O Governo do Estado, por meio do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), formalizou, na manhã desta sexta-feira (18/03), o contrato com a empresa TM3 Capital, que será a gestora do Fundo de Investimento em Participação (FIP), vinculado ao Fundo Soberano do Espírito Santo. A empresa será a responsável por estruturar o FIP Funses 01, fundo na modalidade venture capital multiestratégia. Esse fundo será um dos maiores da categoria no País, com aporte inicial de R$ 250 milhões.
A solenidade de assinatura foi realizada no Palácio Anchieta, em Vitória, com a presença do governador Renato Casagrande, além de representantes do poder público, de entidades ligadas às atividades produtivas e do ecossistema de inovação capixaba.
“Temos um Estado com boa gestão fiscal e bom ambiente de negócios para os investidores que querem se alocar no Espírito Santo. Nossa economia cresceu mais do que a nacional no ano passado. Podemos lembrar de diversos exemplos de locais com riqueza abundante de petróleo que se desorganizam. Então pensei no que poderíamos fazer para garantir o futuro sem depender do petróleo: separando uma parte de sua receita corrente líquida. Poderíamos utilizar esses recursos agora em obras e programas, mas temos uma visão clara de que precisamos pensar no futuro das próximas gerações”, afirmou o governador.
Casagrande prosseguiu: “Pensar no futuro hoje para que o Estado não fique dependente do petróleo, que é algo volátil. O Fundo Soberano é uma amostra de gestão pensando no futuro. Quem irá gerir essa poupança que estamos fazendo agora serão os governantes do futuro. Nenhum outro Estado tem um Fundo Soberano. O Espírito Santo é pequeno de tamanho, mas a cada dia se consolida como referência em diversas áreas.”
O diretor-presidente do Bandes, Munir Abud de Oliveira, destacou que o banco coordenou a chamada pública para a escolha da gestora para estruturar o FIP Funses 01. A gestora selecionada tem um papel importante em todo o processo, sendo responsável pela análise das empresas, valoração, negociação, investimento, aceleração e desinvestimento das empresas selecionadas.
“A iniciativa é um cuidado com o futuro dos capixabas. O Governo aloca recursos provenientes de uma riqueza finita, como o petróleo ou o gás natural, para fazer uma poupança estadual que recebe parte do dinheiro de sua exploração e, assim, investir em diversificação, inovação e sustentabilidade da economia do Estado. Estamos falando de uma iniciativa inédita, que permite a atração de novas empresas para o Espírito Santo, o ganho de competitividade do parque industrial, o desenvolvimento de empresas de base tecnológica e a diversificação e o fortalecimento da nossa economia, além da consolidação de cadeias produtivas de diferentes segmentos econômicos”, destacou Munir Abud.
O secretário de Estado de Inovação e Desenvolvimento, Tyago Hoffmann, frisou que o Fundo Soberano foi criado em 2014, ainda na primeira gestão do governador Renato Casagrande, mas que logo depois sofreu uma pausa, sendo retomado em 2019.
“Tive a oportunidade de participar da concepção do Funses quando fui secretário de Governo e desde 2021 faço parte do seu Conselho Gestor. Antes de apresentar ao governador um novo caminho de investimento que fosse capaz de ser uma reserva para o futuro dos capixabas, foi necessário me debruçar em pesquisas e estudos para chegarmos até aqui. Avançamos muito e hoje vejo a importância deste trabalho. O uso de recursos oriundos da exploração de petróleo é um marco para os capixabas”, pontuou Hoffmann.
O secretário completou dizendo que, em 2021, a decisão do governador Renato Casagrande de dar mais um passo em direção à inovação, criando o Fundo de Investimento em Participações (FIP), vinculado a esse Fundo original, se consolida como um divisor de águas para o desenvolvimento do Estado. O Espírito Santo está em destaque no mercado devido aos excelentes indicadores econômicos e saiu na frente dos demais estados ao ter um fundo soberano, uma reserva para o futuro”, afirmou.
A TM3 Capital foi selecionada por meio da chamada pública para gerir o Fundo de Investimento em Participação (FIP), vinculado ao Fundo Soberano. A assinatura contou com a presença de representantes do ecossistema de inovação, da indústria e de entidades ligadas ao fomento econômico capixaba.
O fundador e CEO da TM3 Capital, Marcel Malczewski, enfatizou que a atuação do novo mecanismo de ventures capital disponível para empresários capixabas e interessados em investir no Estado tem potencial de movimentar a economia capixaba.
“O Fip Funses 01 vai atuar não só no investimento de empresas com base tecnológica, mas também na aceleração de várias empresas em estágio inicial. Ou seja, o fundo vai olhar empresas desde a fase de ideia até etapas mais maduras, com produtos, validades e clientes. O papel da TM3 Capital será, principalmente, de potencializar e fomentar o ecossistema do Espírito Santo, sendo uma ferramenta importante, juntamente com outras iniciativas para transformar a imagem do Estado no que se refere aos investimentos em tecnologia”, salientou Malczewski.
Diversificação econômica
A concepção, em 2019, do Fundo Soberano do Estado do Espírito Santo (Funses) pelo Governo do Estado, com base nos recursos oriundos da exploração de petróleo, foi um marco para o futuro socioeconômico dos capixabas. Em 2021, a criação de um Fundo de Investimento em Participações (FIP), vinculado a esse Fundo original, se consolidou como uma iniciativa de grande importância estratégica para o novo ciclo econômico capixaba, com potencial para impactar o rumo da nossa economia.
O novo fundo permite, a partir do investimento de receitas provenientes da indústria do petróleo e do gás natural, buscar a atração de novos negócios, com emprego e renda para a população. O Fip Funses 01 pretende acelerar até 500 empresas em 5 anos e investir em, aproximadamente, 100 empresas por todos os estágios da jornada de desenvolvimento, no mesmo período.
Com vasta experiência na gestão de venture capital, a TM3 Capital vai trabalhar no Espírito Santo em conjunto com a empresa ACE, que atuará como aceleradora de startups no mercado capixaba. A ACE tem o papel de desenvolver as startups e empresas de base tecnológica, auxiliando-as para tornar os modelos de negócios consolidados e aptos a receber aportes do FIP.
O Fundo tem uma tese multiestratégia e vai investir, preferencialmente, nos setores de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC); Nanotecnologia; Varejo e Comércio Eletrônico; Economia Criativa, Serviços Financeiros; Economia Digital; Educação; Saúde e Ciências da Vida; Energias Renováveis; Químico e Materiais; Meio Ambiente; Agronegócio; Metalmecânico; Transporte; Logística; Rochas Ornamentais; Economia do Turismo e Lazer; Madeira e Móveis; e Confecção Têxtil e Calcados.