O governador Renato Casagrande (PSB) afirmou na manhã desta sexta-feira (22/03) que, para Espírito Santo continuar crescendo e sendo o Estado que mais investe no País, é preciso que a população saiba eleger políticos que pensam no bem estar do povo. Ele alertou, no entanto, que duas ameaças pairam sobre o Estado nas eleições municipais deste ano e nas de 2026: o patrimonialismo e o radicalismo ideológico. As observações do líder capixaba foram feitas após a solenidade que marcou três ações da Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan): a entrega de ampliação e modernização do Centro Operativo de Carapina (ETA V), na Rodovia Norte-Sul, no bairro Jardim Limoeiro, na Serra; a contratação da Barragem de Jucu; a construção da Estação de Proteção de Aguas de Reúso; e a assinatura do termo de parceria com o Projeto Golfinhos do Brasil.
A resposta do governador foi a uma pergunta do Blog do Elimar Côrtes sobre a informação, publicada neste site em primeira mão, de que o Espírito Santo apresentou os maiores percentuais de investimentos do País – de recursos do Executivo Estadual – em relação à Receita Total em 2023, com índice de 20%, conforme dados do Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO), elaborado pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Indagado sobre até onde o Estado pode chegar por conta de uma gestão positiva e organizada, Casagrande respondeu:
“Temos que continuar nesse rumo, nesse caminho, com um Estado organizado e com alto poder de investimento, como fizemos ano passado, quando o Governo do Estado e a Cesan, juntos, investiram R$ 5 bilhões. Continuar com esse volume de investimentos para que possamos resolver nossos problemas de infraestrutura, aumentando nossa eficiência para que os capixabas vivam com mais qualidade. Porém, todos nós, cidadãos e cidadãs, temos nossas responsabilidades. Nós temos que ver quais são as ameaças que recaem sobre o Estado? Uma das ameaças é o patrimonialimo, que é quando se escolhe um governante que pensa no enriquecimento ilícito e no aumento de seu patrimônio e não no bem estar da população. Outra ameaça é quando escolhemos um governante que tenha um pensamento ideológico radicalizado e estéril. Isso também pode fazer com que a gente perca a capacidade de diálogo, a estabilidade institucional que temos [com demais Poderes] é que um dos segredos do nosso resultado e de nossa boa gestão. Nada de radicalismo e nada de quem quer pensar naquilo que é o bem estar da população.”
O governador respondeu ainda que as ameaças podem acontecer nas eleições municipais, quando o povo escolhem novos prefeitos e vereadores, e podem ocorrer também no Estado nas eleições de 2026, quando haverá disputa pelos cargos de governador, deputados estaduais e federais, Senado e Presidente da República. Nessa questão, Casagrande lembrou do “risco” que o Estado sofreu em 2022, quando ele foi reeleito no segundo turno contra um adversário que se tornou extremista da direita – o ex-deputado federal, médico e empresário Carlos Manato, do PL – por conta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em outubro de 2022, Renato Casagrande foi eleito com 1.171.288 (53,80%) votos válidos para este que o seu terceiro mandato; Manato recebeu 1.006.021 (46,20%) votos:
“É fundamental que não possamos mais correr o risco de 2022, a gente não pode corre risco em 2026 para que, independente do partido e do governante, possamos ter gente com capacidade de se satisfazer e se alegrar com a alegria dos outros. O líder ou a líder política tem que se alegrar com aquilo que realiza de benefício para as comunidades. Nós, governantes, temos que cuidar das pessoas que sofrem. Não podemos ter aqueles que pensam em sua ideologia e governam somente com quem pensa igual a eles. Um governante tem que governar com todo mundo, com quem pensa diferente e igual a ele. Precisamos de alguém que tenha essa amplitude e esse equilíbrio para governar o Estado”, afirmou Casagrande.