A Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) e o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) apresentaram, na manhã desta sexta-feira (10/07), numa videoconferência com a imprensa, a nova metodologia de divulgação dos dados de crimes patrimoniais no Espírito Santo.
Segundo o Governo capixaba, o fluxo de informação no campo da Segurança Pública apresenta uma série de nuanças que demandam uma série de procedimentos de adaptação e compatibilização de banco de dados, classificação e verificação de dados e validação de informações.
De acordo com os anuários do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o Espírito Santo é uma das Unidades da Federação (UFs) que apresentam boa qualidade nos registros das estatísticas criminais.
As estatísticas e análises criminais do Estado são legitimadas por métodos científicos e contam com um conjunto de sistemas de informação e tecnologias que se encontram em aprimoramento constante.
Com base nisso, a partir do segundo semestre de 2020 a Sesp está dando início a uma nova etapa metodológica de coleta de dados extraídos dos boletins de ocorrências. A mudança tem por objetivo aperfeiçoar os dados estatísticos com foco na transparência da informação.
O secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, coronel Alexandre Ramalho, e o diretor-presidente do IJSN, Pablo Silva Lira, explicam que no modelo até agora utilizado, eram contabilizados os atendimentos realizados pela Polícia Militar por meio do serviço 190.
Os atendimentos da PM abrangem todo o território capixaba, uma vez que o 190 funciona em toda extensão do território, sendo todos os dados registrados em uma única plataforma (E-Cops).Os dados da Polícia Civil (PCES) não eram considerados por não existir uma base informatizada dos registros dos boletins de ocorrências da PC.
A partir de 2014 a Sesp iniciou o desenvolvimento do Sistema DEON, plataforma digital para registro dos procedimentos da Polícia Civil. O sistema, que começou a ser utilizado em 2016, passou por um período de adequações e ajustes e atualmente alcança a cobertura do Estado, permitindo assim a extração e consolidação confiáveis dos dados.
Diante da sua eficiência, o uso da plataforma DEON foi ampliada para a Polícia Militar e para o Corpo de Bombeiros Militar. A incorporação das ocorrências atendidas pela PM e pelo Corpo de Bombeiros no novo sistema DEON/BAON possibilitou a composição de um único banco de dados para registros das ocorrências no Estado.
A nova metodologia vai continuar permitindo a leitura dos atendimentos confirmados pela Polícia Militar, os registros realizados pelo Corpo de Bombeiros, pela Polícia Civil, aqueles que o cidadão se dirige diretamente a Delegacia e os registros realizados pelo cidadão na internet, além dos registros realizados por outras forças de segurança pública, como a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e diversas Guardas Municipais.
Modelo atual:
Na metodologia atual os dados são extraídos a partir dos Boletins de Atendimento (BA), registrados por meio do serviço 190. Os dados utilizados até agora permitem apenas uma visão dos atendimentos realizados pela Polícia Militar.
Novo modelo:
Foi desenvolvida e consolidada uma nova plataforma (DEON), que engloba os atendimentos realizados pela Polícia Militar, as ocorrências confeccionadas pela Polícia Civil, os registros realizados pelo cidadão por meio da internet e os registros realizados por outras agências conveniadas, como a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e diversas Guardas Municipais. Essa nova base de dados permite uma visão unificada dos boletins de ocorrências (PM e PC).
De acordo com o Governo do Estado, a implantação da nova metodologia foi um desafio que levou à implantação de um Grupo de Trabalho para aprimorar o fluxo de informação dos crimes contra o patrimônio, formado por servidores da Sesp, da PM, Polícia Civil e do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), com o apoio do Instituto Sou da Paz, que por meses trabalharam no desenvolvimento de uma solução que apresentasse dados mais próximos possíveis da realidade da segurança pública do Espírito Santo.
A solução passou pela implantação de um Sistema de Business Intelligence (BI), desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Espirito Santo (Prodest), que permite mais opções de cruzamento de dados e muito mais consistência na extração das informações registradas no sistema da Delegacia Online (DEON) e Batalhão Online (BAON).
A implantação do DEON e seu conseguinte uso como única fonte de dados foi marcada por um período de padronização de protocolos para confecção de um Boletim Unificado (BU). Como todo processo de desenvolvimento e aperfeiçoamento exige, realizaram-se testes, analisaram-se exaustivamente os dados e os problemas apresentados durante o processo foram saneados.
Ao fim, após muitas comparações e análises por amostragens, chegou-se a uma qualidade de produção de dados exímia, com mínima possibilidade de erros e com dados que refletem mais realidade. O BU passou a ser o documento que consolida as ocorrências atendidas por todas as instituições da segurança pública capixaba.
Sesp e IJSN respondem as principais dúvidas
OS DADOS FORNECIDOS ATÉ AGORA ESTAVAM INCORRETOS?
Os dados não estavam incorretos, a diferença é que antes se trabalhava com os atendimentos realizados pela Polícia Militar e a partir de agora passaremos a contabilizar também os atendimentos realizados pela Polícia Civil, os registros realizados pela internet, além dos dados registrados pelas agências conveniadas, como a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e diversas Guardas Municipais. Avançamos para uma contagem mais ampla, que traduz melhor a realidade dos registros criminais em todo Estado.
A POPULAÇÃO TERÁ ACESSO AOS NOVOS DADOS?
Neste primeiro momento vamos capacitar e permitir acesso ao sistema para os operadores de segurança pública e defesa social. Mas está em desenvolvimento um perfil mais interativo que será disponibilizado para acesso público no site da SESP e do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), na seção do Observatório da Segurança Cidadã (OSC). Os dados serão disponibilizados de acordo com os preceitos legais da transparência dos dados públicos. Enquanto a plataforma dinâmica está sendo desenvolvida, a SESP disponibilizará painéis em seu sítio eletrônico com informações estatísticas sobre os crimes contra o patrimônio, estes painéis serão atualizados mensalmente, assim como já é feito com os dados sobre mortes violentas.
ENTÃO OS INDICADORES CRIMINAIS AUMENTARAM, OU NÃO?
Apesar do aumento no volume dos registros, a comparação entre os dados extraídos pela nova metodologia e pelo modelo anterior demonstrou que o comportamento dos indicadores continua com a mesma tendência, mas o volume atual traduz melhor a realidade. Trata-se de um avanço, sobretudo na transparência dos dados e da gestão. O aprimoramento das estatísticas de Crimes Contra o Patrimônio (CCP) foi consolidada tomando 2018 e 2019 como anos iniciais.
Leia aqui mais a respeito da reformulação sobre da estatística criminal patrimonial no Espírito Santo.