio e Minas. Depois, seguem, por valor de prejuízo, Maranhão (7,7%), Bahia (3%); Pernambuco (2,6%), Piauí (1,7%), Rio Grande do Sul (1,4%), Tocantins (1,1%), Paraná (0,6%%), Goiás (0,5%), Espírito Santo (0,4%), Rio Grande do Norte (0,4%), Ceará (0,2%), Alagoas (0,2%) e Paraíba (0,1%).
A alta de roubos de cargas em todo o País tem sido atribuída a diversos fatores, como a crescente organização de quadrilhas especializadas, a falta de investimentos em infraestrutura de segurança nas rodovias e a ausência de políticas públicas eficazes para o setor. O roubo de cargas tem se tornado um negócio lucrativo, principalmente, porque muitas empresas não investem em sistemas de monitoramento ou na instalação simples de uma trava no baú, o que poderia impedir a ação.
Em Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo, a IBL Logística – que oferece serviços de transporte para cargas de diversos setores, como farmacêutico, eletrônico e alimentício – conta com um sistema de rastreamento avançado. Ao longo dos últimos anos, a empresa, que pertence ao Grupo IBL, investiu cerca de R$ 6 milhões para lançar no mercado um novo conceito para a segurança do transporte de cargas. Anualmente, 4% do faturamento da companhia é destinado à prevenção, especialmente com a aproximação de datas comemorativas, como a Black Friday e o Natal.
Neste ano, novos sistemas de monitoramento de veículos em parceria com fornecedores de tecnologias avançadas estão sendo implementados. “A customização de software e a melhoria dos serviços relacionados buscam otimizar a eficiência do rastreamento, garantir respostas rápidas a possíveis não conformidades e fortalecer a inteligência embarcada. Essas iniciativas visam, ainda, promover suporte contínuo à nossa Torre de Controle, responsável pela segurança e logística”, explica o gerente de riscos da IBL Logística, Eulálio Toledo.
Além disso, a companhia realizou ajustes nos perfis dos veículos e motoristas, considerando as particularidades de cada tipo de mercadoria e embarque. “Com isso, otimizamos o uso dos recursos de transporte e garantimos que os planos de gestão de riscos dos nossos clientes sejam cumpridos integralmente, proporcionando uma segurança adicional tanto nas operações, quanto nas coberturas de seguros”, diz.
Também foram implementados postos avançados nos armazéns do grupo, que tem a função de identificar os volumes e valores embarcados em cada veículo e fiscalizar os processos de segurança em conjunto com a Central de Monitoramento. A ação garante a prevenção de saídas irregulares, reforçando ainda mais a gestão de riscos.
Ainda entre as ações, está a antecipação da renovação das apólices de seguro, inicialmente prevista para dezembro. “Diante das recentes catástrofes climáticas no Sul do país e de seu impacto no mercado segurador, iniciamos conversas com nossas corretoras para garantir melhores condições de cobertura antes de possíveis reajustes e podermos utilizar o saving para robustecer a segurança”, comenta Eulálio Toledo.
Carga de valores
Especializada no transporte de cargas de alto valor, o Grupo IBL mantém a Risk, provedora de profissionais treinados para o gerenciamento de risco no transporte e controle dos acessos nas portarias. Ainda nesse segmento, a estrutura para armazenagem e transporte dos itens, com carros blindados – a exemplo do veículo Cofre Thor, resistente à explosão e certificado pela Organização dos Estados Americanos (OEA) – é outro ponto que reforça a segurança.
A IBL Logística possui, ainda, uma central própria para o monitoramento e rastreamento de cargas, que opera 24 horas por dia, sete dias por semana, além de autorização da Infraero para o acesso aos aeroportos e o transporte direto para as aeronaves.
Relatório Nstech
O relatório trimestral da Overhaul confirma um aumento no índice de roubos de cargas, projetando um crescimento de 1,1% para o ano de 2024, totalizando 17.298 eventos. O relatório destaca que, no primeiro trimestre de 2024, o Brasil registrou 3.639 roubos de carga, um número alarmante que destaca a crescente vulnerabilidade do setor de transporte de mercadorias. Esses dados confirmam que houve, de fato, um aumento no índice de roubo de cargas no Brasil no primeiro semestre de 2024 em relação ao mesmo período de 2023, mas não significativo, como mencionado. Destaque: Região Nordeste apresentou um aumento significativo, passando de 5,7% para 15,8% no primeiro semestre de 2024.
Sobre a IBL Logística – É um operador logístico que oferece soluções integradas para diversos setores da economia desde 1999, atuante em todos os modais com movimentação inbound e outbound no suporte de centros de distribuição estratégicos. Possui 10 unidades operacionais em território nacional, todas elas certificadas por ISO, IBAMA, CETESB, ANVISA, SASSMAQ (Sistema de Avaliação de Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Qualidade) e IBD. A companhia atualmente atende todos os segmentos, sendo os principais voltados ao mercado farmacêutico, eletrônico, alimentício e, agora, o internacional.