O setor de eventos foi um dos segmentos econômicos mais afetados pela pandemia do novo Coronavírus (Covid-19), com a redução de faturamento e mudanças no formato de atendimento, que migraram para canais virtuais, como ‘lives’ e teleconferências. Uma das alternativas oferecidas pelo Governo do Estado para os empresários do setor mitigarem esses impactos nos negócios é o crédito emergencial do Fundo de Proteção ao Emprego, operado pelo Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes).
O Fundo, que receberá aporte de R$ 250 milhões, faz parte de um pacote de medidas socioeconômicas como forma de reduzir os impactos da pandemia. O Fundo de Proteção ao Emprego oferta capital de giro, com condições operacionais atrativas e adequadas para a manutenção das atividades das empresas, com prazo de até 72 meses para pagar, incluídos 12 meses de carência. A linha é considerada sem juros, uma vez que o recurso financiado só tem correção pela taxa Selic.
Além disso, a linha apresenta maior facilidade de acesso e menor burocracia. De acordo com a regulamentação da lei de criação do Fundo, as certidões negativas de débitos junto à Fazenda Estadual estão dispensadas. As certidões negativas de débitos junto à União (certidões federais) também são dispensadas para operações de crédito até 30 de junho deste ano, com exceção para os débitos junto à Seguridade Social.
O diretor-presidente do Bandes, Munir Abud de Oliveira, avalia que o crédito emergencial pode contribuir para a retomada da atividade produtiva de diversos negócios.
“Percebemos essa necessidade dos setores e estamos construindo uma agenda de atendimento junto a entidades representativas para fazer esse crédito chegar a quem precisa. A equipe técnica do Bandes está compromissada em agilizar o acesso aos recursos ao empresário para que possamos superar este momento difícil para todos”, enfatizou Munir.
O empresário Gustavo Fernandes, sócio diretor da Inove Audi Visual, empresa de eventos de Vila Velha, contou que o negócio sentiu os impactos da pandemia. “No início, tivemos todos os novos eventos cancelados devido à proibição de todo e qualquer tipo de eventos. Paralisamos nossas atividades, mantivemos nossos colaboradores em casa e negociamos com nossos clientes o não cancelamento dos eventos já contratados para aquele ano: pedindo que eles fossem remarcados. A expectativa era que, em junho do ano passado, as atividades pudessem ser retomadas com os protocolos de segurança”, relatou.
O empresário buscou aliar a sustentabilidade financeira do negócio com a preocupação com a saúde da equipe. A empresa, que atua com locação de infraestrutura para eventos, precisou mudar o foco do negócio para a nova realidade.
“Durante esse primeiro momento, nos preocupamos em resguardar as nossas vidas e a dos nossos colaboradores, e estávamos trabalhando em home office. Participamos de treinamentos para saber como lidar com tudo isso e nos preparar para um retorno seguro às atividades. Buscamos ajuda financeira junto aos órgãos competentes, participamos de lives para entender melhor o que poderíamos fazer para superar esse momento. Tivemos um ajuste financeiro, negociamos com fornecedores, clientes e colaboradores. Nos reinventamos e oferecemos alternativas de eventos on-line, híbridos e reformulamos nosso negócio”, completou Gustavo Fernandes.
Uma das alternativas adotadas pela empresa foi a contratação dos recursos do Fundo de Proteção ao Emprego, operado pelo Bandes. Para o empresário, o momento é de enfrentamento das adversidades impostas.
“Não medimos esforços em buscar alternativas e lutar pela sobrevivência da nossa marca. Até o momento tivemos êxito e estamos otimistas. O mercado já vem dando sinais de que tudo será retomado e estamos com a expectativa de que essa recuperação seja gradual e mais rápida do que a antes”, disse o empresário.