O governador Renato Casagrande (PSB), um dos signatários da Carta Aberta à população brasileira contra o decreto do presidente Jair Bolsonaro que libera porte de armas para diversas categorias profissionais, afirmou na tarde desta terça-feira (21/05) que o País assiste hoje em dia o semear da violência. Para ele, o excesso de armas em poder da população poderá provocar confrontos e gerar mais violência:
“O excesso de armas pode gerar mais violência. Precisamos defender a cultura da paz. O excesso de armas circulando na sociedade pode provocar confronto. O incentivo à violência provoca mais violência. Estamos assistindo em muitos casos o semear da violência. O que precisamos incentivar é cultivar a paz”, ponderou Casagrande, durante coletiva.
Veja principais pontos da entrevista de Renato Casagrande, após lançamento do livro Conilon Coffe, 1ª Obra Científica de Café, no Palácio Anchieta.
Preocupação
Nossa preocupação é no tocante à quantidade de armas que teremos a mais e que irá circular nas mãos de famílias brasileiras. Pode ser que parte dessas famílias não tenha preparo para utilizar armas. E é possível que muitas dessas armas vão parar nas mãos de criminosos, porque viram uma fonte de armas para os bandidos.
Ao mesmo tempo, a partir do decreto, até pessoas que ainda estejam sendo investigadas por crimes, mas que ainda não foram julgadas e nem condenadas pela Justiça, podem adquirir uma arma legalmente.
Aumento da violência
Pesquisam indicam que quanto mais armas em circulação, maior é a possibilidade de violência. São mais armas à disposição de grupos criminosos.
Sobre a Carta Aberta à sociedade
Desde que o decreto foi publicado, tenho demonstrado preocupação, porque um dos grandes desafios nosso no Brasil é conter a violência. Não é armando as pessoas que vamos conter a violência. Precisamos de políticas públicas que defendem os cidadãos de bem e ataquem os criminosos. Políticas públicas e investimentos para que possamos colocar tecnologia nas forças policiais. Precisamos de políticas públicas e forças policiais bem preparadas.
Ações no Supremo
Partidos políticos, inclusive, o meu, o PSB, já entraram com questões no Supremo. Mas nossa luta é a promoção do debate, é convencer o governo federal para que haja alteração ou anulação do decreto. Quando se procura a Justiça para fazer o debate é porque o decreto está ofendendo a legislação de armas do País.
Penso que a posição do PSB no Congresso deverá ser, majoritariamente, contra o decreto, assim como os presidentes da Câmara E do Senado já se manifestaram quanto à inconstitucionalidade.
Porém, mais do que a discussão na Justiça, o importante é o debate para que possamos convencer o Presidente da República para que equilibre suas posições, porque o ato de governar é um ato de buscar um caminho do equilíbrio. Um governante não deve implementar somente aquilo que acha importante pessoalmente.
Como os governadores discutiram o assunto
A posição foi discutida nos grupos de governadores de WtahsApp que temos. Nem todos foram favoráveis. A carta traz um debate para um confronto de ideias, para aperfeiçoar nossa democracia. Nós, governadores, temos que promover sempre o debate de ideias. Precisamos exercer esse debate. É achar um caminho para equilíbrio do povo brasileiro.