O governador Renato Casagrande (PSB) vivenciou, mais uma vez, a fé a beleza da tradicional Festa de Corpus Christi de Castelo, realizada na quinta-feira (08/06). Ele, que nasceu na cidade, saiu de Vila Velha, onde reside, logo pela manhã. Antes das 12 horas já estava em Castelo, onde chegou de helicóptero, e se emocionou com que viu: “Que coisa mais linda os tapetes de Castelo vistos de cima. Já estamos na 60ª Festa de Corpus Christi em minha terra e, como sempre, eu não podia faltar!”, pontuou o governador em uma rede social. “São 2,5 quilômetros de tapetes, feitos com muita destreza, fé e devoção pelos mais de 3 mil voluntários, que utilizaram materiais como palha e pó de café, pó de pneu, pó de serra, pedras, folhas, cipreste, flores e papel para criarem verdadeiras obras de arte sob o tema ‘Pão em todas as mesas. Muita alegria e emoção!”, completou Casagrande.
Arte, união e religiosidade marcaram, efetivamente, a 60ª edição da Festa de Corpus Christi de Castelo. Com cerca de 2,5 quilômetros de extensão, conforme já havia informado o governador capixaba, os tapetes confeccionados pela população encantaram o público visitante, estimado em 100 mil pessoas. Juntos, Renato Casagrande e o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos (Podemos), percorreram todo o circuito religioso, ao lado de outras lideranças políticas, religiosas e comunitárias.
Os organizadores colocaram uma espécie de ‘ponte’ sobre os tapetes ao longo do trecho de 2,5 km para que as pessoas pudessem atravessar de lado sem pisar nas obras, antes da procissão. Foi numa dessas ‘pontes’ que Casagrande e seus amigos usaram para fazer fotos.
Assim como o público que bateu os recordes de expectativas da organização, o número de voluntários também cresceu. São 3 mil pessoas diretamente envolvidas, sem contar os outros cerca de 2 mil colaboradores indiretos. “Os tapetes são artisticamente belos, mas a maior beleza mesmo está no gesto de união de nossa comunidade. Temos voluntários que atuam desde quando começamos e hoje trazem os netos para continuar a tradição”, disse o pároco de Castelo, Frei Antônio Bueno.
Dentre os voluntários históricos está o governador Casagrande, que nasceu em Castelo, onde também passou boa parte de sua vida. “Eu acho que nunca faltei a nenhum evento, desde que começou. Meus pais me traziam para ajudar a fazer os tapetes. Hoje eu apoio a festa como governante. Faço questão de estar sempre aqui para prestigiar esse que, além de ser patrimônio religioso e cultural do nosso Estado, é também um importante instrumento para fortalecimento econômico da região”, afirmou. “Mais uma vez o povo mantém a tradição religiosa com fé e talento artístico. Estamos aqui para que, cada vez mais, possamos divulgar esse monumento e um grande símbolo da religiosidade brasileira”, completou Casagrande.
Assim como o chefe do Executivo Estadual, muitos castelenses que saíram da cidade para trabalhar ou estudar voltam para rever os familiares nesta época do ano. “A festa é tradição e traz as famílias de volta para casa. É um grande reencontro. Além de contar muito para fortalecimento de nossa espiritualidade, também movimenta a economia. Estamos com hotéis lotados, feiras das entidades, de artesanatos, de gastronomia de agroturismo, dentre outras atividades comerciais. É uma superestrutura para atender aos visitantes”, contou o prefeito João Paulo Nali (PTB).
O deputado Marcelo Santos ficou impressionado com a beleza dos tapetes e a estrutura do evento. “Esta é uma cidade contemplada com obras estruturantes do Estado, executadas pelo Governo, mas votadas e aprovadas pela Assembleia Legislativa. E é muito bom ver que aqui tem religiosidade, agroturismo, artesanato e esportes de aventura. Um verdadeiro mosaico de atrativos para turistas de todo o Brasil e também estrangeiros”, frisou o presidente da Assembleia Legislativa.
O diretor de Habilitação e Veículos do Departamento Estadual de Trânsito, o coronel da Reserva da Polícia Militar Alexandre Quintino, que é natural de Castelo, também participou dos festejos de quinta-feira. “São 60 anos de fé e religiosidade. A população castelense está de parabéns por mais este momento importante para o cristianismo”, disse Quintino, que é ex-deputado estadual.
Estrutura
Este ano, o tema da festa foi “Pão em todas as Mesas” e, para a confecção dos tapetes, foram utilizados 45 toneladas de pedras e 15 toneladas de restos de pneus. Também estão entre os materiais: palha e pó de café, pó de serra, folhas, flores, areia, papel, entre outros.
E a edição de 2024 já está sendo concebida desde o fim da festa desse ano. “Iniciamos o planejamento com a avaliação do que deu certo e do que precisa melhorar. Fazemos até pesquisa para trazer soluções melhores”, explicou o integrante da coordenação-geral, José Ângelo da silva Campos.
Com o crescimento do Corpus Christi de Castelo, o que precisa ser reavaliado é o sistema hoteleiro. É o que pensa o secretário de Turismo do Estado, Wemerson Meireles. “É uma celebração extremamente importante, especialmente para a região. Ele oportuniza geração de renda para muitas famílias. Nosso desafio é sempre receber bem o turista para que ele possa continuar prestigiando a festa. E vamos trabalhar para que tenhamos ainda mais disponibilidade de hospedagem nas próximas edições”, afirmou.
Tradição
A celebração de Corpus Christi com confecção de tapetes faz parte do calendário católico. De acordo com a crença religiosa, nesta data, o Corpo de Cristo se transforma em alimento para os homens. Em Castelo, a tradição de cobrir as ruas com ornamentos começou em 1963 com Vicência Zuleide Pereira da Silva, conhecida como Irmã Vicência. No início era só um pequeno quadrado feito com flores e folhas verdes. Ao longo dos anos, a ornamentação foi ganhando voluntários e preenchendo as ruas. Até se tornar o que é hoje: uma das maiores celebrações religiosas do Brasil.
(Com informações também do Portal da Ales)