A Polícia Civil do Estado de São Paulo inicia, a partir desta segunda-feira (12/03), a campanha “Luto pela Polícia Civil”, em que policiais de todas as carreiras da instituição usarão uma faixa preta no braço. A ideia é mostrar que, “mesmo sob péssimas condições de trabalho e recebendo o pior salário do País”, os policiais civis paulistas permanecem firmes em seu compromisso de agirem em favor da sociedade.
Não haverá paralisação. Todo o trabalho transcorrerá normalmente. Se perguntado pelo cidadão, o policial responderá que a faixa representa luto pela Polícia Civil, “sucateada de forma implacável pelo Governo de São Paulo, nos últimos anos”, de acordo com a presidente do o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (SINDPESP), Raquel Kobashi Gallinati.
A campanha é uma ação conjunta do SINDPESP e com a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (ADPESP). As entidades, desde o começo deste ano, passaram a trabalhar unidas em favor do resgate da dignidade da Polícia Civil.
Para incentivar os policiais a participarem da campanha, os presidentes das entidades gravaram mensagens em vídeo que foram distribuídas em grupos de WhatsApp e publicadas nas redes sociais. O jurista Luiz Flavio Gomes também gravou uma mensagem. Pelo menos 10 mil faixas pretas foram confeccionadas para distribuição gratuita ao policial que quiser aderir.
Já há confirmações de que, além da Capital, algumas unidades de São Bernardo do Campo, Campinas, São José do Rio Preto, Rosana e da região do Vale do Paraíba entrarão na campanha.
Hoje, o delegado de Polícia de São Paulo recebe o salário mais baixo do país, comparado a todas as Polícias Judiciárias dos estados da federação. A imensa parte das delegacias está em condições ruins, são locais quase insalubres para trabalhar. Viaturas precisam ser consertadas pelos policiais. Tinta e papel para impressora são escassos. Até papel higiênico falta em algumas unidades.
“A Polícia Judiciária é a única capaz de reunir provas para, de fato, prender organizações criminosas. Com a sua capacidade investigativa limitada de propósito pelo Governo do Estado, a criminalidade cresce e a população é a maior prejudicada”, pondera a delegada Raquel Kobashi Gallinati, que questiona: “A quem interessa o sucateamento da Polícia Civil do Estado de São Paulo?”