A Assembleia Legislativa deverá instalar, a qualquer momento, uma Comissão Parlamentar de Inquéritos com o objetivo de apurar a propagação de notícias falsas – as chamadas fake news – em redes sociais. De autoria do deputado estadual e investigador de Polícia Civil aposentado Euclério Sampaio, a proposta de abertura da CPI da Fake News é para investigar a atuação de quem produz, quem manda produzir, quem espalha e quem compartilha as notícias falsas.
Euclério Sampaio protocolou o pedido de instalação da CPI da Fake News na tarde de segunda-feira (10/02). Conseguiu 20 assinaturas de deputados, o dobro exigido pelo regulamento da Ales. Alguns deixaram se assinar porque estavam ausente da Ales; outros, porém, se recusaram a assinar. Uma vez protocolada, caberá à Mesa Diretora da Ales aprovar a instalação da CPI. É bem provável que seja instalada, pois na semana passada o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Erick Musso, também foi vítima de fake news e enviou Representação ao Ministério Público Estadual pedindo a instauração de uma investigação.
No texto de pedido de abertura da CPI, Euclério requer a Comissão, com a presença de 90 membros e com prazo de 90 dias, “para apurar denúncias relacionadas à divulgação de notícias falsas, popularmente denominadas de ‘Fake News’, especialmente contra autoridades do Estado do Espírito Santo e pré-candidatos/candidatas, a favor de outros candidatos, inclusive como constantemente noticiado pelos veículos de comunicação”.
Na manhã desta terça-feira (11/02), o proponente da CPI da Fake News deu mais justificativa para a investigação:
“Temos recebido denúncias diversas dando conta de que grupos especializados atuam com a finalidade de atacar autoridades, disseminando notícias falsas, mentirosas, com o objetivo de desestabilizar o Estado do Espírito Santo, enfraquecer os Poderes e levar à população ao pânico. Tudo com o objetivo de se beneficiar ou beneficiar terceiros em eleições futuras. Querem destruir carreiras e reputação de profissionais. Essa situação, que teve momentos tristes e de terrorismo durante a tragédia das fortes chuvas de janeiro deste ano, na verdade já vinha acontecendo desde o ano passado”, disse Euclério Sampaio.
“Essas pessoas que agem à sombra cometem crimes graves contra a sociedade e são covardes porque se escondem atrás do terrorismo digital. Por isso, vamos investigar quem manda produzir as fake news; investigaremos quem produz; quem espalha; e quem compartilha. Ao meu ver, quem compartilha notícia falsa também está cometendo crime”, explicou Euclério Sampaio.