O governador Renato Casagrande tem usado uma frase, desde o início deste seu segundo mandato à frente do Executivo Estadual capixaba, que se tornou um mantra quando o assunto é a retomada do desenvolvimento econômico: “Não se pode falar em futuro sem inovação”.
E foi com esse espírito que o economista e mestre em Economia pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Tyago Hoffmann assumiu a recém-criada Secretaria da Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Desenvolvimento Econômico. Tyago Hoffmann era secretário de Governo e assumiu a nova Pasta em março deste ano.
Uma de suas principais tarefas, dadas pelo governador Casagrande, é aprimorar e fortalecer o novo ciclo da economia capixaba com a finalidade de trazer para o Espírito Santo empresas inovadoras e estimular as companhias já existentes no Estado a se adaptarem a essa nova fase.
Segundo Tyago Hoffmann, o Espírito Santo atravessa uma quarta fase da história de seu ciclo econômico. O primeiro ciclo foi o do café, iniciado no século XIX. Depois, veio a fase da industrialização:
“Vale destacar que a chegada de um ciclo não interrompe o outro. A cafeicultura do Espírito Santo se adaptou ao processo de industrialização e é hoje um dos melhores do País. Nossa cafeicultura se modernizou e criou até planta clonada e todo seu processo de irrigação e de plantio usa a tecnologia”, explica o secretário.
A industrialização trouxe grandes projetos para o Estado, como a Vale do Rio Doce, antiga CST – hoje ArcellorMittal –, Samarco, dentre outros. A presença de grandes indústrias em solo capixaba fez surgir o terceiro ciclo, que é caracterizado, segundo Tyago Hoffmann, pelo desdobramento da fase da industrialização:
“Esse desdobramento permite a fase da diversificação, como a criação de grandes empresas fornecedoras”, resume o secretário.
Como Tyago Hoffmann já disse, o surgimento de um ciclo econômico não impede o prosseguimento das atividades do anterior. Pelo contrário, estimula ainda mais o crescimento e o desenvolvimento de todos os setores. E é pensando em estimular a abertura de novos empreendimentos, nesse quarto ciclo da economia capixaba, que o governo Renato Casagrande tem feito investimentos robustos.
Estado lança Hub de Inovação Base27
No dia 16 de junho deste ano, o Governo do Estado lançou o Hub de Inovação Base27. O hub é uma iniciativa que reúne, atualmente, 29 empresas de construção, arquitetura e serviços de tecnologia, formando uma comunidade que proporciona desenvolvimento e colaboração, e impulsiona o crescimento e a gestão da inovação dentro das empresas.
Por meio da contribuição das empresas mantenedoras e diversos parceiros, o hub pretende investir mais de R$ 1 milhão em projetos e iniciativas de inovação no Espírito Santo. Os eventos, palestras e o espaço físico do hub são abertos a todo o ecossistema de inovação do Estado.
O Hub Base27 já vinha trabalhando de forma digital há um ano e na semana passada lançou seu espaço físico, na Enseada do Suá, em Vitória, que foi visitado pelo governador Renato Casagrande.
Na ocasião, Casagrande reafirmou que o Governo do Estado tem como diretriz de gestão fomentar a inovação no Espírito Santo:
“Fiquei muito impressionado e feliz com essa iniciativa. São 29 empresas que se juntaram nesse hub de inovação. Em um primeiro momento com empresas da área de construção e engenharia, todas elas com ações na área da inovação. Em nosso governo, queremos proporcionar um ambiente adequado para a inovação, com diversas políticas públicas para que bons projetos possam ir adiante”, declarou o governador.
O secretário Tyago Hoffmann também participou da visita e comentou sobre o impacto do hub no ecossistema de inovação capixaba.
“A criação desses habitats, não apenas pelo poder público — como temos no Governo do Estado o exemplo do Laboratório de Inovação da Secretaria de Gestão e Recursos Humanos, o LAB.ges —, mas também pela iniciativa privada, nos mostram que as ações do ecossistema de inovação capixaba estão se fortalecendo”, destacou.
