Moradores, empresários e comerciantes da Praia do Canto vão dar novo exemplo de parceria com os sistemas de segurança pública e Justiça Criminal. Eles lançam nesta quinta-feira, às 19h30, o projeto Luz do Canto, que tem o objetivo de inibir arrombamentos e saques ao comércio e aos edifícios da região. O lançamento do projeto vai acontecer na Escola Estadual de Ensino Médio Irma Maria Horta, que fica na rua Aleixo Neto, 1.060.
Um dos idealizadores do Luz do Canto é o presidente das Associações dos Moradores do Comércio da Praia do Canto, o empresário César Saad Júnior. Segundo ele, o objetivo do projeto é promover uma interação maior entre as Polícias Militar e Civil e a comunidade local.
“Temos a finalidade de estar sempre promovendo essa aproximação, como foi feito com o projeto anterior e que está em vigor, o Rua Segura”, explica César Saad.
Há oito meses, a Associação dos Moradores e do Comércio da Praia do Canto lançou o projeto Rua Segura. Foi criado um grupo no WhatsApp com moradores, empresários e comerciantes em que quaisquer informações sobre ocorrências de delitos e a identificação de suspeitos são imediatamente compartilhadas também com os policiais da 3ª Companhia do 1º Batalhão da PM (Vitória).
“Nós tivemos treinamento, em que aprendemos a identificar suspeitos, informar corretamente a localização de um delito. As informações técnicas que nos foram repassadas pela PM possibilitaram maior agilidade no atendimento das ocorrências”, explicou César Saad.
O projeto Luz da Rua, que vai ser apresentado nesta quinta-feira, também tem o caráter inibidor e preventivo. Vai funcionar no período da noite, todos os dias da semana. Lojas, restaurantes, bares e portarias de condomínios – edifícios e até casas – que aderirem ao projeto terão sensores nas portas. Sempre que uma pessoa passar na frente do sensor, uma luz forte será acionada. As luzes serão instaladas estrategicamente nos estabelecimentos comerciais e edifícios. Se o suspeito tocar na vitrine, por exemplo, o sensor vai disparar.
“Um foco de luz será jogado para cima da pessoa. Se se tratar de um criminoso, certamente ele vai ser visto por demais pessoas e até por viaturas da polícia e, esperamos, desistirá do ato delituoso”, diz César Saad.
Segundo ele, o sensor não vai dizer se a pessoa é bandida ou não, apenas vai procurar impedir a prática de algum arrombamento ou furto. “Se, mesmo diante do sensor de luz, a pessoa insistir na invasão ao estabelecimento, o alarme vai disparar na central”, prossegue o empresário.
Desde o início do governo Renato Casagrande, em 1º de janeiro deste ano, a Polícia Civil reforçou as delegacias distritais, por ordem do diretor-geral da instituição, delegado José Darcy Arruda. A DP de Praia do Canto, por exemplo passou a atuar com dois delegados: Ailton Schiffer e Leandro Piquet de Azeredo Bastos.
Assim com o comando da 3ª Companhia (que será representada pelo tenente Sampaio), os delegados da Praia do Canto também foram convidados para a reunião de lançamento do projeto Luz do Canto nesta quinta-feira. O delegado Leandro Piquet, que assumiu o cargo do distrito em 8 de janeiro de 2019, elogiou a iniciativa das Associações dos Moradores e Comercial da Praia do Canto:
“O projeto é fruto de uma reunião que tivemos com os moradores no segundo dia de trabalho aqui na Praia do Canto. Os moradores e comerciantes estavam muito preocupados com arrombamentos e furtos ao comércio. Então, comecei a estudar o assunto e vi que, na Inglaterra, no passado, por conta de economia de luz, o governo teve que reduzir a luminosidade. Assim, os crimes patrimoniais aumentaram em 100%. A imposição de luz no estabelecimento comercial desencoraja o ladrão. Pode até não evitar totalmente, mas desencoraja porque facilita que moradores veem a ação do criminoso”, disse delegado Leandro Piquet.
Ele ressalta que o engajamento social nas questões da segurança pública é importante: “Se esse engajamento for fomentado, o povo e e Nação só têm a ganhar. É mais um processo de evolução da nossa sociedade. Na conversa que terei com os moradores na reunião, tentarei explicar a dinâmica do crime patrimonial, o perfil dos criminosos e as ações preventivas que podem ser tomadas”, pontuou Piquet.