Deputados estaduais, produtores rurais e diversas lideranças políticas do Estado participaram do lançamento do Programa de Desenvolvimento Sustentável da Cafeicultura do Espírito Santo. O evento aconteceu no Palácio Anchieta, na segunda-feira (22/05). A iniciativa, inédita, tem como meta o aumento da produtividade com ampliação de técnicas que respeitem o meio ambiente. O Espírito Santo é uma referência nacional e mundial na produção de café. A cada quatro sacas de café Conilon produzidas no Brasil, três saem dos cafezais capixabas. A atividade gera cerca de 400 mil empregos diretos e indiretos, e está presente em mais de 75 mil das 108 mil propriedades agrícolas do Estado. A meta até 2030 alcançar um aumento de 64% na produção do café arábica e 150% do Conilon.
Além do aumento de produção por área plantada, o Governo do Estado pretende que o café capixaba tenha valor agregado. Para isso, o programa prevê a capacitação de produtores e técnicos para o uso racional de agroquímicos, a ampliação de uso de bioinsumos, o manejo de irrigação e a conservação florestal, bem como implementação da cultura do café com baixo carbono.
O presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa, deputado Lucas Scaramussa (Podemos), destacou a importância da inovação e da tecnologias não só para colocar as metas o novo programa em execução, mas para manter as famílias no campo, para ampliar a formação profissional e da capacitação de técnicos e produtores. “Precisamos de tecnologias digitais para mecanização das lavouras cafeeiras. Precisamos de startups para colocar essa inovação em prática. Hoje a gente vê produtor controlando a irrigação das plantas com um simples comando no celular. Disso que precisamos”, destacou o parlamentar.
O presidente da Assembleia, deputado Marcelo Santos (Podemos), falou que além das parcerias dentro do Estado, o desenvolvimento capixaba precisa da atenção do governo federal. “Há alguns anos, nós não conseguíamos nem vislumbrar um programa como esse, mas estamos aqui escrevendo uma nova página da cafeicultura capixaba. E não podemos parar por aqui. Nós precisamos acessar o governo federal que tem dívidas estruturantes com o espírito santo. Esperamos que esse novo governo possa olhar diferente para cá e fazer jus ao estado que tem uma das maiores capacidades de investimentos entre as unidades da federação”, cobrou Marcelo ao pontuar uma série de obras de rodovias e outras intervenções em infraestrutura que são fundamentais.
O secretário de Agricultura do Espírito Santo, Ênio Bergoli, explicou a execução será por meio de 27 projetos. “Pretendemos chegar em 35 mil propriedades das 75mil que temos no estado, implantando nelas um currículo mínimo de sustentabilidade. Queremos aumentar a fatia da produção de café, feita com qualidade. Afinal, o consumidor não quer odor e gosto desagradável no produto. E quem não tiver qualidade vai estar fora do mercado em pouco tempo”, explicou.
O presidente do Conselho de Exportação do Café do Brasil (Cecafé) Márcio Ferreira cândido, disse que o Espírito Santo é a menina dos olhos do mundo inteiro quando se fala em café robusta. E que, para aproveitar essa oportunidade, precisa ficar atento às mudanças de prioridade por parte do consumidor. “Estamos falando de sustentabilidade social, trabalhista e social. Nós tivemos envolvidos em pautas nos Estados Unidos e Europa e, em todas elas, o que se pergunta é a rastreabilidade, a origem do produto”, afirmou.
O governador Renato Casagrande (PSB) ao final do encontro agradeceu a colaboração da Assembleia Legislativa na condução dos debates com cafeicultores que culminaram nesse programa. “Ninguém faz nada sozinho. Nós dependemos de parceria com as demais instituições e a Assembleia é uma parceira nesta meta que é colocar o Espírito Santo como o estado dos melhores cafés do país. Já ganhamos os principais prêmios nacionais e internacionais”, frisou Casagrande.
O governador destacou ainda que o café é o maior instrumento de desenvolvimento regional do estado, com a presença de cafezais em todos os municípios. “Pra nós que queremos ser apresentado ao mundo como referencia em café de qualidade precisamos ter qualidade e sermos justos. Não é só pra meia dúzia de capixabas enriquecer e o resto viver na pobreza. O café tem que ser um instrumento de distribuição de renda”, afirmou.