“Para além dos investimentos públicos diretos no setor, o surgimento desses hubs de conexão privados também significa que tem negócios acontecendo aqui no Estado e que estamos no caminho certo, fomentando as políticas públicas certas. Com essa união entre setores público e privado, o Espírito Santo está cada vez mais forte na área da inovação”, pontuou Hoffmann.
O presidente do hub, Francisco Carvalho, recebeu a comitiva e demonstrou interesse em estreitar o relacionamento com o Governo do Estado.
“Para nós, é muito positivo receber esta visita. Mostra que estamos no caminho certo, trazendo recursos da iniciativa privada com um pensamento de transformação da sociedade. Sentimos abertura para dialogar mais com o governo, inclusive com iniciativas conjuntas de apoio a projetos de inovação. Temos muito interesse em aproximar a conversa!”, sinalizou Carvalho.
Para o secretário Tyago Hoffmann, as empresas têm que se adaptar à tecnologia: “É preciso ver que o Espírito Santo tem que caminhar para o novo ciclo de desenvolvimento econômico, sem, no entanto, abandonar as empresas tradicionais. Por isso, a importância da conexão ciências, tecnologia e inovação com desenvolvimento. Esta é a visão clara do governador Renato Casagrande: desenvolvimento do futuro tem que debater tecnologia com desenvolvimento”.
Governo cria Centro de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento em Cariacica
Como forma de estimular a produção científica, o Governo do Estado criou o Centro de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento (Cpid), localizado numa área da Vale, na entrada do bairro Itaquari, em Cariacica.
O Cpid é usado para o desenvolvimento de pesquisas de inteligência artificial, bancadas por grandes empresas, como a Vale e a ArcellorMittal. A Vale, por exemplo, desenvolveu no ‘Centro’ um caminhão usado para abaixar a poeira existente em sua área de pelotização, em Tubarão. Detalhe: o caminhão é guiado por computador e faz todo o serviço sozinho, sem motorista.
Lá no Cpid, o Governo inaugurou, no dia 17 de março de 2021, a primeira Usina para Pesquisa de Energia Fotovoltaica do Espírito Santo. A usina é coordenada pela Secretaria da Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Desenvolvimento Econômico (Sectides), por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes).
O valor investido na Usina para Pesquisa de Energia Fotovoltaica foi de R$ 1.547.700,00 e o projeto consiste em dois conjuntos de módulos fotovoltaicos, sendo um instalado em toda a superfície da cobertura do Cpid e o outro no estacionamento do empreendimento, totalizando uma potência instalada de 279,18 kWp e gerando, em média, 35,5 MWh/mês. Para fins de comparação, explica o secretário Tyago Hoffmann, essa quantidade de energia elétrica é suficiente para abastecer cerca de 250 residências.
O Cpid é uma entrega do Governo do Estado para as comunidades científica e empresarial capixabas, e atua como um espaço de apoio à pesquisa e inovação, além de firmar parcerias estratégicas nestas áreas, com um investimento de mais de R$ 27 milhões.
A estrutura do empreendimento conta com uma área administrativa e com uma área técnica, onde foram implantados sete laboratórios para a realização de pesquisas científicas e projetos de desenvolvimento tecnológico.
Na mesma ocasião, foi assinado o Termo de Cooperação Técnico Financeiro para implantação do Instituto de Inteligência Computacional Aplicada, o I²CA.
“Nosso objetivo é aproximar as novas tecnologias e a inovação dos serviços públicos. Sabemos da importância de investimento em inovação. E agora mais do que nunca vemos a importância da ciência. É fundamental que o Estado seja competitivo e inovador para que a gente tenha sustentabilidade. Fazer nossa mobilização, nosso MCI [Movimento Capixaba pela Inovação] funcionar, integrando a todos nós de forma objetiva. É importante que as empresas que têm atuação mundial possam alocar investimentos em inovação no Espírito Santo. O nosso Estado não pode ficar esperando que outros sejam protagonistas. Precisamos criar tecnologias e produzir tecnologias para todo o mundo. Não podemos ficar apenas consumindo”, reforçou o governador Renato Casagrande a sua crença de que “não se pode falar em futuro sem inovação”.