O governador Renato Casagrande (PSB) chamou de atos terroristas os ataques feitos pelo grupo Hamas, da Palestinos, a Israel. Os primeiros ataques começaram no sábado (07/10), com disparos de milhares de foguetes e invasão por terra e mar pelo Hamas. Israel declarou estado de guerra e, até este quarto dia de conflitos mais de 1.900 pessoas, entre militares e civis, foram mortos. Na tarde desta terça-feira (10/10), Casagrande disse que o prolongamento do conflito poderá mexer novamente com a economia do Planeta e destacou, porém, que o mundo e a Organização das Nações Unidas (ONU) reflitam também sobre a necessidade de garantir uma pátria para os palestinos:
“O Hamas é um grupo terrorista, fez um ataque terrorista e temos que condenar. É importante que a gente condene o ato terrorista, que possamos reagir a esses ataques terroristas, mas que procuremos também a encontrar uma saída para os palestinos. Eles vivem vagando pelo mundo, em áreas da Cisjordânia, em áreas na Faixa de Gaza, sem ter uma nação implantada e instalada e reconhecida. Que o mundo e a ONU possam buscar uma saída para o povo palestino”, disse o governador do Espírito Santo.
Renato Casagrande entende que, do ponto de vista da economia mundial, o conflito tem por enquanto uma “repercussão pequena neste momento”. No entanto, frisou que se a guerra se prolongar, poderá ter uma repercussão maior, especialmente em relação ao preço do petróleo: “A crise da guerra entre a Rússia e a Ucrânia afetou os preços dos alimentos e da energia, do gás. E a crise no Oriente Médio pode afetar o preço do petróleo. Isso pode provocar uma pressão inflacionária através dos preços dos combustíveis. Então há sim uma preocupação”, pontuou o governador capixaba.
A invasão da Faixa de Gaza é considerada um movimento de alto risco, que parecia impensável nos últimos anos. O enclave de 365 km² é densamente povoado por mais de 2 milhões de palestinos, que praticamente não têm onde se abrigar no conflito. Por isso, uma incursão terrestre por parte das forças israelenses ameaça um banho de sangue.
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O Portal de Notícias Poder 360 informa que o número de mortes por conta do conflito armado entre Israel e o grupo extremista Hamas chegou a 1.900. Desses, 900 são palestinos, segundo dados divulgados nesta terça-feira (10/10) pelo Ministério da Saúde da Palestina, e pelos menos 1.000 são israelenses, conforme a CNN. Os números não contemplam os 1.500 corpos de combatentes do Hamas que as Forças de Israel disseram ter encontrado. O governo palestino não se manifestou sobre essas declarações de Israel.
O Hamas lançou um ataque sem precedentes contra Israel em 7 de outubro. As forças israelenses responderam com bombardeios em alvos na Faixa de Gaza. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou no domingo (8.out) guerra ao Hamas e falou em destruir o grupo. Segundo o Poder 360, embora seja o maior conflito armado na região nos últimos anos, a disputa territorial entre palestinos e israelenses se arrasta por décadas. Os dois grupos reivindicam o território, que possui importantes marcos históricos e religiosos para ambas as etnias.
O Hamas (sigla árabe para “Movimento de Resistência Islâmica”) é a maior organização islâmica em atuação na Palestina, de orientação sunita. Possui um braço político e presta serviços sociais ao povo palestino, que vive majoritariamente em áreas pobres e de infraestrutura precária, mas a organização é mais conhecida pelo seu braço armado, que luta pela soberania da Faixa de Gaza. O grupo assumiu o poder na região em 2007, depois de ganhar as eleições contra a organização política e militar Fatah, em 2006.
A região é palco para conflitos desde o século passado. Há registros de ofensivas em 2008, 2009, 2012, 2014, 2018, 2019 e 2021 entre Israel e Hamas, além da 1ª Guerra Árabe-Israelense (1948), a Crise de Suez (1956), a Guerra dos 6 Dias (1967), a 1ª Intifada (1987) e a 2ª Intifada (2000). Os atritos na região começaram depois que a ONU fez a partilha da Palestina em territórios árabes (Gaza e Cisjordânia) e judeus (Israel), na intenção de criar um Estado judeu. No entanto, árabes recusaram a divisão, alegando terem ficado com as terras com menos recursos.