Os documentos recolhidos na Santa Casa de Misericórdia de Guaçuí a nas residências dos investigados estão sendo analisados minuciosamente pelo Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES). Até o momento, 11 pessoas foram presas acusadas de corrupção e fraude. Duas empresas privadas também são alvo de investigação
O MP também apura a circunstância dos óbitos registrados na Santa Casa nos últimos anos, pois as investigações descobriram que médicos desligavam aparelhos da UTIS como forma de, em tese, economizar energia.
A operação consistiu, inicialmente, no cumprimento de 11 mandados de prisão preventiva e 15 mandados de busca e apreensão, emitidos pelo juiz de Guaçuí, Bruno Fritoli Almeida, e cumpridos pelas Polícias Civil e Militar. As buscas e apreensões foram realizadas nas sedes de duas empresas, na Santa Casa e nas residências dos investigados, objetivando a apuração de ilícitos de natureza tributária.
Os documentos recolhidos estão sendo analisados por promotores de Justiça e por agentes do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar do Ministério Público. Posteriormente, a documentação será encaminhada à Receita Estadual.
Os integrantes do MPES analisam os documentos, computadores e celulares apreendidos na operação e colher os depoimentos dos investigados. O MP quer saber que outras pessoas podem ter sido beneficiadas com desvio de recursos públicos da Santa Casa.
A Promotoria de Justiça de Guaçuí informa que as cinco pessoas que tiveram a prisão preventiva decretada na Operação Carro de Boi e estavam foragidas se entregaram à Justiça na última quinta-feira (09/05). Quatro delas são médicos.
Deflagrada na terça-feira (07/05), a operação tem como objetivo de desarticular e colher provas relativas a um esquema irregular na celebração de contratos de prestação de serviços envolvendo a Santa Casa de Misericórdia de Guaçuí (SCMG), destinados ao funcionamento da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e ao setor de hemodiálise. Ao todo, 15 pessoas são investigadas pelo esquema, entre elas médicos, empresários e o provedor da Santa Casa de Misericórdia de Guaçuí.
Os médicos Daniel Sabatini Teodoro, Denis Vaz da Silva Ferreira, Hélio José de Campos Ferraz Filho e Jehovah Guimarães Tavares e o ex-provedor da SCMG Valmir Santiago estavam foragidos desde terça-feira. Após se apresentarem à Polícia, foram levados para os presídios de Cachoeiro de Itapemirim e Viana.
Durante a deflagração da operação foram presos o provedor da Santa Casa de Misericórdia de Guaçuí, José Areal Prado Filho; o ex-provedor da instituição Renato Monteiro Pinho; o empresário Carlos Alberto de Almeida Proveti, conhecido como “Carlinhos Boi”, que é ex-sócio de empresa que atuava na UTI; e os médicos Waldir de Aguiar Filho, Vítor Oliveira Almeida e Eduardo José de Oliveira Almeida. Esses presos também estão nos presídios de Cachoeiro de Itapemirim e Viana.