O candidato do PL ao governo do Estado, o ex-deputado federal Carlos Manato, já começou a lotear principais cargos num futuro governo, caso vença as eleições. Oficialmente, Manato, que disputa este segundo turno contra o governador Renato Casagrande (PSB), já apresentou o candidato derrotado ao governo Aridelmo Teixeira (Novo) como “secretário de Estado da Fazenda”, e o professor João Luiz Lani para a Secretaria de Meio Ambiente a partir de janeiro de 2023 em caso de vitória.
Manato age como se uma grande conspiração estivesse em ação para garantir a sua vitória, numa demonstração de prepotência e arrogância. Por isso, extraoficialmente, ele já escolheu também outros “futuros colaboradores”. Para a Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Manato tem dito a aliados que vai nomear o deputado estadual reeleito Lucínio Castelo de Assumção, o Capitão Assumção (PL), um dos maiores produtores de ataques falsos contra o Casagrande e membros do governo capixaba. O secretário-chefe da Casa Civil seria o deputado estadual reeleito Danilo Bahiense, que é delegado de Polícia Civil aposentado.
Igualmente derrotado no primeiro turno para o cargo de governador, o ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon (PSD) quer a Secretaria da Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Desenvolvimento Econômico. Foi o que ele negociou com Manato para apoiar o candidato do PL neste segundo turno. Derrotado nas eleições para o Senado, o presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), reivindica, segundo fontes próximas a Carlos Manato, a Secretaria Estadual da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca.
Manato ainda teria oferecido espaço num futuro governo, em caso de vitória, ao também derrotado na disputa para governador, o ex-prefeito da Serra Audifax Barcelos. Mas Audifax teria recusado. No entanto, outro derrotado nas eleições, para o cargo de deputado federal, o apresentador de TV Torino Marques (PTB) aceitou o convite para ser o “futuro secretário de Estado da Comunicação”. Torino está encerrando seu mandato de deputado estadual.
No primeiro turno, Manato e os outros candidatos derrotados passaram boa parte da campanha criticando Renato Casagrande, afirmando que ele teria deixado a meritocracia de lado ao levar para o Governo do Estado aliados políticos derrotados em eleições anteriores. Manato chegou a declarar, em entrevista à TV Gazeta, que estaria disposto a receber currículos de quem tem doutorado e ou pós-doutorado para levar para sua equipe de governo.
Pelo jeito, a meritocracia tão balada pelo candidato ficou na retórica.