Três vezes presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional do Espírito Santo, Homero Mafra é o quarto entrevistado nessa série de reportagens do Blog do Elimar Côrtes com os prováveis pré-candidatos à direção da OAB/ES. Embora nos bastidores seu nome seja citado como possível candidato, Homero Mafra afirma, porém, que uma candidatura não está no seu horizonte por entender o cargo não pode ser objeto de desejos pessoais:
“Ser candidato a presidente da OAB não pode ser projeto pessoal. É preciso ter história na advocacia, compromisso com os valores históricos da Ordem, com a defesa da democracia, dos que são marginalizados. Servi a advocacia por três mandatos. Penso que dei minha contribuição. Mas não posso concordar que a Ordem seja dirigida por pessoas que não têm qualquer compromisso com os valores que estão presentes no compromisso que assumimos quando prestamos nosso juramento. Hoje, uma candidatura não está no meu horizonte, mas estarei junto com os que querem uma Ordem forte, comprometida com a defesa dos direitos humanos, da democracia, das minorias e das prerrogativas profissionais e que não sirva a projetos pessoais”, pontuou Homero Mafra, que presidiu a entidade capixaba por 10 anos seguidos (2008 a 2018).
Para Homero Mafra, que é presidente da Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim) no Espírito Santo, como as eleições estão longe – previstas somente para novembro de 2024 –, qualquer manifestação no sentido de elaborar planos de gestão “me soa precipitada e, de certa forma, personalista. Candidatura, aprendi isso, não é projeto pessoal. É construção coletiva.” Homero Mafra, entretanto, faz críticas à atual gestão da OAB/ES, presidida por José Carlos Rizk Filho:
“A atual gestão é omissa nas questões de direitos humanos, está ausente do debate das questões importantes da sociedade capixaba e deficiente na defesa das prerrogativas profissionais. Não atende aos reais anseios da advocacia e está distante da sociedade civil. Quando conversamos com advocacia nos Fóruns temos a noção do que é a atual gestão da OAB/ES: omissa e distante da advocacia. O lamentável episódio ocorrido na comemoração dos 91 anos da OAB/ES, quando um advogado que pagou ingresso foi proibido de retornar ao evento depois do almoço ‘por ordem do presidente’ mostra a maneira como a Ordem é conduzida. É uma pena que seja assim, mas infelizmente essa é hoje a OAB/ES que temos: omissa e excludente.”
Homero Mafra é o quarto entrevistado pelo Blog do Elimar Côrtes. A primeira entrevista desta série foi com a advogada Erica Neves; a segunda com o presidente da Caixa de Assistência dos Advogados do Espírito Santo (CAAES), Ben-Hur Farina; e a terceira com o presidente da Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil na Serra, Ítalo Scaramussa. As reportagens são postadas à medida que chegam as respostas dos pré-candidatos. Todos os oitos prováveis candidatos, incluindo o atual presidente Rizk Filho, foram convidados para as entrevistas.
Saiba Mais
Os demais pré-candidatos à presidência da OAB/ES também foram procurados, desde o início da manhã desta quinta-feira (30/03), para falar sobre suas propostas de campanha à eleição da direção da Ordem. À medida que a resposta deles for chegando, o material será pulicado em outra reportagem. Erica Neves, Ben-Hur Farina e Ítalo Scaramussa já tiveram reportagens publicadas.
Os demais pré-candidatos são o atual secretário-geral da OAB/ES, Alberto Nemer; o presidente das Subseções da Ordem dos Advogados em Vila Velha, José Antônio Neffa Junior; e Marcus Felipe Botelho Pereira. O atual presidente da Ordem, Rizk Filho, também pode concorrer à reeleição, caso seja de sua vontade. E também foi convidado a participar da série de entrevista por meio da Assessoria de Imprensa da Ordem.