A edição extra do Diário do Poder Legislativo, publicada na tarde desta segunda-feira (22/01), consta a exoneração da servidora Julianna Ritter Lopes, citada numa reportagem do Fantástico, da Rede Globo, nas investigações sobre a compra de medicamentos furtados. O marido de Julianna, o empresário Gleidson Lopes Soares, também é alvo das investigações. Julianna, até então, estava lotada no gabinete do presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, deputado Delegado Danilo Bahiense (PL), que é delegado de Polícia Civil aposentado. A exoneração é assinada pelo presidente da Ales, Casa, Marcelo Santos (Podemos).
Na reportagem que foi ao ar no domingo (21/01) à noite, o casal capixaba foi apontado como receptor de remédios roubados de hospitais e centros de distribuição de órgãos públicos do Estado de São Paulo. Segundo o G1 e o ‘Fantástico’, os medicamentos, comprados com dinheiro público, eram voltados para o tratamento de câncer e eram furtados da cidade de Campinas. Após o desvio, prossegue a reportagem do Fantástico, os medicamentos, que chegavam até R$ 22 mil por ampola, eram enviados para o Aeroporto de Vitória por meio de empresas de logística por Viracopos, em Campinas. Em apenas um dos furtos, o esquema chegou a movimentar mais de R$ 1,1 milhão em remédios, quando 79 caixas foram extraviadas.
Ainda de acordo com a apuração do ‘Fantástico’, como os remédios não tinham Nota Fiscal, “as encomendas eram declaradas como doação, o que não levantava suspeitas das empresas de fiscalização. Chegando ao Espírito Santo, os remédios roubados eram recebidos por Gleidson Lopes e Julianna Ritter, responsáveis por uma ONG situada na Serra, voltada para apoio a pessoas com dificuldade de locomoção”, afirma a reportagem. Além da ONG, Julianna também é sócia da empresa Saúde e Vida Comércio e Representações, de produtos hospitalares.
Indignado com os fatos noticiados pela imprensa nacional, o presidente da Ales, deputado Marcelo Santos, afirmou: “A Assembleia Legislativa do Espírito Santo vai envidar esforços para que essa situação seja completamente esclarecida, e reiteramos apoio à apuração rigorosa dos fatos, garantindo transparência e responsabilidade em todos os processos”.
Em nota enviada à imprensa, o deputado Danilo Bahiense informou que foi notificado do caso pela reportagem do “Fantástico” e, imediatamente, entrou em contato com a Polícia Civil de São Paulo para verificar o andamento das investigações. “Como delegado de Polícia Civil no Espírito Santo, com mais de 30 anos de combate ao crime, Danilo Bahiense não coaduna com qualquer tipo de delito. Diante dos fatos expostos, o parlamentar decidiu por exonerar a servidora”, informou a assessoria de comunicação do parlamentar.
(Fotos do casal: Reproduções da Rede Globo)