A Assembleia Legislativa aprovou a instauração da Frente Parlamentar para fiscalizar as ações de reparos e danos e a repactuação do acordo firmado pela Fundação Renova. A Frente foi proposta pelo deputado estadual Tyago Hoffmann (PSB). A Fundação Renova é a entidade responsável pela mobilização para a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), em 2015, que causou a morte de 19 pessoas e provocou o maior desastre ambiental do Brasil, atingindo também municípios do Espírito Santo.
De acordo com Tyago Hoffmann, o objetivo da Frente Parlamentar é discutir as ações da Fundação, suas mantenedoras e o Poder Público para a promoção de medidas reparatórias e compensatórias, socioambientais e socioeconômicos, além de dar mais transparência a repactuação do acordo que atualmente está em discussão. A primeira reunião da Frente acontece no dia 14 de junho de 2023, às 14 horas, no Plenário Judith Leão Castello, na Assembleia Legislativa.
O desastre de Mariana ocorreu no dia 5 de novembro de 2015. A tragédia foi provocada pelo rompimento da Barragem do Fundão, usada para guardar os rejeitos de minério de ferro explorados pela empresa Samarco, cuja sede fica em Anchieta, litoral Sul do Espírito Santo. O evento causou a destruição do meio-ambiente, contaminação do rio, do solo e um saldo de 19 mortos.
A lama que saiu da barragem chegou em apenas 15 minutos à pequena localidade de Bento Rodrigues, situada a 8 km da barragem, com uma população de 620 habitantes. A vila desapareceu soterrada pela lama e hoje restam somente escombros daquilo que eram casas.
Por 16 dias, a lama seguiu o leito de 853 km do Rio Doce, que nasce em Minas Gerais, e atingiu as cidades ribeirinhas provocando escassez de água, diminuição da pesca, do comércio e do turismo. A lama chegou à bacia hidrográfica no dia 21 de novembro e os dejetos se espalharam num raio de 80 quilômetros causando graves prejuízos para a indústria local.
Ao todo, 39 municípios de Minas Gerais e do Espírito Santo, onde moram 1,2 milhões de pessoas, habitam nestas cidades e viram suas vidas afetadas. Mais dois mil hectares de terras ficaram inundadas e inutilizadas para o plantio. A tragédia também prejudicou a indústria pesqueira capixaba, pois a lama, que atingiu o Rio Doce, chegou ao Oceano Atlântico.