O relógio marca 9h20 de sábado (26/03). O governador Renato Casagrande (PSB) aperta o botão e aciona, pela primeira vez, a Estação de Bombeamento de Águas Pluviais (EBAP) Foz do Costa, localizada no final da rua Magnólia Aguiar, na Praia da Costa, em Vila Velha. Em frações de segundos, três das oito comportas se abrem e jogam milhares de água para a Baía de Vitória, embaixo da Terceira Ponte. A rua é sede da Vila Militar, um condomínio de casas onde residem sargentos e oficiais do 38º Batalhão de Infantaria do Exército. O próprio governador Casagrande, com microfone nas mãos, saiu do improvisado palanque e foi para a beira do mar contemplar a novidade.
“Vila Velha está passando por uma revolução”, disse Casagrande, mais tarde. Ele tem razão. O Governo do Estado está investindo mais de R$ 580 milhões em macrodrenagem no Espírito Santo e, neste sábado, inaugurou a EBAP Foz do Costa, em Vila Velha. Com investimento de R$ 39 milhões, o equipamento terá capacidade de bombeamento de 20m³/s por meio de oito bombas, podendo ter a sua capacidade ampliada para até 25m³/s, auxiliando a drenagem das águas da bacia do Canal da Costa. Cerca de 140 mil habitantes serão beneficiados com o investimento.
“Vamos resolver os alagamentos de Vila Velha com investimento do Governo do Estado e com o suporte da Prefeitura, que está se comprometendo a fazer as bombas funcionarem e limpando os canais para a água fluir. É um problema crônico que existe desde quando Vasco Fernandes Coutinho chegou e, finalmente, vamos resolver”, afirmou o governador.
Casagrande prosseguiu: “A cidade mais antiga do Espírito Santo está recebendo outros importantes investimentos, como a ampliação da Terceira Ponte, construção da Ciclovia da Vida, a drenagem e pavimentação de várias ruas, a expansão da Rodovia ES-388 e a construção de viadutos na Darly Santos. Temos certeza que, quando fazemos investimentos públicos, atraímos investimentos privados, geramos oportunidades aos capixabas e ajudamos a desenvolver o nosso Estado.”
A água devolvida ao mar com a abertura das três comportas estava represada e chegou à Estação de Bombeamento vindo da própria Baía de Vitória, quando a maré está em alta. Não foi ainda água da chuva. De acordo com o secretário de Estado de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano, Marcus Vicente, esse é o maior investimento em macrodrenagem no município de Vila Velha. “São mais de R$ 400 milhões para reduzir os alagamentos causados pelas chuvas intensas, que é um problema antigo dos moradores de Vila Velha. A entrega da EBAP Foz do Costa é um marco histórico deste governo, pois enfrenta um desafio crônico da Região Metropolitana”, pontuou.
Serão contemplados os bairros da Praia da Costa, Itapoã, Coqueiral de Itaparica, Residencial Coqueiral, Cocal, Boa Vista I, Boa Vista II, Vista da Penha, Soteco, Cristóvão Colombo, Olaria, Divino Espírito Santo, Santa Mônica, Santa Mônica Popular, Praia de Itaparica, Jardim Guadalajara, Santa Inês, Jaburuna, Centro, Glória e Praia das Gaivotas.
A EBAP Foz do Costa trabalhará interligada ao sistema inteligente de macrodrenagem dos municípios de Vila Velha e Cariacica, através de um Centro de Operação remota que será constituído pelas: EBAP Laranja, EBAP Marinho, EBAP Cobilândia; EBAP Marilândia e EBAP Aribiri. Juntas, estas estações possuem capacidade de bombear 350 milhões de litros de água por hora, com lançamento para a baía de Vitória e para o Rio Jucu.
Além dessas estações, o sistema de macrodrenagem de Vila Velha contará com a construção de 3,3 km de galerias nos bairros Cobilândia, Nova Itaparica e Jockey e, também, de um dique no Canal Marinho que levará as águas do córrego Campo Grande, da Vala América, do bairro São Torquato e das EBAPs Cobilândia e Marilândia para a baía de Vitória, passando pela EBAP Marinho.
A EBAP Foz do Costa, assim como as EBAPs Marinho e Aribiri, possuem comportas de maré, que têm a função de controlar a entrada do mar nos canais em épocas de chuva.
Tecnologia EBAP’S:
– Integração ao centro de controle operacional na Avenida Dalry Santos, já implantado;
– Automação local com um Eletrocentro que permite seu acionamento automático, mesmo que perca a comunicação remota com o centro de operação;
– O acionamento pela leitura automática dos sensores de níveis d’água instalados nos canais e comportas;
– O sistema permite o acionamento e controle remoto pelo operador, inclusive pelo celular;
– Ocorrendo falta de energia, a Estação passa a operar automaticamente por geradores movidos à diesel.