Adonias Marques de Abreu, nascido em 17 de fevereiro de 1967, é mais um candidato a deputado estadual pelo Espírito Santo. Não. Não se trata de mais um. Ele simplesmente é o Torino Marques, uma das vozes e imagens mais famosas da televisão e dono de uma das maiores audiências da TV capixaba, que é o programa Tribuna Notícias 1ª Edição, desde 2002. Torino Marques também empresta sua voz à Rádio Tribuna FM, dona de mais das melhores programações musicais do País.
Torino Marques já vinha idealizando o sonho de se candidatar a um cargo eletivo há algum tempo. Porém, foi a força (pressão, mesmo!) do filho, Yuri Lucas, que levou o apresentador do Tribuna Notícias e uma das vozes padrão da Tribuna FM a se candidatar:
“Pai, política é coisa séria e lugar de gente que tem capacidade e vontade de servir. Mas se pessoas de bem e de caráter como o senhor não se candidatar, estes espaços serão preenchidos por pessoas com interesses próprios e que não estarão dispostos a respeitar o cidadão e nem a coisa pública”, dizia o menino Yuri para o pai, Torino Marques.
Nesta entrevista exclusiva ao Blog do Elimar Côrtes, Torino Marques fala de suas principais propostas para o Espírito Santo caso conquiste uma cadeira na Assembleia Legislativa, nas eleições do próximo domingo(07/10).
Blog do Elimar Côrtes – Por que você decidiu se candidatar a deputado estadual?
Torino Marques – Foi uma decisão que não surgiu propriamente por conta do atual momento, como muitos imaginam. Além dos relatos que sempre recebi nas ruas e as inúmeras sugestões de pautas que viraram matérias e reportagens, devido às dificuldades que a grande maioria de capixabas e brasileiros tem em acessar políticas públicas básicas, dentro de casa tive um incentivador que, desde 2006, me acendeu essa luz de representatividade da população, que é o meu filho Yuri Lucas.
Ele, desde muito novo, tentava me convencer que eu poderia ser um representante do povo, por conhecer as necessidades da sociedade civil, as atribuições das entidades e dos poderes, além de ser conhecido em praticamente todo o Estado. Ou seja, ele me questionava quando eu me indignava com injustiças e descasos, que principalmente os mais necessitados sofriam, e eu queria ajudar de alguma forma. Mas tinham situações que ficavam fora de meu alcance.
Aí o Yuri falava: “Neste caso o senhor só conseguirá contribuir um pouco mais se for de fato um representante do povo que seja eleito democraticamente pela via do voto”.
E frisava: “Pai, política é coisa séria e lugar de gente que tem capacidade e vontade de servir. Mas se pessoas de bem e de caráter como o senhor não se candidatar, estes espaços serão preenchidos por pessoas com interesses próprios e que não estarão dispostos a respeitar o cidadão e nem a coisa pública”.
Até que chegamos a um acordo: ele estudava e se capacitava para me ajudar caso eu disputasse uma eleição e fosse eleito, e eu iria amadurecendo e me preparando para não pular etapa na minha carreira profissional.
O que isto quer dizer? Como na minha vida nada foi fácil e tive que batalhar muito para chegar onde cheguei – e sou muito grato por tudo e todos que me ajudaram, como os colegas de estúdios e redações e principalmente aos ouvintes e telespectadores -, fiz os cálculos de prestação de serviço por meio da comunicação que prestei como radialista e jornalista ao longo de mais de três décadas e avaliei que o momento ideal para esta transição seria nesta eleição de 2018.
– Quais são suas principais propostas?
– Saúde, educação, mobilidade, infraestrutura e segurança, são demandas que precisam ser discutidas regionalmente, principalmente entre os municípios da Região Metropolitana, que acumulam praticamente a metade da população capixaba em suas cidades.
Valorização e capacitação dos profissionais, condições de trabalho, melhorias no atendimento, qualidade no ensino, são algumas das demandas que sempre recebi na redação e por onde passo. Então, pretendo me dedicar em ajudar à população e aos prefeitos que governam os municípios da Grande Vitória e do interior.
No interior do Estado, temos problemas semelhantes aos da Região Metropolitana, no qual também me proponho a colaborar. Mas o homem do campo e nossa produção rural merecem um apoio considerável e um olhar mais carinhoso. Após as perdas de receitas que tivemos País afora, o agronegócio capixaba mostrou força e equilibrou a nossa economia nos últimos anos.
A agricultura familiar é de extrema importância para o Espírito Santo. Temos hoje uma grande preocupação com a qualidade dos alimentos que chegam à nossa mesa e que interferem diretamente na nossa saúde. E o pequeno produtor é quem está nos fornecendo esse tipo de alimento. Buscando na produção orgânica, com alimentos cada vez mais frescos, seja como produção familiar em suas pequenas propriedades, ou em associações e cooperativas.
Com isso, precisamos ajudá-los no escoamento dessa mercadoria. Com estradas em boas condições e pavimentadas, além do acesso aos meios de comunicação e tecnologia, que facilitam na comercialização dos produtos. Como é o caso da internet e telefonia móvel na zona rural.
Com relação ao turismo, nosso Estado é privilegiado pelo clima das montanhas e as belezas do litoral. Gastronomia de altíssima qualidade, é um dos destaques. Mas precisamos preparar e capacitar um pouco mais nossa parte de receptivos. Podemos evoluir mais.
– O apoio da família e dos amigos está sendo importante nessa caminhada?
– Claro! Sem o apoio deles seria muito difícil eu estar pleiteando algo de tamanha responsabilidade. Eu sou muito família.
