Pelo menos 61,2% dos brasileiros estão à espera de uma vacina para se defender do novo coronavírus (Covid-19). É o que mostra pesquisa realizada pelo Instituto Paraná, de Curitiba, divulgada na manhã desta terça-feira (15/09).
A pesquisa, que ouviu 2.008 pessoas em 204 municípios brasileiros, traz outro dado interessante: 55,2% dos entrevistados são a favor que as pessoas sejam obrigadas a tomar a vacina da Covid quando o medicamento estiver disponível.
Ao menos 38,6% responderam ser contra a obrigatoriedade da vacina, enquanto 6,2% não opinaram.
Em relação à pergunta “Se não for obrigatório, o Sr(a) pretende tomar a vacina da Covid – 19?”, 26,9% responderam que vai depender de qual país a vacina será importada. Outros 8,7% responderam que não pretendem tomar a vacina, e 3,2% não souberam responder.
A pesquisa do Instituto Paraná revela ainda que as mulheres se preocupam menos com a Covid/19. Pelo menos 59,7% das entrevistadas do sexo feminino disseram que não pretendem tomar a vacina caso não haja obrigatoriedade por parte do governo. Entre os homens entrevistados, o índice para a resposta positiva é de 62,9%.
No público masculino, 56,8% são a favor da obrigatoriedade da vacina. Entre as mulheres, o índice cai para 53,7%.
No dia 31 de agosto deste ano, em meio à pandemia do coronavírus, o o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) contradisse uma lei de iniciativa do próprio Governo Federal do início do ano. Segundo Bolsonaro, ninguém pode ser obrigado a ser vacinado. A legislação vigente diz o oposto. “Ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina”, disse o Presidente em um discurso.
A lei nº 13.979/20, chamada “Lei do Coronavírus”, diz que, na situação atual de pandemia, as autoridades podem obrigar a população a ser vacinada. A lei, publicada em 6 de fevereiro, vem do PL 23/2020, de iniciativa do próprio governo Bolsonaro, quando Luiz Henrique Mandetta, que assina a peça, era ministro da Saúde. A proposta já tinha o artigo 3, que coloca a vacinação como uma das possibilidades a serem determinadas compulsoriamente pelas autoridades:
“Para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, poderão ser adotadas, entre outras, as seguintes medidas:
I – isolamento;
II – quarentena;
III – determinação de realização compulsória de: a) exames médicos; b) testes laboratoriais; c) coleta de amostras clínicas; d) vacinação e outras medidas profiláticas; ou e) tratamentos médicos específicos.”
Saiba Mais
O trabalho de levantamento de dados foi feito pelo Instituto Paraná através de entrevistas pessoais telefônicas com habitantes com 16 anos ou mais em 26 Estados e Distrito Federal e em 204 municípios brasileiros entre os dias 10 e 12 de setembro de 2020, sendo auditadas simultaneamente à sua realização, 20,0% das entrevistas.