As mudanças promovidas na Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) e no Alto Comando da Polícia Militar mostraram que o governador Renato Casagrande (PSB) estava no caminho certo.
Ao colocar o coronel Alexandre Ramalho no comando da Sesp e o coronel Douglas Caus como comandante-geral da PM, Casagrande deu uma verdadeira ‘chocalhada’ em toda estrutura policial, devolvendo a policiais civis e militares a autoestima.
No dia 7 de abril de 2020, Ramalho assumiu a Secretaria da Segurança Pública no lugar do delegado federal Roberto Sá, enquanto Douglas Caus assumiu o comando da PM na vaga do coronel Márcio Eugênio Sartório. Sá e Sartório foram exonerados pelo governador Casagrande justamente porque os índices de violência estavam numa crescente naquele início de abril.
Com a troca de comando, as forças de segurança pública do Espírito Santo voltaram a atuar de forma conjunta, com a realização de diversas operações policiais. Assim, com mais policiais militares e civis nas ruas de todo o Estado, caíram os índices de assassinato, ao mesmo tempo em que aumentou o número de homicidas presos e o número de armas e drogas apreendidas.
São ações que contam diariamente com a presença do novo secretário da Segurança, coronel Ramalho; do comandante-geral da PM, coronel Caus; e do delegado-geral de Polícia Civil, José Darcy Arruda.
Quando os chefes dão bons exemplos, arregaçando as mangas e indo com a tropa para as ruas, o trabalho se torna muito mais profícuo. Deste modo, registra-se que no mês de março de 2020 o Espírito Santo apresentou um pico de homicídios dolosos, com 140 casos registrados, mês com mais assassinatos desde fevereiro de 2017.
O começo de abril também apresentava um quadro preocupante, visto que até o dia 6 já haviam sido 36 assassinatos, média superior até mesmo a março. Com isso, houve a necessidade de uma mudança no planejamento de atuação.
Foi então que entrou em ação a experiência operacional dos coronéis Ramalho e Douglas Caus. As Polícias Militar e Civil iniciaram uma série de operações voltadas para o combate intenso ao tráfico de drogas, além da identificação e prisão de homicidas.
No âmbito da Polícia Civil, foi criada a Operação Caim, que teve sua primeira edição no dia 2 de abril. Esta operação já chegou, desde então, a cinco fases deflagradas, sempre com alvos definidos em todo o Espírito Santo e foco na prisão de assassinos e a desarticulação de organizações criminosas.
A Polícia Militar, por sua vez, deflagrou as Operações Páscoa, Tiradentes e Trabalhador, além de intensa saturação em regiões conflagradas, principalmente, na Grande Vitória, com o mesmo objetivo de dar uma resposta às organizações criminosas que disputam pontos de vendas de drogas.
Todas essas ações ainda contaram com importante participação da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional de Segurança (FNS) e Guardas Municipais.
A FNS encontra-se em Cariacica, dentro do Programa Nacional de Enfrentamento à Criminalidade Violenta, chamado ‘Em Frente, Brasil’, criado pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro.
Em poucos dias, os resultados negativos nas estatísticas foram se reduzindo. Assim, a média de homicídios diária caiu de 6 para 3,2, representando uma redução de 50% do início ao final do próprio mês de abril, finalizado com 95 homicídios dolosos, 45 a menos que o mês de março.
Além disso, na Grande Vitória foram 30 assassinatos a menos em abril, no comparativo com março. A Região Norte, que apresentava aumento, passou a ter redução, assim como as outras regiões, que tiveram queda na porcentagem de homicídios.
Dados
A quebra na crescente das mortes ainda coincide com o aumento do número de operações e prisão de homicidas. Ao todo, foram 11.117 operações policiais realizadas pela Polícia Militar no Estado, sendo que em março haviam sido 8.507.
Além disso, foram presos 157 homicidas em abril (a maior quantidade para um mês do ano), e o primeiro quadrimestre terminou com 1.173 armas de fogo apreendidas, representando um aumento de 13% em relação ao mesmo período do ano de 2019.
Prisões importantes foram realizadas, como dos chefes das organizações criminosas que atuam em Porto Novo e Presidente Médici, em Cariacica, além de lideranças do Bairro da Penha – em Vitória –, inclusive que estavam na lista de mais procurados da Secretaria da Segurança Pública do Estado.
A estratégia de saturação e sufocamento da criminalidade tem se mostrado eficaz desde abril e, com a continuidade das operações de rotina, os dados dos 10 primeiros dias de maio demonstram redução significativa no número de homicídios dolosos do Estado, até o momento.
Atualmente, há 18 homicídios registrados (média de 1,8 por dia), sendo que no último sábado (09/05) não foi registrado nenhum assassinato no Espírito Santo, importante registro para um dia de final de semana.
A redução no comparativo de maio de 2020 com maio de 2019 está em 10 casos até o momento: foram 28 assassinatos até o dia 10 de maio de 2019. A Região Metropolitana, que até 6 de abril tinha aumento de 32,4%, conseguiu amenizar a diferença para 21,1%, atualmente.