O Conselho de Polícia Civil, em julgamento realizado no dia 5 de junho de 2019, decidiu, à unanimidade, ratificar a presença do presidiário Hilário Antônio Fiorot Frasson no cargo de Investigador de Polícia. Hilário Frasson está preso, respondendo a processo na Justiça Estadual, pela acusação de ser um dos mandantes do assassinato de sua esposa, a médica Milena Gottardi Tonini Frasson, crime ocorrido no dia 14 de setembro de 2017, no estacionamento do Hospital das Clínicas, em Vitória.
Por outro lado, o mesmo Conselho de Polícia decidiu dar 90 dias de punição a Hilário Frasson, no julgamento do Processo Administrativo Disciplinar 003/2018 (SEP-80416977). O resultado do julgamento está publicado no Diário Oficial do Estrado desta segunda-feira (17/06).
Este PAD foi instaurado pela Corregedoria Geral de Polícia Civil porque em maio de 2017, o investigador Hilário Frasson teria mentido ao registrar Boletim de Ocorrência dando conta de que R$ 5.800,00 em espécie teriam sido roubados de dentro de sua sala, na Chefatura de Polícia Civil, em Vitória. Hilário fez uma falsa comunicação de crime ao mentir sobre roubo que não aconteceu. Na época, Hilário era lotado na Assessoria Jurídica da Chefia de Polícia.
O Conselho resolveu por unanimidade de votos: Quanto à preliminar: “PELO NÃO RECONHECIMENTO DA PRELIMINAR DE JUSTA CAUSA.” Quanto ao mérito: “PELA APLICAÇÃO DA PENA DE 90 DIAS AO PC IP HILÁRIO ANTÔNIO FIOROT FRASSON, em razão da prática das transgressões disciplinares administrativas previstas no artigo 192, incisos XXXVII, XXXVIII, XLI, XLVI, LXIII e LXXXI c/c artigo 3º, incisos VII, XI e XIII, todos da Lei 3.400/81 e suas alterações.”
A penalidade imposta somente será executada após a apreciação de eventual recurso ou do decurso de seu prazo. A decisão do Conselho é assinada pelo diretor-geral da Polícia Civil, delegado José Darcy Santos Arruda, que preside o Colegiado.
Hilário Frasson foi preso no dia 21 de setembro de 2017. Ele e o pai, fazendeiro Esperidião Carlos Frasson – que também está preso –, foram denunciados pela acusação de mandantes da morte de Milena Gottardi. Também se encontram presos e já respondendo a ação penal o acusado de executar a médica Milena, Dionathas Alves Vieira; o homem que deu fuga ao assassino, Bruno Rodrigues Broetto; e os dois intermediários, Valcir da Silva Dias e Hermenegildo Palauro Filho, o Gildinho.
O Tribunal de Justiça já confirmou, em julgamento de recursos de apelação da defesa dos acusados, que eles terão de ir a julgamento no Tribunal do Júri Popular de Vitória.
A Polícia Civil ainda vai julgar o PAD relativo ao assassinato da médica Milena. Fontes da PC entendem que a Hilário Frasson deveria ter sido excluído da instituição, uma vez que, para a sociedade o sistema de Justiça, ele é culpado da morte da esposa.
Uma vez punido com afastamento de 90 dias, Hilário Frasson teve sua contratação homologada pelo Conselho de Polícia, mas nada impede que ele seja excluído quando do julgamento do PAD relativo ao assassinato.
O PAD que livrou Hilário Frasson da perda do cargo, todavia, será reavaliado pelo Conselho Estadual de Correição do Poder Executivo do Espírito Santo (Consecor), que poderá deixar de homologar a decisão da Polícia Civil e decidir pela expulsão do investigador que vai a júri pelo assassinato de uma médica.