O Núcleo de Operações e Transportes Aéreo (Notaer), vinculado à Secretaria da Casa Militar do Governo do Espírito Santo, iniciou no dia 30 de outubro as atividades do V Curso de Especialização para Operador Aerotático, promovido em parceria com a Polícia Militar, com a finalidade de habilitar policiais da PM e da Polícia Civil, além de militares do Corpo de Bombeiros. O curso, que não era realizado há 10 anos, permitirá os alunos a atuarem em todas as atividades envolvendo os helicópteros do Notaer, na função de Operadores Aerotáticos. Além dos capixabas, há entre os alunos um soldado da Polícia Militar de Rondônia. Vídeo cedido pela Assessoria de Imprensa da Casa Militar mostra alguns momentos dos treinamentos.
Em suas quatro edições anteriores, quando o curso ainda se chamava Curso de Tripulante Operacional (CTO), o Notaer formou 57 servidores para atuarem como operadores aerotáticos: 41 integrantes da PMES; quatro do Corpo de Bombeiros; seis da PM do Rio Grande do Norte; um da PM do Distrito Federal; dois militares de Goiás; um PM de Mato Grosso; um da PM de Mato Grosso do Sul; e um militar do Exército.
Segundo o chefe do Notaer, tenente-coronel Daniel Quintella, a edição atual do curso possui uma carga horária de 357 horas e conta com disciplinas variadas, como CRM e Segurança Operacional, Teoria de Voo, Regulamentos de Tráfego Aéreo, Manutenção de Aeronaves e Apoio de Solo, APH, Equipamentos Operacionais, Operações Aquáticas e em Altura, Instrumentos de Menor Potencial Ofensivo, Resgates em Locais de Difícil Acesso e Resgate Aeromédico.
O Núcleo de Operações e Transporte Aéreo da Secretaria da Casa Militar é a unidade aérea pública capixaba que há quase 32 anos atua de maneira integrada e multimissão nas mais diversas situações em que o emprego da aeronave de asas rotativas seja necessário, desde operações com as equipes de saúde do SAMU 192 e de captação de órgãos, passando pelas variadas atividades policiais, até as missões de busca, de salvamento e de defesa civil em apoio aos bombeiros, entre outras.
O tenente-coronel Quintella explica que o operador aerotático, por definição e por previsão legal (conforme o Regulamento Brasileiro de Aviação Civil nº 90), é o agente público que exerce as atividades de segurança e táticas específicas a bordo da aeronave, sendo aquele que desce no rapel, salta na água ou desembarca em áreas restritas para salvar vidas e levar segurança. Ou ainda aquele que está na porta da aeronave promovendo a segurança de pessoas e de agentes públicos em solo ou balizando os pousos da aeronave em auxílio aos pilotos.
“Ou seja, é um elemento primordial para a execução das operações especiais de aviação pública. Portanto, ser um Operador Aerotático é uma atribuição de muita responsabilidade, de muita exigência técnica e que requer múltiplos conhecimentos e habilidades”, explica o tenente-coronel Quintella. “O termo Operador Aerotático, padronizado recentemente de maneira nacional por força da legislação, carrega em si a honra e a determinação do compromisso maior dos HARPIAS: salvar vidas!”, comentou o chefe do Notaer.
O curso deste ano de 2023 disponibilizou 20 vagas, mas começou com19 alunos. Entretanto, uma aluna-policial civil foi reprovada em uma das etapas: “Lamentamos demais a reprovação dessa policial, que é inteligente, sempre foi muito dedicada nos treinamento e em todo o curso”, disse o tenente-coronel Quintella.
O instrutor da disciplina Trabalho em Altura, major CBES Felipe de Mello Rezende Colgnago, disse que atualmente o curso conta com 11 policiais militares, seis bombeiros e um PM de Rondônia. Desde que se iniciou, os alunos já tiveram aulas nos módulos ‘Salvamento em Altura’ e ‘Trabalho em Altura’, no Quartel do Comando Geral do Corpo de Bombeiros, na Enseada do Suá; na piscina do Colégio Estadual, na Avenida Vitória; na Curva da Jurema; e na Ilha do Boi. Nesta terça-feira (14/11) à tarde, o treinamento será na Pedra dos Dois Olhos, entre Fradinhos e Tabuazeiro, também em Vitória.
O cabo André Conti, lotado no Comando de Operações Especiais (COE) do Batalhão de Missões Especiais (BME) da PM, a cabo BM Beatriz Carvalho, e o soldado M. Pinho, da PM de Rondônia, conversaram com a reportagem na última sexta-feira (10/11), num dos intervalos da aula de rapel, num edifício localizado em Bento Ferreira. Afirmaram estar satisfeitos com o curso e esperam ser aprovados, para começarem a atuar no Notaer:
“Estou na PM há 12 anos e espero ser aprovado nesse curso de especialização para me habilitar a trabalhar numa aeronave”, disse Conti.
“Trabalho no Corpo de Bombeiros há nove anos e entendo que o Notaer é um setor com atividades integradas, tanto para salvar vidas quanto para ajudar as polícias nas atividades que requerem o uso de helicópteros”, destacou Beatriz.
“Sou da cidade de Candeias do Jamari e estou na PM de Rondônia há cinco anos. Quando eu tomei conhecimento desse curso no Espírito Santo, pedi autorização ao meu comandante e me inscrevi para o processo seletivo. Foram disponibilizadas duas vagas para meu Estado, mas o outro colega desistiu”, disse o sondado M. Pinho.