Mas confesso que estou surpreso com tanto carinho de demonstração de apoio a minha candidatura. Essa energia positiva que vem das ruas e dos municípios capixabas me motiva a acreditar que estamos no caminho certo, só que ao mesmo tempo a responsabilidade vai aumentando. Porém, estou preparado para ser um representante que vai respeitar os interesses do bem coletivo e contribuir com o desenvolvimento do nosso Estado, propondo políticas públicas que sejam traduzidas em leis e que possam fazer melhorias nas vidas dos capixabas.
– Como foi sua trajetória profissional, até chegar à TV Tribuna?
– Iniciei minha carreira profissional em 1983 e passei pelas principais rádios do Estado e no Nordeste do País, sendo elas: Tropical FM (Vitória), Tribuna FM (Cachoeiro de Itapemirim), Gazeta de Alagoas (afiliada da Rede Globo em Alagoas), Tribuna FM (afiliada SBT/Espírito Santo), 94 FM, Gazeta AM, Capital FM e Jovem Pan, Transamérica (afiliada Rede Manchete que na época estava migrando para Rede Record Espírito Santo), Tribuna FM (afiliada SBT). Nas TVs, passei pela Rede Gazeta, apresentando ESTV 1ª Edição e Globo Esporte; e Rede Tribuna, onde estou prestes há completar 17 anos entre os líderes de Ibope, apresentando o telejornal Tribuna Notícias 1ª Edição. Pelo SBT, representando a Rede Tribuna, acumulo participação em nove edições do Teleton, que é uma ação realizada anualmente em parceria com a AACD.
– Há quantos você está no Tribuna Notícias?
– Desde 2002, nesta passagem. No início da minha carreira tive a oportunidade de trabalhar na emissora, mas no rádio, inclusive na rádio de Tribuna FM de Cachoeiro.
– Neste período, quantos telespectadores o programa atingiu?
– Durante todos esses anos, falando de 2002 para cá, ficamos disputando a liderança de audiência, sendo que na maioria deles em primeiro lugar na Grande Vitória. Segundo os números, era uma média de mais de 100 mil televisores ligados no Tribuna Notícias primeira edição diariamente.
– O povo imagina que jornalistas e radialistas, que se candidatam a um cargo no Legislativo ou Executivo, contam com o apoio estrutural ou financeiro das empresas em que trabalham. A Rede Tribuna está te ajudando de que maneira?
– Olha, acredito que pode existir este tipo de imaginação e dúvida, mas isto não é verdade. A legislação eleitoral em vigência não permite nenhum tipo de apoio financeiro de empresas a candidatos.
– Desde quando você está licenciado, por força da legislação eleitoral, para atuar na campanha?
– Desde 29 de junho.
– O programa Tribuna Notícias te deu um conhecimento muito grande a respeito dos problemas da segurança pública capixaba. De que forma você poderá ajudar as forças policiais e o sistema de segurança estadual na Assembleia Legislativa?
– A segurança estadual precisa ser mais bem assistida. Nossos profissionais merecem mais atenção do poder público.
É como eu disse, assim como a saúde, a mobilidade, educação e infarestrutura, são demandas que precisam ser também discutidas regionalmente. Exemplo: na Grande Vitória, os prefeitos precisam ter acesso ao governo do Estado e aos demais poderes para debater e efetivar ações para essas pastas. No interior não é diferente, mas é preciso intensificar a ronda junto aos produtores, principalmente no período de colheita e escoamento de sua produção. Tudo isso precisa ser feito em comum acordo, com uma agenda que dê suporte aos nossos policiais, que são os responsáveis pela segurança de nossas famílias. Mas temos que lembrar que eles também têm famílias e que precisam de condições para exercer o ofício.
– Este ano, observa-se um número maior de profissionais da imprensa na disputa eleitoral. Você acredita que esse fato se deve ao fenômeno Amaro Neto, atual deputado estadual e que busca uma vaga na Câmara Federal?
– Acredito que não. Mas também não posso responder por eles. No meu caso, se fosse pelo meu filho, eu já teria me candidatado desde 2006. Mas como na minha vida nada foi fácil e eu nunca pulei etapa profissional e fui conquistando meu espaço sempre de forma respeitosa, me preparei para este momento, onde inicio este novo ciclo após mais de 34 anos comunicação.
Por outro lado, acredito que pessoas de bem, seja de qualquer categoria e que querem melhorias para seu bairro, município, cidade, Estado e sua Nação, e tiver disposição em contribuir para o coletivo e não para atender a interesses próprios ou projetos individuais, precisam e devem colocar o nome à disposição, sim.
Lembrando que o representante do povo precisa estar sintonizado com a realidade que as pessoas vivem. Nós não podemos é negar a política, o que precisa acabar são os espaços preenchidos por politiqueiros.
– Para finalizar, porque você acredita em Bolsonaro?
– Fui apresentado ao Jair Bolsonaro pelo deputado federal, candidato ao governo do Espírito Santo e amigo, Carlos Manato, no início de 2016. Na época ainda não estávamos no PSL e ele já estava com esse projeto nacional. Se não me falho a memória, Bolsonaro não tinha nem 4% de intenção de votos. De lá para cá ele foi conquistando seu espaço no País, sendo contestado muitas vezes, mas se credenciando cada vez mais pelo fato de ser considerado um dos poucos políticos ficha limpa. Hoje a população está indicando que vai dar a Bolsonaro oportunidade de presidir o Brasil, e espera nele um ajuste no que precisa ser feito, principalmente no que diz respeito a segurança nacional e diminuição do inchaço da máquina pública.